13 de janeiro de 2013

Álbum da Semana: Venom - Fallen Angels (2011)




Desde o começo da década de 1980, quando o Venom entrou para a história do heavy metal lançando Welcome To Hell (1981), Black Metal (1982) e At War With Satan (1984) forjando um legado cuja influência perdurou e o som tosco, agressivo, rápido e pesado conhecido por fundar as bases do metal extremo e por isso renova suas legiões de fãs em todo os cantos do planeta. Já em meados da década de 1980 o grupo não foi bem sucedido e começou a passar uma maré de álbuns fracos e mais algumas mudanças na formação que levou o grupo a perder o seu prestigio junto aos fãs. 



O prestígio e o sucesso só começariam a bater na porta destes britânicos com o lançamento de Cast in Stone (1997), que marca a reunião da formação clássica do grupo que havia se dissipado ainda na década de 1980. O grupo só retornou a ativa de fato em 2000, com o Ressurection e o trabalho fazia jus ao título, mas a formação trazia apenas Cronos e Mantas da formação original e no lugar de Abaddon quem assumiu as baquetas foi Antton (conhecido dos caras de longa data), e a sonoridade também sofreu mudanças e a banda apresentou um som pesado e ao contrário dos anteriores a produção foi um dos pontos altos cujo som ficou cristalino e manteve a agressividade e o peso característicos do filhos de satã.    

O Venom seis anos mais tarde retorna com Metal Black (2006), e mantém a mesma linha sonora do seu antecessor e as mesmas características estavam lá, ou seja, a única coisa que rolou foi uma adequação do som aos elementos modernos que deram uma cara mais atual ao som do grupo, que saiu na frente de muitas bandas sem medo da opinião de quem quer que fosse ouvir o álbum e a verdade sobre este álbum é que ele tem excelentes músicas. Mas o guitarrista Mantas da formação original já não estava mais presente, quem ocupou o seu lugar foi Mike "Mykus" Hickey" que já havia tocado no álbum Calm Before the Storm (1987). 

O álbum lançou o grupo numa extensa turnê mundial, e pela segunda vez o Venom retorna ao Brasil para apresentar aos seus fãs as suas músicas novas e antigas, enfim uma avalanche sonora satânica e blasfema. Em 2008, eles voltam a cena com Hell outro excelente álbum que manteve a mesma linha sonora dos dois anteriores , mas o som estava mais cru e direto, pesado e ácido como o próprio inferno, afinal de contas Venom é Venom e ponto final e desta vez a banda passou por outra troca de guitarrista e quem assumiu as seis cordas foi Rage. 



Depois de três anos sumidos, Cronos e seus companheiros retornam com mais uma capítulo da saga do Venom, os trabalhos de gravação começaram ainda em 2010 e foram cumprido em 2011. Fallen Angels foi produzido pelo próprio Cronos em três estúdios diferentes, mas todos estão localizados em solo inglês. A produção do álbum desta vez aparece mais limpa e os instrumentos aparecem nota por nota e som claro que continuou pesado, brutal e avalador e a temática se diversificou um bocado do habitual e em alguns momentos até lembra o som do Bathory em Hammerheart, mas não passa de apenas uma lembrança.   

Resumido a treze faixas e mais duas bônus que constam apenas na edição "limitada" do álbum ele veio a público, ou seja, invadiu as lojas em 28 de setembro de 2011 e assim como os outros foi muito bem saudado pelos fãs e pela crítica. No Brasil o álbum foi lançado quase um ano depois, enfim fim lançado perto da data que o grupo aterrizou por aqui para cumprir algumas datas referente a turnê de divulgação do álbum na América Latina. As guitarras ainda são capitaneadas por Rage que parece ter firmado-se no posto, mas o baterista Atton que vinha gravado os álbuns com o grupo saiu e em seu lugar entrou o baterista Danté, em 2009. 

Fallen Angel já de cara mostra a que veio e a faixa "Hammerhead" é o carro chefe dessa avalanche sonora e não demonstra nenhuma piedade trazendo o inferno para a terra. A segunda faixa "Nemesis" também não brinca em serviço e coloca o ouvinte em sintonia imediata com o conceito sonoro do disco e o leva por uma viagem marcada pelo descomunal da bateria que encaixou perfeitamente no disco. "Lap of the Gods" é outra daquelas que obedecem a tradição brutal e arrebatadora do Venom e não deixa espaço para descanço é apenas banguear é o pescoço latejar. "Damnation of Souls" tem excelentes refrões e umas boas frases de baixo e guitarra que fazem toda a diferença. A faixa "Pedal to the Metal" já é mais correria e já se afasta da temática utilizada pelo grupo desde o começo, mas isso não tem nada haver ela tem seu brilho.    


A pancadaria é a lei suprema deste álbum e "Beggarman" cumpre-a muito bem deixando bem claro que não como escapar. "Hail Satanas" traz a cena o lado mais obscuro e sombrio do Venom e não deixa de ser uma ode ao inferno e a Lúcifer ( o portador da luz). "Sin" é daquelas que faz jus ao título e tem que ser ouvida no máximo volume. Outra faixa fora da temática é "Punks Not Dead" e a razão dela estar aqui é simples a grupo sempre mostrou uma face nessa linha, mas só que mil vezes mais podrona e arrasadora também é outra boa pedida. 

A faixa "Death Be Thy Name" detona, arrebata e destrói e fica até desnecessário falar os porquês. "Lest We Forget (foi dedicada em memória de Chuck Schuldiner)" e "Valley Of The Kings" são daquelas que você ouve três vezes e sempre quer mais e a faixa final "Fallen Angels" é uma viagem épica que anuncia a queda do céu e dos seus ídolos. As faixas bônus "Annunali Legacy" e "Blackened Blues" seguem a linha do álbum, mas o destaque fica para a primeira que segue uma linha mais rocker e pelos belos solos e riffs pesados de Rage. 

A capa do álbum intitulada "Fallen Angels" foi inspirada na pintura "Restlessness" originalmente criada pelo artista plástico Tari Jósef e foi modificada por Sigirya Omega que inclusive fez toda a arte gráfica do álbum. Com essa sonoridade forte, pesada e sombria o Venom está pronto para o mundo do metal e os fãs estão lá esperando os britânicos anunciar o inferno na terra. Uma coisa fica clara é que o Venom é uma banda que jamais repetiu um álbum por pior que ele fosse não importa e é por isso que a sua música causa tanto fascínio e devoção das suas legiões de fãs. Se você ainda não conhece o álbum não perca tempo, pois aqui tem um remédio a altura para você que está submerso na mesmice promovidas pelos charlatões que não chegam perto do original, e por isso deixe que o Venom mostre para você outros caminhos mais seguros para a loucura. 

Track list: 

01 Hammerhead 
02 Nemesis
03 Pedeal to the Metal 
04 Lap of the Gods
05 Damnation of Souls 
06 Beggarman 
07 Hail Satanas 
08 Sin 
09 Punks not Dead 
10 Death be thy Name
11 Lest we Forget 
12 Valley of the Kings
13 Fallen Angel 
14 Annunaki Legacy (Bônus)
15 Blackened Blues (Bônus)          




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