11 de janeiro de 2012

Rock Memories: O CD, LP & MP3: AS REFLEXÕES DE UM COLECIONADOR!




Há muitos anos atrás, ou seja, duas décadas e meia eu comecei lentamente a entrar para o mundo dos consumidores de música e como muitos jovens da década de 1980 a minha entrada no mundo rock aconteceu depois do primeiro festival de música organizado no Brasil conhecido como Rock In Rio e poucos meses depois eu comprava meu primeiro disco de muitos que viriam ao longo da minha história que é longa, pois, durante esse tempo eu conheci muitas pessoas legais que compartilhavam dos mesmos interesses que os meus seja na música ou em outros projetos de vida e embora hoje muitos desses amigos estejam espalhados pelo país o meu interesse pela música nunca esmoreceu pelo contrário apenas cresceu. 

Eu moro numa cidade do interior do Estado de São Paulo que embora seja pequena mas é uma das mais importantes do Estado, mas como toda cidade interiorana tem suas limitações e para assistir a shows das grandes bandas do cenário mundial do rock pesado tenho que deslocar para a capital, pois, é lá que as grandes atrações do mundo da música pesada acontecem durante todo o ano e organizar caravanas é algo comum na vida de quem resolve se aventurar nas estradas rumo aos grandes shows para se divertir. 

Mas fora esse detalhe também tinhamos um festival o Metal Rebellion por onde passaras as grandes bandas do cenário nacional como Krisiun, Korzus, Vulcano, Torture Squad, Executor e muitas outras e em 2004 tivemos uma atração internacional o Exodus famosa banda de thrash metal da bay area, mas fora isso também tinhamos lojas especializadas que aos poucos foram sucumbindo ao mp3 muitas fecharam e as que sobraram diversificaram as atividades vendendo outros itens ou apenas trabalhando com material usado tornando remotas as possibilidades de encontrar e obter em primeira mão os lançamentos e outras coisa mais "raras" obrigando o pessoal a buscar outras opções como a galeria do rock por exemplo com as famosas encomendas via depósito bancário e recebimento via correio, mas para aqueles que tem uma condição mais avantajada e não se importam em pagar mais caro pelos discos podem utilizar as filiais das redes Fnac e Saraiva que também contam com um número reduzido de lançamentos enfim ficam restritos apenas as bandas mais conhecidas e não arriscam em outras bandas que atendem a público mais especifico como é o meu caso que embora a 10 anos utilizo os serviços da galeria do rock  que ficaram ainda mais intensos com a escassez daqui.


Vinil volta ou conversa, no Brasil?



Na década de 1990 eu já me encontrava em plena adolescência e já começara colecionar discos e a fazer compras regularmente para abastecer a minha coleção matar a minha curiosidade crescente e principalmente os meus conhecimentos musicais cujas lacunas eram supridas por algumas publicações do período primeiro com a Rock Brigade, Top Rock e muito pouco da Show Bizz (revista dedicada ao pop), mas o saudosismo dessa década reside em duas lojas de discos uma era Cantinho do Disco capitaneada pelo Osvaldinho e a outra a Combat Rock cujo dono era o Flávio uma grande pessoa, embora ambas entraram na minha vida em momentos diferentes foram importantes pelo fato de proporcionarem bons momentos, pois, eram points onde os fãs de música de várias gerações se encontravam para fazer suas compras e trocas e também para ouvir alguns discos combinando aos altos papos que rolavam sobre música e as amizades que se forjavam naqueles locais.


E na época em que começou a transição do vinil para o cd algumas dessas lojas acabaram fechando as portas por não conseguirem acompanhar as mudanças correntes e apenas a Combat Rock sobreviveu e lojas como Rarydades que também me proporcionou a oportunidade ampliar consideravelmente meu acervo deixaram de existir mas como tudo que é bom dura pouco a única sobrevivente que sobreviveu a transição de formatos em grande estilo, pois, era possível achar do pop até o black metal estilo que começava a ganhar seu espaço lentamente por aqui e como ainda estavamos na década de 1990 FHC presidente e o povo vivia a ilusão do plano real cuja moeda americana e moeda nacional estavam no mesmo valor e logo na primeira desvalorização a saudosa Combat Rock não sobreviveu e fechou as portas.


E o que pareceia perdido já que o último espaço de convivência para os fãs da música pesada havia sucumbido, mas, as esperanças de achar outro local prevaleceram e em uma de minhas peregrinações pelo centro me renderam uma grande surpresa achei uam loja chamada Tony Elvis e logo de cara não pude conter a minha felicidade e de cara comprei cinco discos e apartir de então lá tornou-se o meu novo recanto enfim um novo point e assim eu iniciava o século XXI revitalizado o heavy metal voltava a ter popularidade e a loja em questão começou a trabalhar com o catalogo da Century Media, Nuclear Blast e Hellion e os lançamentos chegavam em primeira mão deixando para a galeria apenas o que não era possível encontrar aqui na cidade.


Vista parcial da minha coleção particular


Como o compact disc acabou tomando o lugar do vinil mesmo que isso tenha acontecido lentamente o então velho e marginalizado long play acabou perdendo o valor de maneira monstruosa o que em partes fez alegria de pessoas como eu que aproveitaram-se dessa momento e comparam tudo o que sempre desejaram ter e antes nunca puderam devido aos preços elevados dos discos que eram objeto acessivel a uma pequena parcela da sociedade e com o cd cujo surgimento prometeu algo que não cumpriu tornar-se acessivel e no fim das contas acabou tornando-se muito mais caro e para além disso muitas bandas clássicas da década de 1970 que foram lançadas no Brasil nunca mais tiveram a oportunidade de ter uma edição nacional no então novo formato, mas o golpe definitivo veio quando as fábricas como a Sony, Philips entre outras para a consolidação do novo formato deixando de fabricar os toca discos e passando a fabricar apenas o cd-player.


E na primeira década de 2000 a indústria fonográfica leva o primeiro desacerto coma criação dos primeiros programas de troca de música via internet com um detalhe as trocas eram feitas sem custo algum e foram se popularizando enfim se espraiando a toda sociedade e pela primeira vez a indústria que sempre explorou inescrupulosamente os seus clientes começara expriementar o sabor amargo  das quedas nas vendas de seus produtos que tiveram o download como uma alternativa mais barata que hoje praticamente dominam o cenário da música atual com o crescimento de sua participação nas receitas das gravadoras que não cruzaram os braços cuja resposta encontram-se nos relançamentos de grandes clássicos do rock nas versões "Deluxe" e "Expanded" e nessa fatia esta incluso o vinil que também ganhou sua versões especiais.


Mas enfim embora o MP3 possibilite o ouvinte conhecer discos, bandas que antes eram impossíveis de se fazer porque para tal empreitada era necessário gastar dinheiro com discos que as vezes eram decepcionantes e que em pouco tempo seriam largados no canto das prateleiras, mas esbarra num problema a qualidade é muito inferior a de um cd ou lp, pois, o fato deste formato ser compactado enfim comprimido perde qualidade consideravel mesmo que seja no formato flac então o mp3 reafirmo tem uma utilidade para colecionadores como eu comhecer determinado material para saber se vale ou não apena e não para fazer coleção, pois, na minha cabeça mesmo que eu tenho tal disco em formato digital eu só me considero de posse do mesmo depois de compra-lo fisicamente, ou seja, original.

Minha volta ao vinil para quem quiser disponivel no Mercado Livre

Pois existe todo um ritual que acompanha a audição de um lp ou cd novos desde o momento em que você o tira da sacola depois o momento da abertura da embalagem até coloca-lo no toca discos ou cd-player com o encarte na mão lendo-o, enfim, eu sou um devorador de fichas técnicas junto com as letras pois é indispensável a tradução das letras e fora o prazer de namorar a sua coleção e passar horas a fio a admirar os discos e lembrar das histórias impressas em cada um deles pelo para mim é assim cada disco que eu compro tem uma história no minimo curiosa (ver os disco que marcaram a minha vida) é legal lembrar delas compartilhando com os colegas colecionadores como eu e na minha trajetória eu sinto falta das lojas de discos e o espaço de sociabilização que permitiam aos fãs de música que foi se perdendo e os colecionadores hoje são raros.


O futuro da música aguarda muitas surpresas e por isso fica impossível dizer qual formato vai ou não continuar ou desaparecer, mas fica uma reflexão sobre os meus anos como consumidor de música que a mudança de formato não cumpriu sua promessa de tornar a música mais barata e acessível pelo  contrário ficou mais cara e o mp3 também segue os mesmo passos porque uma hora a indústria vai conseguir fechar o cerco e os preços? mas o que eu entendo é que cada nova forma de tecnologia na história da humanidade trouxe conforto para uma minoria prometendo salvar a sociedade mas fracassou deixou a cada época um lastro de miséria e a música vai seguindo mesmo caminho e muitos desempregados vão surgindo imagine o prejuízo e o impacto social pois uma gravadora tem inúmeros funcionários e uma loja de discos também vários funcionários e sem falar nas outras empresas que gravitam em torno da indústria fornecendo variados produtos que vão parar nas mãos dos cosumidores finais.


Mas enquanto isso eu ainda me levanto cedo toda as manhãs de sábado e depois de um belo banho e um café da manhã supimpa eu pego meu carro e me desloco para o centro da cidade para peregrinar pelos sebos que resistiram ao tempo e que sobrevivem aos trancos e barrancos atrás de minhas preciosidades e vezes outras volto de sacolas cheias relembrando os velhos e bons tempos que aos poucos vão fechando sua cortinas encerrando uma época brilhante e mágica que hoje vive no museus de minhas memórias onde o passado parece renascer cada vez mais forte....