9 de fevereiro de 2012

Critica do Livro: Ponto Final Crônicas Sobre Os Anos 60 e Suas Desilusões (2010)


Poucos livros trataram a década de 1960 de uma maneira tão peculiar como o jornalista Mikal Gilmour que vivenciou tal período não só profissionalmente como um jovem comum e o que encontramos em Ponto Final  que pode ser considerado um clássico sobre a literatura do período traz um panorama sobre os ícones da década com um olhar próprio fugindo do convencional, ou seja, desvia do lugar comum onde entram aqueles clichês já  bem conhecidos sobre os astros aqui retratados. 


Classic Heavy: Halford - Ressurection (2000)



Em 1992 Rob Halford se despede do Judas Priest para formar do Fight que inicialmente seria apenas um projeto mas acabou lançou os álbuns de estúdio War Of Words (1994) e Small Deadly Spaces (1995),  cuja sonoridade difere-se consideravelmente de sua banda de origem começando pelo flerte com o thrash metal cheio de groove no estilo do Pantera  sem abandonar a sua linha tradicional mantendo a agressividade, o peso e a velocidade aliado aos vocais rasgados e potentes que renderam-lhe o apelido "Metal God" e com o fim do Fight em 1996 o vocalista não se abateu e continuou no cenário e aproveitando-se de  sua veia experimental acabou embarcado em novo um projeto totalmente diferente do que fazia nas suas bandas anteriores, pois, a proposta do Two era baseada no metal indústrial e no gótico e o resultado dessa experiência rendeu o álbum  Voyeurs (1998) que foi muito mal recebido principalmente pelos fãs radicais e não radicais que não pouparam criticas negativas ao álbum e mais polêmicas envolviam o vocalista que resolveu assumir publicamente sua homosexualidade (o que não foi problema nenhum para os fãs que mesmo assim continuaram apoiando e admirando o vocalista).


Classic Heavy: Nevermore - Neon Dreaming Black (1999)


O ano de 1999 foi um ano muito bom para o Heavy Metal, pois, marcava-se o período de retorno da popularidade do estilo que embora não atingisse o mesmo nível alcançado na década de 1980 pelo menos servia para mostrar que ao contrário do que muitos diziam e apostavam suas fixas ele não estava morto muito contrário estava funcionando a pleno vapor e a comprovação disso foram os inúmeros lançamentos que se seguiram durante a década que simplesmente servem também para contradizer os saudosistas que acham o heavy metal de qualidade só existiu durante a década anterior o que é um grande lorota com uma boa dose de sadismo.  


7 de fevereiro de 2012

Rock Memories: O Prazer do Colecionar ao Olhar o seu Acervo




Quando eu comecei a comprar discos e a me dedicar ao rock, heavy metal, soul, blues e jazz nunca parei para pensar que eu poderia me tornar um colecionador, pois, eu comprava discos afim de completar a discografia das minhas bandas e artistas solo favoritos e sempre zelei pelos meus lp´s e cd´s com todo cuidado o tanto que apenas eu os manuseio para evitar acidentes e os famosos constrangimentos decorrentes podendo até mesmo por fim a uma amizade dependendo do caso.

Itens da Minha Coleção de Vinil de Encher os Olhos

Mas enfim quando eu percebi que estava me tornando um colecionador de discos foi lá pela metade da década de 1990 quando o formato compact disc (cd) estava dominando o mercado e o lp estava indo para o "museu" em partes foi bom porque eu pude arrematar pequenos carregamentos de raridades que antes eram apenas um sonho distante mas que finalmente tornram-se realidade, mas como tinha um espaço limitado o cd acabou ganhando de goleada porque o vinil já não cabia mais dentro do meu quarto e ao contrário do "adversário" era no fim das contas relativamente mais barato pela economia do espaço. 


Alguns Itens de Minha Humilde Coleção de Vinil

E além de discos tinha a minha biblioteca que crescia porporcionalmente ao número de discos e como juntos cresciam consideravelmente a cada mês fui obrigado a deixar o vinil de lado e ficar atado aos duros grilhões impostos pelo o novo formato que na verdade é muito superior ao disco de vinil tanto pela qualidade do som e pela durabilidade e resistência pois não corre o risco de ficar inutilizado ao contrário do lp que pode ficar inutilizado por qualquer risco além da qualidade sonora que é inferior, mas este formato também tem os seus encantos como por exemplo a capa grande que possibilita a apreciação dos minimos detalhes da arte grafica, os chiados entre outros.


Mais Itens da Minha Coleção de Vinil Box Set do Slayer

Mas independente do formato e de seus encantos o prazer de ser colecionador e ter uma imensa quantidade de discos na prateleira para admirar e relembrar o passado e poder contar aos que estão do seu lado a saga em busca dos discos preferidos, tem uma outra parte fundamental as lojas de discos que a cada dia, mês e ano estão cada vez mais escassas e para aqueles que pensam o acervo de um "colecionador" é um hard drive (hd) e o espaço de intereção social é atrás de uma telinha de computador no MSN ou no chats da vidas balbuciando siglas que mal se entende, é que nestes espaços formavam-se não forjavam-se grandes amizades que não ficam restritos aquele espaço era aquele lance de freqüentar a casa dos amigos para ouvir discos, ou mesmo trocar discos, gravações e admirar a coleção dos amigos e também ouvir as histórias deles de como fizeram para adquir suas preciosidades.


Outro Item o Box do AC/DC 180 grms


É isso que falta nos tempo atuais pois eu não recrimino a atual forma de se consumir música já que ela  só é reflexo de uma sociedade cada vez mais apática, infantilizada e imediatista que mostra-se equivocada demais em relação ao que é ser moderno e acaba ignorando parte importante da vida que esta contida nos relacionamentos interpessoais que foram substituidos por redes sociais e outros aplicativos como os Soulseek, Kazaa, DC++ e Naspter onde as pessoas se escondem atrás de nomes ficticios para disparar ofenças raciais contra os outros o que por sinal é outro grave sintoma da sociedade atual.



Fechando a Minha Coleção a Segunda Parte do Box dos Rolling Stones (Vinil)


Bom eu vou ficando por aqui ao som de Wheels Of Confusion do Black Sabbath e enquanto isso vou admirando a minha coleção mexendo e remexendo nos meus discos folhando os encartes atrás de de informações lendo e relendo para mais tarde arriscar umas palavras em uma resenha para o blog ou apenas ler para me entreter enquanto escuto essa pérola do heavy metal que marcou época e ainda encanta gerações que prestam seu tributo e lealdade a uma das bandas mais importantes do cenário mundial e tenho certeza que boa parte dos colecionadores apesar de não o terem como um de seus preferidos pelo menos o repeitam devidamente e aqueles que como eu tem o álbum simplesmente sabem do seu valor e ao olharem para sua coleção sabem muito bem a razão de ser deste texto.  

6 de fevereiro de 2012

Rock Memories: A Falaciosa Volta do Disco de Vinil


A volta do disco de vinil é uma das maiores mentiras já publicadas pela imprensa, enfim trata-se de um embuste dos bons já que ultimamente a forma de consumir música vem mudando radicalmente com a entrada do MP3 que vem conquistando cada vez mais público e o resultado disso é o declinio das vendas do Compact Disc (CD), e com o desejo de recuperar as perdas sofridas as gravadoras partiram para uma "volta" do vinil.

Pois trata-se de um produto destinado a colecionadores conforme os anúncios cujas tiragens são limitadissimas e muitas vezes não chegam a mil unidades e detalhe custam pequenas fortunas em termos de Brasil, pois, não se encontra uma versão importada de um disco simples do Black Sabbath por menos de R$ 120,00 e se for duplo o preço pode triplicar ai podemos até pensar no mercado interno que foi relegado aos sebos onde discos se amontoam como objetos velhos que só ocupam espaço em casa esses nunca deixaram de existir e lá ainda pode-se encontrar alguma ou outra raridade com preço igualmente salgados.

Em 2010 a Polysom surgiu prometendo a tão sonhada volta deste formato tão amado pelos fãs de música, mas, o que se viu foi uma tremenda decepção já que se você quer aquecer um mercado que já não dá mais frutos você atrás de discos que tenham alto valor comercial que possibilitem essa volta em grande estilo e não simplesmente lançar discos de bandas como Ultraje a Rigor, Inimigos do Rei, Titãs, Chico Science e Nação Zumbi, Maria Rita, Ana Carolina, Pitti, Agridoce entre outros comercializando-os na faixa de R$ 64,90 a R$ 110,00 veja  por exemplo no caso dos três primeiros artistas os sebos estão abarrotados de cópias que custam de R$ 1,00 a R$ 5,00 enquanto os outros artistas você encontra no formato compact disc pelo preço de R$ 9,90 nas gôndolas das Lojas Americanas.

Se for levar em conta o público que consome este tipo de música ai a coisa piora porque são pessoas  caso  geralmente enchergam através das estreitissimas fendas de suas cavernas julgando o vinil como algo ultrapassado e como a maioria é adolescente e depende dos pais para poder consumir qualquer produto que seja o lance fica mais dificil porque os pais geralmente não vão liberar a grana para os seus queridos filhinhos  torrarem num disco e simplesmente dizem não tem na internet? e no caso dos mais velhos a coisa também é complicada, pois, muitos depois que casaram desovaram  seus discos nos sebos da vida (que hoje abarrotados pagam R$ 0,20 por cada lp) e não vão gastar pequenas fortunas em algo um dia já tiveram e que podem encontrar por um preço mais acessível nos sebos o que se pode afirmar com veemencia é que é um mercado destinado para um público literalmente seleto de condição financeira avantajada que pode consumir este material sem sentir descoforto algum o que evidencia  uma atitude utópica que no minimo provoca risos compulsivos. 

O que mais encomoda é ver que os empresário do ramo musical aproveitadores tentaram jogar para cima da galeraque havia uma febre nos EUA e Europa (que não se comparam de maneira alguma com o Brasil e em hipotese alguma podem ser considerados modelos de "modernidade" a serem seguidos porque nestes lugares o vinil nunca deixou de circular, pois, lojas como a Amoeba vende desde novos a usados sem falar nas feiras dedicadas ao tal formato mesmo que os lançamentos atuais ainda sejam tratados como itens de colecionadores) que gravitava em torno do tal formato e a imprensa sabe-se lá porque apoiou e publicou matérias e mais matérias anunciando a volta do formato para alegria dos colecionadores que logo se aborreceram quando perceberam o embuste fabricado pela industria e a mídia inclusive ontem no jornal local de maior circulação requentou essa história e publicou um caderno com capa de frente e mais textos que ocupavam o total de uma página e meia exibindo sebos.  

Percebendo um aumento que de fato ouve a Sony é a primeira a anunciar sua volta ao mercado de lp lançando um aparelho que na verdade é um conversor que passa o disco de vinil para mp3 mas também possibilita escutar as bolachas e pode ser plugado em qualquer aparelho de som e outro fabricante que não ficou atrás foi a Ion que disponibilizou quatro modelos toca discos e conversor o primeiro modelo o mais simples apenas converte e não possibilita escutar o disco, o segundo modelo converte e permite escutar o disco, o terceiro modelo converte diretamente para dentro de um Ipod desde que esteja acoplado a ele e o quarto modelo converte e grava o dvd no próprio aparelho no site do Amazon.com custam de U$$ 130,00 a U$$ 250,00.

Ai alguns poderão estranhar e perguntar onde o Brasil entra nesse história ambos os modelos estão disponiveis no Brasil mas custam de R$ 400,00 a R$ 2.600,00 no Mercado Livre ou nas lojas virtuais já que os grandes magazines como as Casas Bahia, Ponto Frio entre outros não comercializam este aparelho  sabe-se lá porque, e um importante detalhe que deve ser ressaltado é que o problema não fica restrito somente ao preço do aparelho e as peças de reposição como as agulhas por exemplo no caso da Ion não existe similar por exemplo as agulhas da Le Son não servem e além disso as agulhas são igualmente importadas chegando a custar de R$ 70,00 a R$ 120,00 uma única agulha, pois, imagine se a agulha quebrar o prejuízo no bolso.

Então considerando estes fatos como podemos falar em volta do vinil se as pessoas não estão correndo atrás de agulhas, aparelhos e discos e as lojas de disco coitadas continuam cerrandos suas portas esperando quem sabe por dias melhores para voltarem as atividades já que os downloads ilegais (trocas de música, arquivos compactados e cd´s piratas roubaram este espaço) o que explica do desespero das gravadoras, pois, nem o número de vendas de música digital supera o consumo ilegal, pois, como se sabe se os downloads pagos fossem suficientes as gravadoras talvez não estivessem amargando a atual crise e nem o Megauploud seria fechado e o dono seria preso e grande verdade disso é que os seus dirigentes são verdadeiros asnos.     

Para finalizar fica uma dica para os amantes do vinil a loja virtual Amazon.com possui um estoque enorme com relançamentos de bandas como Black Sabbath, Metallica, Judas Priest entre outras bandas e artistas solo desde o vinil simples, edições deluxe 180 grms e os box set especiais cujos preços variam de U$$ 15,00 a U$$ 300,00 e além disso tem os leilões de usados que contam com variados preços e você passa a negociar diretamente com o dono do material por intermédio do site e mais o frete que varia de U$$ 7,98 a U$$ 30,00 dependendo do peso da encomenda é acrescido uma taxa por kilo excedente enfim uma boa pedida para quem tem cartão internacional, mas, fiquem atento porque pessoa fisica pode importar no máximo até U$$ 50,00 sem pagar impostos, pois, acima desse valor pagam-se impostos proporcionais ao valor da mercadoria que em alguns casos vale a pena pagar. 

Mas ainda assim não dá para considerar uma volta do disco de vinil no Brasil levando em conta a estrutra disponivel para os consumidores cuja maioria não tem essa facilidade para consumir suas preciosidades no site norte americano e muito menos para dispor de pequenas furtunas que custam um terço de um salário minimo e no caso dos tocas discos a mesma coisa considerando que eles podem chegar a custar até 4 salários minimos, mas enfim o principal lema do capitalismo que é sonhar não é proíbido mas agora realizar o sonho já ~são outros quinhentos, mas, enfim cada um acredita no quer não é verdade?    
     

Critica do Livro: Heavy Metal A História Completa (2010)


Originamente publicado em 2003 pelo autor Ian Christe a obra se propõe a contar a história do estilo nos seus minimos detalhes, começando pelo Black Sabbath mas o defeito aparece ao negar outros percusores como o Blue Cheer, e outro fator importante do livro que ele descreve o desenvolvimento do estilo, ou seja, o período de transição liderado pelo Judas Priest que rompe cacoetes setentistas e passa a ser heavy metal criando as bases para a década seguinte onde surgiram subgêneros como power metal, speed metal e thrash metal. 


Critica do Livro: Queen Magic Works (2009)


O mercado editorial brasileiro vem surpreendo atualmente com o lançamento de várias biografias sejam elas sobre artistas de cinema, políticos ou personalidades históricas, mas a grande surpresa fica por conta do rock estilo que pegou no Brasil (não nas mesmas proporções dos países europeus e da América do Norte) e podemos encontrar um número razoável de biografias mesmo que fiquem restritas a bandas como Beatles, Rolling Stones, Bob Dylan e em alguns casos há espaço para outras bandas de igual expressão que passam um pouco desapercebidas.

A maior surpresa é que trata-se de um fato incomum, a biografia alvo deste texto foi escrita por um brasileiro fã do Queen e participante ativo do fã clube da banda além de ser membro de uma banda tributo do grupo britânico e baseado em alguns livros e revistas sobre a banda Marcelo Facundo Severo lançou, em 2009, Queen Magic Works pela Editora Mandacaru e inicialmente estava sendo comercializado apenas no site do fã clube.

A obra em questão aborda a produção musical, em detalhes, começando por uma breve biografia de cada integrante até a formação do Queen, para depois entrar na discografia, revelando os mínimos detalhes da gravação contando para os leitores até quais foram os instrumentos utilizados no estúdio em cada faixa gravada, e o que mais surpreende é quantidade de informações relevantes e precisas sobre a banda que o autor conseguiu reunir e transformar em livro que sem dúvida pode ser considerado um referencial para quem deseja mais do que ouvir os discos do Queen porque pode começar a expandir seus conhecimentos adquirindo este livro.

Embora seja uma pequena obra prima, o livro,  também tem seus defeitos que de maneira alguma depõe contra a grandiosidade do conjunto de informações que o compõe, muito pelo contrário, pois, apenas mostram as fragilidades de um escritor de primeira viagem e o que o faz tropeçar é que quando descreve os discos o faz de uma maneira positivista considerando aí também a forma cronológica utilizada para dividir os capítulos, a falha, nesse caso, é que cada um deles parece ser descolado, sem conexão, com a outro, pois, em alguns casos, os temas das letras poderiam ter sido mais discutidos. Um outro fator é que a descrição da discografia ficou com a cara de uma resenha mais aprofundada, técnica, carecendo de uma análise crítica mais profunda e também por não ter o contexto histórico que é importantíssimo para situar o leitor e ajudá-lo a compreender melhor o período em que estes discos foram lançados.

Resumindo trata-se uma grande obra que merece toda atenção dos fãs mais ardorosos, e, que, portanto, são os mais sedentos por informações detalhistas sobre a obra do grupo britânico que será largamente encontrada em Queen Magic Works que não é uma bíblia, mas contém um rico conjunto de informações que possibilitam informar muito bem o leitor desde o mais ardoroso assim como os iniciantes na obra da banda, ou aqueles que apenas pesquisam música, enfim, trata-se de uma excelente iniciativa, porque não é todos os dias que vemos um brazuka escrevendo uma biografia de alto nível neste mercado que é dominado esmagadoramente pelos jornalistas estrangeiros.

Nota: 9,0