9 de fevereiro de 2012

Critica do Livro: Ponto Final Crônicas Sobre Os Anos 60 e Suas Desilusões (2010)


Poucos livros trataram a década de 1960 de uma maneira tão peculiar como o jornalista Mikal Gilmour que vivenciou tal período não só profissionalmente como um jovem comum e o que encontramos em Ponto Final  que pode ser considerado um clássico sobre a literatura do período traz um panorama sobre os ícones da década com um olhar próprio fugindo do convencional, ou seja, desvia do lugar comum onde entram aqueles clichês já  bem conhecidos sobre os astros aqui retratados. 



O livro é composto por uma coletânea de artigos já publicados pelo autor na revista Rolling Stone (da qual faz parte desde de 1971),  que reconstroem de maneira precisa o cenário da década de 1960 e da revolução cultural ocorrida nesse período que foi capitaneada pelos jovens que resolveram dize basta a rigidez da sociedade e assim demolir as suas regras opressoras e para isso embarcaram em uma viagem emocionante em busca de transformar o mundo. 

Mikal Gilmour
E embalados pelas drogas montados no cavalo branco da liberdade comportamental adquirida revolucionam literatura e a música que conseqüentemente mudam os comportamentos e dividem a sociedade visando reinventar o mundo e é ai que entra a genialidade de Mikal Gilmour ao fazer esse retrato da juventude do período que dominou a produção cultural.

Mas essa revolução teve um preço a ser pago, pois, até onde o sonho foi possível? O que valeu a pena? essas são as perguntas que o autor levanta e responde com maestria ao escrever de maneira critica sobre artista do ramo musical como Grateful Dead, Jim Morrison, John Lennon,  Pink Floyd, Bob Marley, Johnny Cash e na literatura escritores  Allen Ginsberg, Ken Kesey e jornalista Hunter Thompson incluindo nesta lista as experiências lisergicas de Timothy  Leary. 

Todos eles radicalizaram tanto na vida como na sua arte o seu desejo de transformar, transcender e pagaram um preço muito alto em alguns casos, mas, valeu a pena, pois, a cultura nunca mais teve a mesma agitação, ebolução e efervescencia que teve na década em questão , pois depois como ressalta o jornalista no prefácio de sua obra depois da experiência com a juventude daqueles tempo foi nada mais que campanhas para desacreditar a cultura pop que transfomou-se num belo produto de consumo com destino a apenas as familias de classe média, mas, sonhar não é proíbido para quem acredita nas possibilidades do amanhã. 

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