25 de julho de 2012

Álbum da Semana: Machine Head - Unto The Locust (2011)


Desde 2000 quando o Venom lançou o álbum Ressurection e o Overkill lançou álbuns como Killbox 13 entre outros eu não ouvia um som tão pesado e moderno, mas a minha surpresa veio quando eu descobri que este tipo de som seria a nova estética que guiaria os rumos do heavy metal na década passada e atual. pois nesta linha outras bandas como: o Trivium por exemplo, que faz um som bem legal e junto com o Machine Head que nos últimos deixou o New Metal de lado e voltou ao Thrash Metal lançou dois álbuns espetaculares Through the Ashes of Empire (2003) e The Blackening (2007) que seria o prenuncio do que estaria por vir poucos anos depois. 



No ano passado o Machine Head surpreendeu o cenário heavy metal ao lançar Unto The Locust, pois este álbum pode ser considerado desde já uma verdadeira obra prima dos tempos atuais. Aqui tudo está no lugar certo, começando pela afirmação que regras não são feitas para serem seguidas, coisa que os norte americanos mostraram perfeitamente ao quebra-las. As melodias se encaixam perfeitamente com as partes rápidas e agressivas aliadas aos vocais ora guturais e ora limpos de Robb Flynn que está cantando de maneira impecável e isso mostra que as aulas que o vocalista tomou afim de aperfeiçoar a sua maneira de cantar foram muito eficientes e por isso aqui já temos um grande diferencial.

Os elementos do Thrash Metal correria estão aqui dialogando com os momentos cadenciados e pesados também, pois em momento algum o disco decaí porque como já disse antes em Unto The Locust tudo está no seu devido lugar, totalmente equilibrado e bem balanceado. A produção de Robb Flynn e do engenheiro de som Juan Arteaga foram fundamentais para deixar o álbum com o som cristalino, sujo e pesado com o heavy metal mais brutal tem que ser. Outro ponto que chama a atenção neste álbum é capa cuja confecção ficou por conta  do designer gráfico Paul Gerrard que mandou muito bem em criar esse gafanhoto verde e os adereços em preto, simplesmente demais. 


O disco ficou resumido apenas e sete faixas longas e complexas e por isso não é um álbum que você ouve e entende logo de cara é necessário ouvi-lo várias e várias vezes, pois estamos diante de um trabalho diferenciado, pouquíssimas vezes visto ao longo dos anos no cenário heavy metal. Para os fãs de cabeça mais fechada (radicais, true e etc.), talvez este álbum seja um pecado mortal pelo fato de trazer uma série de possibilidades que ainda não haviam sido testadas antes, mas para a felicidade geral da nação progressista do estilo, o álbum foi muito bem sucedido e por isso já é clássico.

A banda mostra que está realmente de volta e esbanja a maturidade e um nível de excelência que foi acumulada ao longo dos anos que a banda caminhou pela estrada e estúdios da vida gravando seus discos e experimentando não só de momentos alegres e felizes, pois os momentos fazem parte e no caso do Machine Head não foi exceção. Além de unir peso, melodia e agressividade e o groove sempre presente as guitarras fizeram um excelente trabalho e merecem ser destacadas porque são o outro grande diferencial deste álbum cujas influências englobam o melhor da NWOBHM e do Thrash Metal. 

   
Sem mais delongas entremos na parte mais interessante do álbum as faixas e comecemos pelo conceito do álbum já que muitas letras são carregadas de passagens e alusões a religião e o gafanhoto da capa é apenas uma metáfora que não está ligada a praga bíblica e sim no sentido das pessoas ou instituições que entram em sua vida disfarçadas, ou seja, oferecem várias "soluções" para os seus problemas e na verdade trazem outros muito piores. Os destaques do álbum, foi uma grande polêmica de ordem pessoal porque nunca disco como este onde tudo anda pelo mesmo caminho quado se pensa em qualidade ficou difícil pinça-las.

Então sendo assim eu destaco três faixas que considero ser um perfeito resumo do álbum. A faixa que abre o álbum "I Am Hell" já começa com um coro em latim (Sangre Sani), para depois cair no peso das guitarras que despejam riffs poderosos e super pesados e derrepente entrar no thrash correria. Quem se destaca nesta faixa é Robb Flynn que está cantando absurdamente bem com voz rasgada, rápida e melódica também. Já em "Be Still And Know" a quarta faixa do álbum já começa com um solo bem melodioso, repleta de groove e a voz de Robb Flynn volta as melodias e se completa com o backing vocal do baixista Adam Duce para explodir, ou seja, chegar ao seu ápice nos refrões. O encerramento com a faixa "Who We Are" traz outra surpresa que caiu muito bem no som do Machine Head é coro das crianças (que são filhos de Juan Arteaga e do próprio Robb Flynn), fora que a faixa parece ser o prenúncio do apocalipse cujo andamento pesado cheio de groove trata de colocar mais lenha nessa fogueira e mais uma vez os riffs melódicos de guitarra são matadores e os refrões são grudentos também.  

E justamente por todo o conjunto apresentado em Unto The Locust ele mereceu estar na lista de melhores do ano de 2011 e quem o fez sabia o potencial do disco e não havia porque não estar lá. Eu por muito tempo negligenciei álbuns desta vertente, mas a idade passa para todos e alguns mudam enquanto outros ficam ainda piores do que já eram, mas no meu caso a idade e as mudanças necessárias foram benéficas e por isso ao invés de me divertir apenas com as mesmas coisas hoje eu me divirto com várias boas e este álbum é apenas um exemplo e por isso eu o indico para todos os fãs de metal, sem exceções porque quem sabe ele não pode ajudar a você a abrir a sua cabeça e te fazer enxergar que o mundo é bem maior do que você pensa.  
       














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