9 de janeiro de 2013

Livros: Neil Young - Autobiografia (2012)


Geralmente toda autobiografia, o autor sempre faz uma análise sobre a sua carreira e principalmente coloca o seu ponto de vista sobre a sua obra além de fornecer algumas informações esclarecedoras a respeito de pontos que ficaram nublados no passado e deram margem a criação de inúmeras e lendas e mitos a respeito do tema junto aos fãs. No caso de Neil Young a história é bem diferente, pois no seu livro o artista não faz nenhuma nenhuma analise profunda da sua carreira, muito pelo contrário ele abre as portas da intimidade dele e fala sem constrangimento algum. 



O ponto de partida de partida do livro começa com ele contando sobre a sua paixão pelos trens (de brinquedo) e inclusive é acionista de uma empresa de trens de brinquedo, enfim ele é apaixonado não só pelos trens, mas por todo o tipo de transporte e também fala sobre a sua coleção de carros que está muito bem guardada na garagem de sua casa onde também abriga um pequeno estúdio de gravação local onde ele admite ter gravado alguns dos seus álbuns. 

Enfim, Neil Young pode ser descrito como Workholic, pois o cara além da música também está envolvido em outros projetos e um dos mais importantes é o seu automóvel movido a bioenergia e outro dos mais importantes que ocupa muitas páginas do livro é o Pure Tone, que segundo ele melhora a qualidade do MP3 e trás de volta a música a qualidade que segundo ele a música perdeu e por isso não desperta mais o interesse do grande público.

Para quem não conhece a carreira do artista fica complicado entender algumas passagens, pois ele dá vários saltos e isso pode complicar e muito para quem ainda não é iniciado na história do cantor e no seu trabalho, pois ele cita muitos nomes, mas não se dá ao trabalho de explicar que eles são, qual a importância deles na estrada ao lado músico e outro fator complicador é que a obra não está no período cronológico e por isso ele pode começar falando de uma situação que aconteceu em 1968 e sem aviso prévio pular para outra mais recente. Neil Young até fala sobre o começo de sua carreira, mas em algumas passagens você precisa ter um conhecimento sobre cultura muito grande para poder entender o que ele está dizendo, e de certa maneira é superficial pela falta de aprofundamento, mas fala de maneira sucinta e bem clara sobre a sua fidelidade ao estilo do qual participa a mais de quarenta anos.   

Ele fala sobre a família, no caso o grande amor que tem pela sua esposa Pegi Young (que inclusive é cantora também e tem vários álbuns na praça), fala sem o menor constrangimentos sobre as dificuldades de criar dois filhos (Ben e Zekk), que possuem paralisia cerebral de forma emocional e por isso comovente e também fala sobre o amor e a adoração que tinha pelo pai dele, que foi um escritor e jornalista famoso no Canadá. Fala também dos desentendimentos que teve com o Buffalo Springfield e com Crosby, Stills and Nash e em momento algum foge, muito pelo contrário toca o dedo na ferida sem medo das dores.    

Para você conhecer a carreira musical o negócio é ir atrás do álbuns, mas se você quiser informações sobre a vida privada (e algumas pequenas informações musicais) está aqui um bom começo recheado de boas informações, pois aqui ele não quis abordar apenas a sua carreira e fica bem claro que ele quis repartir com o seu público o cara simples e comum que tem os seus gostos, alegrias e tristezas e por isso a honestidade está assegurada nesta autobiografia. Então leitor pode compra-la sem medo, porque ela é um relato surpreendente sobre a vida pessoal de um astro que faz questão de deixar bem claro, que também é uma pessoa comum e é isso que faz de livro tão interessante.     


















Nenhum comentário:

Postar um comentário