19 de agosto de 2012

Resenha de cd: Neil Young and Crazy Horse - Americana (2012)


A parceria entre Neil Young é uma das mais bem sucedidas do rock no final da década de 1960 lançaram o primeiro disco em conjunto Everybody Knows This is Nowhere (1969) e no meio da década de 1970 voltaram a trabalhar juntos e o resultado é o clássico Zuma (1975) e continuaram acontecendo durante a carreira de ambos e o último trabalho registrado por eles é o álbum Greendale (2003) e depois de nove anos eles estão de volta com o álbum Americana que na verdade não é um álbum de inéditas contém releituras de canções folclóricas norte americanas. 



Se tratando de releituras é lógico que as faixas ganharam um nova roupagem sonora e por isso nada tem haver com as versões originais, pois se fosse para mantê-las não era necessário perder tempo com elas embora o melhor a se fazer considerando o potencial deste super time de músicos e o histórico de lançamentos o mais correto seria lançar um álbum de inéditas. Para essa empreitada o trabalho foi realizado em conjunto, ou seja, Neil Young, Sampedro (que voltou a trabalhar com Young após 16 anos), Billy Talbot e Ralph Molina. E a parte interessante é que o disco promove uma viagem pela história dos EUA através de faixas como: "Oh Suzanna", "Clementine", "Tom Dula" e "Gallows Polle (cuja música também já foi regravada pelo Led Zeppelin no seu terceiro álbum)" utilizadas pelas forças armadas durante a guerra cívil e também inclui canções de cunho religioso como "The Jesus Chariot (Shell Be Coming Round the Mountain)" e também entra no álbum o hino do Reino Unido.      

O álbum não pretende apenas contar a história dos EUA, mas trata-se também de resgatar os significados de versos que foram suprimidos das versões originais e tentar reconstruir o pensamento coletivo do período, ou seja, qual era o impacto dessas canções na época em que foram lançadas é uma boa pesquisa histórica já que envolve a memória coletiva e dá a voz para os atores sociais daquele passado falarem um pouco sobre o seu período porque essas faixas foram re-significadas de acordo com os momentos históricos vividos nos EUA (como a abolição da escravidão, a corrida do ouro entre outros). 


O álbum se resume a 11 faixas, cujos os trabalhos ficaram belíssimos e mais uma vez está parceria foi feliz na escolha dos temas para trabalhar e o álbum Americana foi praticamente gravado ao vivo assim como já foi feito em tempos passados e as características estão lá presentes velhas companheiras do grupo guitarras distorcidas no talo e fora que existem muito erros, algumas desafinações enfim é o espírito do rock resgatando a história e como já foi dito antes dando voz a esse passado e aos seus atores que voltam para passar as suas mensagens através das cantigas populares carregadas de significados e mais significados que retratam a sociedade de um época, está bem ao alcance de quem quiser ouvi-lo e vale muito apena neste caso.   

Por outro lado apresentam outra parte da história dos EUA que no caso se trata da riqueza musical que conjuga e condensa a música africana e européia e por isso podem promover um entendimento porque aquele país é a terra do Jazz, Blues, Rock, Country e etc. E por essas surpresas como a apresentada em Americana é que podemos dizer que o ano de 2012 é um dos melhores da música e que esta parceria ainda pode fazer muito mais e com certeza fará começando por nos presentear um dos grandes álbuns deste ano. 

NOTA: 9,0

Faixas:

  1. Oh Susannah
  2. Clementine
  3. Tom Dula
  4. Gallows Pole
  5. Get a Job
  6. Travel On
  7. High Flyin’ Bird
  8. Jesus’ Chariot (She’ll Be Coming Round the Mountain)
  9. This Land is Your Land
  10. Wayfarin’ Stranger
  11. God Save the Queen












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