19 de agosto de 2012

Resenha de cd: Napalm Death - Utilitarian (2012)


O Napalm Death é um dos ícones do grindcore porque nunca repetiu um disco e Utilitarian vem para ratificar isso e mostrar que a banda está mais viva do que nunca e também justificar porque detém essa posição, pois a sonoridade crua e bruta da banda sempre serviu como um pano de fundo para a banda destilar letras políticas, críticas assim como pede o gênero. O grupo mostra que não existem limites e qualquer gênero pode extrapolar as suas regras estéticas sem soar "vendido", "comercial" ou "poser" mesmo. 



A capa já diz tudo sobre o disco e algumas de seus letras são críticas a sociedade européia que amarga uma das crises mais profundas de suas história que se repete assim como aconteceu no começo do século passado e os resultados sabemos bem qual é. Neste álbum a banda resolveu experimenta ainda mais assim como fez nos álbuns Fear, Empitness and Despair (1994), Words From the Exit Wound (1998) e Enemy of the Music Business (2000) que é o a síntese dos dois anteriores, mas a banda resolveu ir além e nos anos 2000 mostrou um som mais potente ainda revelando um caminho que ainda não havia seguido e lançou os excelentes The Code is Red...Long Live the Cod (2005), que apresentou um som mais refinado um bom diálogo com Thrash Metal e depois vieram na mesma linha Smear Campaign (2006) e Time Waits For No Slaves (2009) cujo som foi elevado a enésima potência. 

Três se passaram e o Napalm Death saí da moita dando pedra mostrando que ainda vai dar muito o que falar, pois a atilharia do grupo está mais afiada do que nunca e está soltando farpas através de Utilitariam que é um mix desse período conturbado com o seu ressurgimento na metade dos anos 2000 é claro que o som continua brutal, violento e esporrento como sempre foi, mas está um pouco mais atmosférico e sombrio climas que estão muito próximos deste gênero e é impossível negá-los até pela temática enfocada pelo grupo. 

    
O álbum é pura ousadia e o exemplo disso começa pelo saxofone tocado de maneira insana como se fosse uma locomotiva pelo músico John Zorn em "Everyday Pox"  um dos destaques do álbum uma verdadeira declaração de insanidade. O álbum segue com vários níveis de velocidade, mas insanidade continua lá firme e forte enfim é convite difícil de ser recusado e na sequência vem outras faixa ensurdecedoras como The Wolf I Feed que é uma bela crítica a sociedade européia e a surgimento dos movimentos ultra nacionalistas que estão crescendo nos países onde a crise que se instalou no velho continente e as instituições e corporações que causaram-na também não escapam dela, pois o recado é direto e simples a história se repete e por isso devemos ter cuidado a quem delegamos a responsabilidade de governar e na estrutura da faixa os vocais de Barney também são limpos e brutais e ainda tem a interferência do guitarrista Mitch Harris e do baixista Shane Embury também, e pelo seu conjunto é a melhor faixa do álbum. 

O álbum como já foi dito é cheio de matizes diferentes que o tornam não homogêneo e nessa linha o álbum despeja as faixas "Leper Colony" e "Blank Look About Face" e a velocidade insana da sus voltas com as faixas "Protection Racket", Collision Course" e ""Leper Colony", pouco ou quer mais? Agora o que falta para este grupo britânico é lapidar mais as composições se pretende seguir este caminho o álbum é ruim muito longe disso, estamos falando de um bom álbum, mas só precisa de uma produção que o deixe mais compreensível porque o som ficou embolado em alguns momentos, mas fica para a próxima.


  
A versão brasileira lançada pela Shinigami Records trata-se de um digipack luxuoso que se abre em duas partes que abrem completamente e permitem que a arte gráfica seja inteiramente vista e também vem com um encarte bem gordinho, ou seja, repleto de fotos e informações adicionais e claro as letras das faixas e contém também mais duas faixas bônus "Aim Without an Aim" e  "Everything in Mono", mas infelizmente a versão em vinil nem passou perto de nós quando será que poderemos voltar comprar LP'S a fazer parte desse mercado?  

Utilitariam é um álbum para ser escutado no volume máximo e merece todo o respeito dos fãs da banda e para você que ainda não conhece o Napalm Death pode começar por ele e embora não seja o melhor álbum da banda funciona como um roteiro do que a banda sabe fazer e o faz muito bem um grindcore esporrento que não faz concessões e pelo visto jamais fará independente dos experimentos que a banda faça, pois o que ninguém merece são formulas requentadas. 

NOTA: 8,0


Faixas:
  1. Circumspect
  2. Errors in the Signals
  3. Everyday Pox
  4. Protection Racket
  5. The Wolf I Feed
  6. Quarantined
  7. Fall on Their Swords
  8. Collision Course
  9. Orders of Magnitude
  10. Think Tank Trials
  11. Blank Look About
  12. Leper Colony
  13. Aim Without An Aim
  14. Everything in Mono
  15. Nom de Guerre
  16. Analysis Paralysis
  17. Opposites Repellent
  18. A Gag Reflex
  
Veja também o clipe The Wolf I Feed:














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