Quando
Ken Kesey em 1962 publicou o livro “O Estranho no Ninho” não esperava que o
livro obtivesse de imediato o sucesso que teve e assim se tornasse um best
seller que seria adaptado para o teatro e logo mais entraria pela porta da
frente em Hollywood através da adaptação de Milos Fornan e neste gênero também se
torna-se um clássico assistido por milhares, milhões de pessoas no mundo
ocidental.
Na
trama temos como protagonistas Jack Nicolson (no papel de McMurphy um detento que
alega insanidade para fugir do trabalhar e vai parar numa instituição para
alienados onde começa a instigar os pacientes a rebelar-se contra o sistema) e
Louise Fletcher (no papel da sinistra enfermeira-chefe Ratched).
A
película mostra a inserção de um indivíduo inserido numa sociedade onde ele
começa a desviar-se das normas locais chocando-se diretamente contra as
autoridades estabelecidas. Podemos notar que esse tipo de comportamento é
encontrado nas pessoas conscientes de que apenas existem as regras do local de
origem e, portanto, só obedece a esses padrões culturais já preexistentes em
sua visão de mundo já formada. Desta maneira podemos compreender que uma
sociedade não é um lugar qualquer livre de regras, pois estas e as instituições
existem justamente para regular a vida dos cidadãos seja em uma cidade ou um
país e ai o conjunto de regras aplicadas pelas instituições servem para a
manutenção do bem comum.
O
protagonista McMurphy no seu convívio com os outros pacientes começa a alterar
a vida daquelas pessoas que recebiam punições terríveis pelos desvios cometidos
(desde agressões físicas até choques elétricos e em último caso eram lobotomizados).
Neste as punições serviam para desestimular os outros a cometeram os mesmos “delitos”
e assim notamos que cada sociedade tem as suas formas de punir e fazê-las
servir de exemplo aos demais e exemplos encontram-se na própria história desde
a antiguidade até os dias de hoje, mas cada um de sua maneira.
Durante
o desenrolar do filme McMurphy torna-se o líder da rapaziada e também se torna
o protetor deles evitando que eles sofram as terríveis punições. Nota-se o carisma
de sua interação com os seus colegas e os seus discursos legitimavam essa liderança
e para aquelas pessoas esses discursos continham mensagens de liberdade.
Na
história, o líder, sempre se sobressaiu no seu grupo devido a seu carisma,
porém como ressalta Weber (sociólogo) ele é de curta duração, mas os seus efeitos
não e isso se explica no ressurgimento dos velhos padrões e justamente ai que
você os efeitos prolongados porque as pessoas nunca mais são as mesmas, e ai
podemos ver mudanças que não se imaginavam possíveis.
Neste
retrato a liberdade que se quer atingir está longe da realidade social, real
porque não existe meios para alcança-las sem conviver com a política, as regras.
Para realçar o fator regras relembremos do sociólogo francês Émile Durkheim cujo
livro as “Regras do Método Sociológico” diz: “que o homem é coagido a seguir
determinadas regras exteriores e anteriores ao indivíduo que controlam a sua
ação, constrangido a seguir normas sociais que lhe são impostas desde seu
nascimento e que não tem poder para modificar”.
Através
destes dois pensadores podemos contatar que a sociedade é quem assume o
controle e é quem pune o cidadão que se desvia das normas e também é ela quem o
assimila e o prepara para aceita-las e segui-las e apesar de ter autonomia para
escolher os seus caminhos essa escolha feita é mediada, ou seja, condicionada
pelas regras e qualquer passo fora dos limites o sujeito encontrará a devida
punição aplicada pela sociedade e suas instituições.
O
filme “Um Estranho no Ninho” mostra com clareza e objetividade o funcionamento
de uma sociedade com as suas celeumas que se desenrolam através do
relacionamento interpessoal entre os seus indivíduos nas suas produções
culturais e todo o funcionamento das instituições em cada uma de suas funções
sociais.
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