Para muitos ficou a impressão que a década de 1990
não teve nada além do grunge, mas não é verdade. O que aconteceu é que de
tempos em tempos mudanças ocorrem por vários motivos e neste caso um dos
principais fatores é referente ao público e determina nos rumos, novos
personagens. O heavy metal não havia acabado e nem saído de cena apenas não
tinha mais a popularidade e nem o sucesso dos seus dias gloriosos.
Novos artistas (bandas) surgiram e novas
sonoridades tomaram conta do cenário à contra gosto de muitas pessoas
principalmente dos saudosistas e dos radicais que jamais aceitaram essas
mudanças que são inerentes a qualquer sociedade. A música boa nunca parou de ser produzida, e
muitos álbuns incríveis, originais foram para o mundo brigar por seu lugar ao
sol e obtiveram êxito e acabaram sobrevivendo ao teste do tempo e tornaram-se
clássicos de uma década marginalizada.
Acontece que as pessoas que deveriam fazer as
coisas acontecerem não fizeram e, portanto, não dá e nem tem cabimento culpar a
derrocada de um estilo musical por causa da ascensão de outro, pois não é assim
que funciona e jamais será. O que interessa aqui é mostra o que estava rolando
de importante para o heavy metal naquela época, pois quer queiram ou não os
detratores o ano foi bom e algumas bandas diferenciadas surgiram e emplacaram
verdadeiras obras primas.
Para os mais velhos peço que esqueçam as mágoas e
sigam em frente curtindo as possibilidades e variedades que o ano de 1994
proporcionou e olhem para frente com os pés no chão e caminhem pelo presente
abrindo o coração e a mente para diversidade de estilos musicais. Para os mais
novos olhem para o passado sem radicalismos e vivam o presente como senão
tivesse amanhã, pois a música boa não tem época. Enfim, espero que se divirtam
e discutam cada um destes discos e corram atrás deles para entender o que foi a
década de 1990. Boa leitura!
Pantera - Far Beyond Driven
Ano de lançamento: 1994
País de origem: EUA
Estilo: Thrash/Groove Metal
Line-up: Philip Anselmo (v), Dimebag Darrel (g), Rex (bx) e Vinnie Paul (bt)
Premiação: Disco de platina (RIAA)
Produção: Terry Date
Na década de 1990, o Pantera dá uma virada na mesa e aquele som hard rock estilo glam é simplesmente abolido e dá lugar a uma música mais agressiva, pesada e cheia de groove cujo som de guitarra furioso é o condutor que eletriza os ouvintes. Depois de Vulgar Display of Power que consolidou a "nova banda" no cenário heavy metal da incipiente década dando para a galera novo combustível, clássicos e ídolos. Far Beyond Driven é uma continuação dos anteriores, porém voltado o groove e outra característica ficou clara e acompanhou a banda por toda a sua carreira, a fixação no Black Sabbath.
É difícil citar uma música desse álbum especial, pois todas estão no mesmo nível, mas o maior sucesso comercial do álbum foi o cover de Planet Caravan, do Black Sabbath que foi publicada em 1970, no álbum Paranoid. O álbum assim como seus antecessores foi comercialmente bem sucedido. Ele trazia consigo os gritos de rebelião contra o sistema opressor e ofereceu um novo éden para a juventude daquele momento, pois mostrava que o com e velho heavy metal estava mais vivo do que nunca.
Machine Head - Burn my Eyes
Ano de lançamento: 1994
País de origem: EUA
Estilo: Groove Metal
Line-up: Robb Flynn (v, g), Logan Mader (g), Adan Duce (bx) e Chris Kontos (bt)
Premiação: Disco de prata (BPI)
Produção: Colin Richardson
Os anos também tiveram a sua magia, seus clássicos, mas infelizmente foi marginalizado não por completo. As bandas que antes praticavam thrash metal tentaram migrar para o outro lado da força visando continua na estrada, mas infelizmente as coisas não foram bem sucedidas e muitos disseram adeus antes do sol se por. O Machine Head para quem não sabe nasceu das cinzas do Vio-lence (banda de thrash metal). O quarteto fantástico norte americano deixou a sua marca na história do heavy metal emplacando uma verdadeira, genuína obra de arte.
Pouquíssimas são as bandas que fazem o cenário pegar fogo logo de cara e causar furor sem precedentes. A banda não tardou a virar sensação e o heavy metal dos caras combinado com thrash assume forma sonora perversa, violenta e totalmente agressiva características que perseguiram os caras até os dias atuais. Esse é um disco para você sentar e esquecer do mundo e concentrar-se dentro de si e refletir a sua vida e o que vale a pena para ela e por ai já se vê como o ano de 1994 foi um ano muito legal, mas o azar dele foi estar numa década injustiçada.
Nevermore - Nevermore
Ano de lançamento: 1994
País de origem: EUA
Estilo: Thrash Metal
Line-up: Warrel Dane (v), Jeff Loomis (g), Jim Sheppard (bx) e Van Willams (bt)
Premiação: Desconhecida
Produção: Neil Kernon
Todas as épocas são recheadas de clássicos uma produzem mais outras menos, mas estes nunca deixam de aparecer e marcar o seu lugar no cenário. O Nevermore surgiu após o fim do Sanctuary e imagine você uma banda de heavy metal com um vocalista cuja formação é sociologia e teologia e com um dom para cantar como ninguém, um guitarrista virtuose, um baixista e um baterista de peso desigual. O som foge totalmente dos anos 80, a década de 1990 nesse quesito abriu as portas para entrar em cena uma galera que radicalizou e criou uma nova atmosfera sonora.
Esta estréia é outra daquelas que de cara deixam boquiaberto, mas infelizmente devido a burrice coletiva passa desapercebido. What Tomorrow Knows, The Sanity Assassin, Garden of Grey e The Hurting Worlds trazem todas as características do grupo que apostou numa música sombria, pesada misturando o metal, progressivo criando uma sonoridade furiosa única, temperada pelo timbre gótico da voz de Warrel Dane um verdadeiro maestro da tristeza acompanhado por uma sinfonia que é marcada por músicos que tocam, cantam, expondo de forma crua, bruta e sem pudores as dores de um mundo podre, corroído e decadente.
Amorphis - Tales From the Thousand Lakes
Ano de lançamento: 1994
País de origem: Finlândia
Estilo: Death/Doom Metal
Line-up: Tomi Koivussari (v), Esa Holopainen (g), Olli-Pekka Laine (bx), Jan Rechberger (bt), Kasper Martenson (t).
Premiação: Desconhecida
Produção: Thomas Skogsberg e Amorphis.
Novas bandas e novos estilos sempre trazem novidades e possibilidades para se vislumbrar o futuro. Sempre é necessário renovar, andar para frente e no caso o Amorphis foi uma banda de bem sucedida nessa tarefa em 1992 estrearam no cenário com The Karelian Ishtmus cuja sonoridade pesada, violenta e arrastada também mostravam uma banda voltada para o Death Metal. Outro fator legal e positivo é que a banda vem da Finlândia um país que não tinha até então o mesmo prestígio e tradição no meta, apesar de na década de 1980 ter lançado as suas raras pérolas.
Em Tales From the Thousand Lakes, a banda apostou numa sonoridade voltada ao Doom Metal e investiu num maior acréscimo de teclados a composição importantes para dar climas mais sombrios, mórbidos e até uma flautas foram acrescentadas para acentuar essa atmosfera desejada. O grupo manteve o peso, a agressividade e as demais características de uma banda de metal extremo, mas soube equilibrar os dois lados da moeda e o resultado é um álbum único, cativante, hipnótico que te leva para as profundezas dos lagos para te contar os segredos mais secretos.
Slayer - Divine Intervention
Ano de lançamento: 1994
País de origem: EUA
Estilo: Thrash Metal
Line-up: Tom Araya (v, bx), Kerry King (g), Jeff Hanneman (g) e Paul Bostaph (bt)
Premiação: Disco de ouro (RIAA) e disco de platina (MC)
Produção: Rick Rubin e Toby Wright
O Slayer é uma banda que dispensa apresentações a sua carreira e os seus discos dizem tudo o que é necessário. Na década de 1990, o grupo começou arrasando com Seasons in the Abyss (1990) e com o ao vivo Decade of Aggression (1991). Aquela sonoridade thrash tradicional ainda estava lá, mas o grupo já indicava mudanças na sonoridade e isso era apenas uma questão de um álbum e assim o foi o lançamento de Divine Intervention foi um salto para o grupo dessa sonoridade brutal para outra ainda mais arrasadora e mais bruta ainda.
O disco é uma combinação perfeita do hardcore com o metal e novamente o grupo mostrou que realmente não existe limites quando se trata de explorar o peso, a brutalidade, a agressividade. Este clássico também marca o primeiro registro de estúdio sem o cubano Dave Lombardo. Faixas como Ditohead (que rendeu um video clipe veículado a exaustão na MTV), Killing Fields, Divine Intervention mostram que o Slayer não é uma banda comum e que muito menos faz concessões para as modinhas.
Megadeth - Youthnasia
Ano de lançamento: 1994
País de origem: EUA
Estilo: Thrash Metal
Line-up: Dave Mustaine v, g), Marty Friedman (g), David Ellefson (bx) e Nick Menza (bt)
Premiação: Disco de platina (RIAA)
Produção: Dave Mustaine e Max Norman
O Megadeth sempre uma banda de primeira linha e isso inegável, os caras nos 80 gravaram discos memoráveis que os colocaram entre os gigantes do thrash metal. Na década de 1990, logo de cara emplacam Rust in Peace, o álbum dos sonhos de qualquer fã deste subgênero e depois se consagraram entre os gigantes do panteão metálico com Countdown to Extinction este já apresentava sensíveis mudanças na direção musical que cada vez mais começou a se distanciar do som virulento preconizado pelo thrash metal.
Com o lançamento de Youthnasia isso ficou mais evidente, pois este disco seguia uma linha mais técnica e mais centrada no heavy metal. O disco é um clássico óbvio um dos últimos momentos de gênio em estúdio. A poderosa Day of Reckoning é a faixa mais potente do disco, mas claro que as demais não ficam devendo apesar de serem ligeiramente mais leves. A Tout Le Monde é uma ótima música para se ouvir fazendo qualquer leitura e o restante você pode ouvir com o amigos, namorada se divertindo no último por ai, pois é isso que é o heavy metal diversão que você provavelmente encontrar aqui.
Mercyful Fate - Time
Ano de lançamento: 1994
País de origem: Dinamarca
Estilo: Heavy Metal
Line-up: King Diamond (v), Michael Denner (g), Hank Sherman (g), Sharlee D'Angelo (bx) e Snowy White (bt)
Premiação: Desconhecida
Produção: King Diamond, Tim Kimsey, Hank Shermann
A volta do Mercyful Fate na época me pegou de surpresa, o primeiro álbum In the Shadows (1993) trazia aquela banda de volta a cena, enfim parecia que continuaram de onde haviam parado como se nada tivesse acontecido. Em 1994 soltaram Time um disco relativamente mais fraco que o seu antecessor, mas que trazia o espírito do grupo na íntegra. O som é aquele velho heavy metal com guitarras gêmeas pesa das e acompanhadas pelos vocais cheios de falsetes e satânicos de Mr. King Diamond voltando das trevas chutando as portas do inferno.
O disco apesar de aquele velho e tradicional Mercyful Fate conta com ótimos momentos que fazem dele um dos maiores álbuns desse ano cheio de surpresas boas. Faixas como Angel of Light, Nightmare Be Thy Name, Lady in Black e Time falam tudo o que é necessário para você entende o que é o heavy metal tocado pelo Mercyful Fate. Tudo o que o Mercyful Fate oferece em Time em além de uma aula de heavy metal é um cultura satânico famigerado que se locupleta através do caos e da desordem e por isso não perca mais tempo renda-se.
Savatage - Handful of Rain
Ano de lançamento: 1994
País de origem: EUA
Estilo: Heavy Metal
Line-up: Zak Stevens (v), Alex Skolnick (g), Johnny Lee Middleton (bx), Jon Oliva (g, t) e Steve Wacholz (bt).
Premiação: Desconhecida
Produção: Jon Oliva e Paul O'Neil
Handful of Rain é um álbum pessoal, forte e carregado de emoção, pois é uma homenagem da banda, principalmente de Jon Oliva para o seu irmão Chriss Oliva ex-guitarrista da banda morto num acidente de automóvel (provocado por um homem bêbado). Além desses problemas pessoais outros de ordem contratuais impediram que Jon Oliva fosse creditado no disco, mas apesar das proibições ele gravou o álbum. É claro que trata-se de um grande álbum de estúdio assinado pela galera do Savatage e a sonoridade refletiu o sentimento de perda que pairava sobre o grupo no momento e esse fator na verdade ajudou mais do que atrapalhou, pois onde conta, ou seja, na sonoridade e por isso temos em mãos um álbum forte, pesado e ao mesmo tempo emocional como tem que ser o heavy metal.
O álbum já começa matador com Tauting Cobras e segue alucinante com Handful of Rain, Castle Burning, Chance e Alone you Breathe. Enfim um disco que apesar das tragédias mostrava a banda ainda no seu auge, mas que rumava para outros caminhos e que seriam perceptíveis nos álbuns posteriores e serviriam para tornar a banda mais cultuada. Para escutar esse disco você deve se isolar em algum canto e deixa-lo rolar e o seu coração vai fazer o resto da lição direitinho.
Black Sabbath - Cross Purposes
Ano de lançamento: 1994
País de origem: Inglaterra
Estilo: Heavy Metal
Line-up: Tony Martin (v), Tony Iommi (g), Geezer Butler (bx) e Bobby Rondinelli (bt).
Premiação: Desconhecida
Produção: Black Sabbath
Depois do fiasco em Costa Mesa, o Black Sabbath viu-se novamente numa encruzilhada, pois a segunda reunião com o segundo line-up clássico acabara de uma maneira amarga, mas desta vez acontecerá mais rápido do que a primeira. O jeito foi voltar com Tony Martin e chamar Bobby Rondinelli e junto com seu companheiro de longa data Geezer Butler continuar na estrada. Nessa esteira é que surge o penúltimo álbum da fase Tony Martin, a mais marginalizada do grupo e apesar de ser inferior as antecessoras é muito boa e deixou uma ótimo legado.
Em Cross Purposes, a sonoridade foi atualizada e já não apresentava mais os cacoetes oitentistas. O Riffman Iommi atualizava a sua mágica coletânea de riffs e solos magníficos e despejou neste álbum seu talento habilidade e do forno saiu um dos melhores de heavy metal dessa década. I Witness é um dos pontos forte do álbum, um ótimo trabalho de conjunto que não para por ai e medida que o álbum avança e você escuta faixas como Cross Purposes, Virtual Death, Back to Eden e The Hand That Rocks The Cradle fica claro que trata-se de uma banda ótima e que infelizmente foi injustiçada e merecia mais apoio dos fãs que simplesmente viraram as costas. Enfim, Cross Purposes é um dos melhores momentos dessa fase em estúdio e foi muito feliz.
Dream Theater - Awake
Ano de lançamento: 1994
País de origem: EUA
Estilo: Heavy Metal Progressivo
Line-up: James LaBrie (v), John Petrucci (g), Kevin Moore (t), John Myiung (bx) e Mike Portnoy (bt)
Premiação: Disco de platina (RIAJ)
Produção: John Purdell e Duane Baron
Na verdade sem desmerecer o primeiro disco desse super grupo pode-se dizer que o grupo começou de fato em 1992, com Images and Words que diz tudo sobre como fazer um disco de metal progressivo com feeling e técnica na medida certa. O bis rolou um ano depois com Awake e o som aqui obedece aos mesmo padrões estruturais de deu antecessor e assim como ele é um clássico de mão de cheia não só da banda, mas do gênero em primeiro lugar, a galera que o diga.
Eu como fã de progressivo, mas da década de 1970 porque para mim até 1995 não conhecia a pedrada que é esta banda cujo heavy metal assume características de thrash em algumas passagens e emenda-as nas partes progressivas de uma maneira inteligente e bela, enfim é uma obra de arte que transcende. Os melhores momentos desse disco os seus ouvidos e a sua mente vão encontrar em Caught in Web, Lie e The Silent Man que além de tudo foram os singles promocionais do álbum.
É difícil citar uma música desse álbum especial, pois todas estão no mesmo nível, mas o maior sucesso comercial do álbum foi o cover de Planet Caravan, do Black Sabbath que foi publicada em 1970, no álbum Paranoid. O álbum assim como seus antecessores foi comercialmente bem sucedido. Ele trazia consigo os gritos de rebelião contra o sistema opressor e ofereceu um novo éden para a juventude daquele momento, pois mostrava que o com e velho heavy metal estava mais vivo do que nunca.
Machine Head - Burn my Eyes
Ano de lançamento: 1994
País de origem: EUA
Estilo: Groove Metal
Line-up: Robb Flynn (v, g), Logan Mader (g), Adan Duce (bx) e Chris Kontos (bt)
Premiação: Disco de prata (BPI)
Produção: Colin Richardson
Os anos também tiveram a sua magia, seus clássicos, mas infelizmente foi marginalizado não por completo. As bandas que antes praticavam thrash metal tentaram migrar para o outro lado da força visando continua na estrada, mas infelizmente as coisas não foram bem sucedidas e muitos disseram adeus antes do sol se por. O Machine Head para quem não sabe nasceu das cinzas do Vio-lence (banda de thrash metal). O quarteto fantástico norte americano deixou a sua marca na história do heavy metal emplacando uma verdadeira, genuína obra de arte.
Pouquíssimas são as bandas que fazem o cenário pegar fogo logo de cara e causar furor sem precedentes. A banda não tardou a virar sensação e o heavy metal dos caras combinado com thrash assume forma sonora perversa, violenta e totalmente agressiva características que perseguiram os caras até os dias atuais. Esse é um disco para você sentar e esquecer do mundo e concentrar-se dentro de si e refletir a sua vida e o que vale a pena para ela e por ai já se vê como o ano de 1994 foi um ano muito legal, mas o azar dele foi estar numa década injustiçada.
Nevermore - Nevermore
Ano de lançamento: 1994
País de origem: EUA
Estilo: Thrash Metal
Line-up: Warrel Dane (v), Jeff Loomis (g), Jim Sheppard (bx) e Van Willams (bt)
Premiação: Desconhecida
Produção: Neil Kernon
Todas as épocas são recheadas de clássicos uma produzem mais outras menos, mas estes nunca deixam de aparecer e marcar o seu lugar no cenário. O Nevermore surgiu após o fim do Sanctuary e imagine você uma banda de heavy metal com um vocalista cuja formação é sociologia e teologia e com um dom para cantar como ninguém, um guitarrista virtuose, um baixista e um baterista de peso desigual. O som foge totalmente dos anos 80, a década de 1990 nesse quesito abriu as portas para entrar em cena uma galera que radicalizou e criou uma nova atmosfera sonora.
Esta estréia é outra daquelas que de cara deixam boquiaberto, mas infelizmente devido a burrice coletiva passa desapercebido. What Tomorrow Knows, The Sanity Assassin, Garden of Grey e The Hurting Worlds trazem todas as características do grupo que apostou numa música sombria, pesada misturando o metal, progressivo criando uma sonoridade furiosa única, temperada pelo timbre gótico da voz de Warrel Dane um verdadeiro maestro da tristeza acompanhado por uma sinfonia que é marcada por músicos que tocam, cantam, expondo de forma crua, bruta e sem pudores as dores de um mundo podre, corroído e decadente.
Amorphis - Tales From the Thousand Lakes
Ano de lançamento: 1994
País de origem: Finlândia
Estilo: Death/Doom Metal
Line-up: Tomi Koivussari (v), Esa Holopainen (g), Olli-Pekka Laine (bx), Jan Rechberger (bt), Kasper Martenson (t).
Premiação: Desconhecida
Produção: Thomas Skogsberg e Amorphis.
Novas bandas e novos estilos sempre trazem novidades e possibilidades para se vislumbrar o futuro. Sempre é necessário renovar, andar para frente e no caso o Amorphis foi uma banda de bem sucedida nessa tarefa em 1992 estrearam no cenário com The Karelian Ishtmus cuja sonoridade pesada, violenta e arrastada também mostravam uma banda voltada para o Death Metal. Outro fator legal e positivo é que a banda vem da Finlândia um país que não tinha até então o mesmo prestígio e tradição no meta, apesar de na década de 1980 ter lançado as suas raras pérolas.
Em Tales From the Thousand Lakes, a banda apostou numa sonoridade voltada ao Doom Metal e investiu num maior acréscimo de teclados a composição importantes para dar climas mais sombrios, mórbidos e até uma flautas foram acrescentadas para acentuar essa atmosfera desejada. O grupo manteve o peso, a agressividade e as demais características de uma banda de metal extremo, mas soube equilibrar os dois lados da moeda e o resultado é um álbum único, cativante, hipnótico que te leva para as profundezas dos lagos para te contar os segredos mais secretos.
Slayer - Divine Intervention
Ano de lançamento: 1994
País de origem: EUA
Estilo: Thrash Metal
Line-up: Tom Araya (v, bx), Kerry King (g), Jeff Hanneman (g) e Paul Bostaph (bt)
Premiação: Disco de ouro (RIAA) e disco de platina (MC)
Produção: Rick Rubin e Toby Wright
O Slayer é uma banda que dispensa apresentações a sua carreira e os seus discos dizem tudo o que é necessário. Na década de 1990, o grupo começou arrasando com Seasons in the Abyss (1990) e com o ao vivo Decade of Aggression (1991). Aquela sonoridade thrash tradicional ainda estava lá, mas o grupo já indicava mudanças na sonoridade e isso era apenas uma questão de um álbum e assim o foi o lançamento de Divine Intervention foi um salto para o grupo dessa sonoridade brutal para outra ainda mais arrasadora e mais bruta ainda.
O disco é uma combinação perfeita do hardcore com o metal e novamente o grupo mostrou que realmente não existe limites quando se trata de explorar o peso, a brutalidade, a agressividade. Este clássico também marca o primeiro registro de estúdio sem o cubano Dave Lombardo. Faixas como Ditohead (que rendeu um video clipe veículado a exaustão na MTV), Killing Fields, Divine Intervention mostram que o Slayer não é uma banda comum e que muito menos faz concessões para as modinhas.
Megadeth - Youthnasia
Ano de lançamento: 1994
País de origem: EUA
Estilo: Thrash Metal
Line-up: Dave Mustaine v, g), Marty Friedman (g), David Ellefson (bx) e Nick Menza (bt)
Premiação: Disco de platina (RIAA)
Produção: Dave Mustaine e Max Norman
O Megadeth sempre uma banda de primeira linha e isso inegável, os caras nos 80 gravaram discos memoráveis que os colocaram entre os gigantes do thrash metal. Na década de 1990, logo de cara emplacam Rust in Peace, o álbum dos sonhos de qualquer fã deste subgênero e depois se consagraram entre os gigantes do panteão metálico com Countdown to Extinction este já apresentava sensíveis mudanças na direção musical que cada vez mais começou a se distanciar do som virulento preconizado pelo thrash metal.
Com o lançamento de Youthnasia isso ficou mais evidente, pois este disco seguia uma linha mais técnica e mais centrada no heavy metal. O disco é um clássico óbvio um dos últimos momentos de gênio em estúdio. A poderosa Day of Reckoning é a faixa mais potente do disco, mas claro que as demais não ficam devendo apesar de serem ligeiramente mais leves. A Tout Le Monde é uma ótima música para se ouvir fazendo qualquer leitura e o restante você pode ouvir com o amigos, namorada se divertindo no último por ai, pois é isso que é o heavy metal diversão que você provavelmente encontrar aqui.
Mercyful Fate - Time
Ano de lançamento: 1994
País de origem: Dinamarca
Estilo: Heavy Metal
Line-up: King Diamond (v), Michael Denner (g), Hank Sherman (g), Sharlee D'Angelo (bx) e Snowy White (bt)
Premiação: Desconhecida
Produção: King Diamond, Tim Kimsey, Hank Shermann
A volta do Mercyful Fate na época me pegou de surpresa, o primeiro álbum In the Shadows (1993) trazia aquela banda de volta a cena, enfim parecia que continuaram de onde haviam parado como se nada tivesse acontecido. Em 1994 soltaram Time um disco relativamente mais fraco que o seu antecessor, mas que trazia o espírito do grupo na íntegra. O som é aquele velho heavy metal com guitarras gêmeas pesa das e acompanhadas pelos vocais cheios de falsetes e satânicos de Mr. King Diamond voltando das trevas chutando as portas do inferno.
O disco apesar de aquele velho e tradicional Mercyful Fate conta com ótimos momentos que fazem dele um dos maiores álbuns desse ano cheio de surpresas boas. Faixas como Angel of Light, Nightmare Be Thy Name, Lady in Black e Time falam tudo o que é necessário para você entende o que é o heavy metal tocado pelo Mercyful Fate. Tudo o que o Mercyful Fate oferece em Time em além de uma aula de heavy metal é um cultura satânico famigerado que se locupleta através do caos e da desordem e por isso não perca mais tempo renda-se.
Savatage - Handful of Rain
Ano de lançamento: 1994
País de origem: EUA
Estilo: Heavy Metal
Line-up: Zak Stevens (v), Alex Skolnick (g), Johnny Lee Middleton (bx), Jon Oliva (g, t) e Steve Wacholz (bt).
Premiação: Desconhecida
Produção: Jon Oliva e Paul O'Neil
Handful of Rain é um álbum pessoal, forte e carregado de emoção, pois é uma homenagem da banda, principalmente de Jon Oliva para o seu irmão Chriss Oliva ex-guitarrista da banda morto num acidente de automóvel (provocado por um homem bêbado). Além desses problemas pessoais outros de ordem contratuais impediram que Jon Oliva fosse creditado no disco, mas apesar das proibições ele gravou o álbum. É claro que trata-se de um grande álbum de estúdio assinado pela galera do Savatage e a sonoridade refletiu o sentimento de perda que pairava sobre o grupo no momento e esse fator na verdade ajudou mais do que atrapalhou, pois onde conta, ou seja, na sonoridade e por isso temos em mãos um álbum forte, pesado e ao mesmo tempo emocional como tem que ser o heavy metal.
O álbum já começa matador com Tauting Cobras e segue alucinante com Handful of Rain, Castle Burning, Chance e Alone you Breathe. Enfim um disco que apesar das tragédias mostrava a banda ainda no seu auge, mas que rumava para outros caminhos e que seriam perceptíveis nos álbuns posteriores e serviriam para tornar a banda mais cultuada. Para escutar esse disco você deve se isolar em algum canto e deixa-lo rolar e o seu coração vai fazer o resto da lição direitinho.
Black Sabbath - Cross Purposes
Ano de lançamento: 1994
País de origem: Inglaterra
Estilo: Heavy Metal
Line-up: Tony Martin (v), Tony Iommi (g), Geezer Butler (bx) e Bobby Rondinelli (bt).
Premiação: Desconhecida
Produção: Black Sabbath
Depois do fiasco em Costa Mesa, o Black Sabbath viu-se novamente numa encruzilhada, pois a segunda reunião com o segundo line-up clássico acabara de uma maneira amarga, mas desta vez acontecerá mais rápido do que a primeira. O jeito foi voltar com Tony Martin e chamar Bobby Rondinelli e junto com seu companheiro de longa data Geezer Butler continuar na estrada. Nessa esteira é que surge o penúltimo álbum da fase Tony Martin, a mais marginalizada do grupo e apesar de ser inferior as antecessoras é muito boa e deixou uma ótimo legado.
Em Cross Purposes, a sonoridade foi atualizada e já não apresentava mais os cacoetes oitentistas. O Riffman Iommi atualizava a sua mágica coletânea de riffs e solos magníficos e despejou neste álbum seu talento habilidade e do forno saiu um dos melhores de heavy metal dessa década. I Witness é um dos pontos forte do álbum, um ótimo trabalho de conjunto que não para por ai e medida que o álbum avança e você escuta faixas como Cross Purposes, Virtual Death, Back to Eden e The Hand That Rocks The Cradle fica claro que trata-se de uma banda ótima e que infelizmente foi injustiçada e merecia mais apoio dos fãs que simplesmente viraram as costas. Enfim, Cross Purposes é um dos melhores momentos dessa fase em estúdio e foi muito feliz.
Dream Theater - Awake
Ano de lançamento: 1994
País de origem: EUA
Estilo: Heavy Metal Progressivo
Line-up: James LaBrie (v), John Petrucci (g), Kevin Moore (t), John Myiung (bx) e Mike Portnoy (bt)
Premiação: Disco de platina (RIAJ)
Produção: John Purdell e Duane Baron
Na verdade sem desmerecer o primeiro disco desse super grupo pode-se dizer que o grupo começou de fato em 1992, com Images and Words que diz tudo sobre como fazer um disco de metal progressivo com feeling e técnica na medida certa. O bis rolou um ano depois com Awake e o som aqui obedece aos mesmo padrões estruturais de deu antecessor e assim como ele é um clássico de mão de cheia não só da banda, mas do gênero em primeiro lugar, a galera que o diga.
Eu como fã de progressivo, mas da década de 1970 porque para mim até 1995 não conhecia a pedrada que é esta banda cujo heavy metal assume características de thrash em algumas passagens e emenda-as nas partes progressivas de uma maneira inteligente e bela, enfim é uma obra de arte que transcende. Os melhores momentos desse disco os seus ouvidos e a sua mente vão encontrar em Caught in Web, Lie e The Silent Man que além de tudo foram os singles promocionais do álbum.
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