1 de agosto de 2012

Rock Memories: Até quando uma homenagem é bem vinda?


Eu esperei muito tempo, para escrever um texto falando até quando é valido fazer uma homenagem a um artista esteja ele morto ao vivo, ou seja, eu fiquei quase dois anos analisando alguns discos cuja intensão do artista era exatamente externar o seu sentimento de gratidão para com o seu ídolo seja escrevendo um texto ou fazendo uma música o que é mais comum quando se trata de um músico, pois a idéia é levar ao público essa história. 



Nesse tempo que eu andei fazendo essa analise, eu pensei muito e por isso me perguntei muito sobre o que a imprensa musical disse a respeito do álbum Dio, lançado pelo vocalista Jorn Lande e cheguei a conclusão que o artista realmente tentou se aproveitar do momento para aparecer, pois se o disco estava gravado antes de ser lançado, ou seja, desde 2009, porque esperar tanto tempo para lança-lo, porque não fez o agradecimento antes. É realmente muito estranho gravar um disco inteiro só com músicas do Dio e de qualquer outro artista seria a mesma coisa, pois se eu quiser ouvir algo do Dio eu vou na minha estante pego o que eu quiser já que eu tenho todos os álbuns tanto em "compact disc" como no formato "long play", pois eu não sou muito chegado em covers, já que algumas versões são cometidas e não feitas e o resultado é o pior que se pode imaginar.

Eu não tenho na contra o Jorn Lande inclusive eu o acho um excelente cantor e ele fez trabalhos muito bons principalmente ao lado da banda de metal progressivo, o Ark quando lançou o álbum Burn The Sun (2001) um dos melhores de sua carreira, no Masterplan também começou muito bem, mas depois o negócio deu umas derrapadas e depois conseguiu se re-estabilizar. Mas o fato que pesa contra ele é que ele na verdade era um sósia do vocalista David Coverdale e a imitação realmente enganava, pois o cara reproduzia a voz do seu ídolo perfeitamente, com todos os detalhes e quando o próprio Coverdale ouviu ficou assustado pois reconheceu detalhes que ele nem imaginava. 

Quem quiser saber mais sobre essa parte da carreira do vocalista norueguês procure a banda The Company of Snakes, pois o fato de Jorn soar como David Coverdale incomodava os seus companheiros de banda e pelo que parece esse "simples" detalhe implicou na sua demissão do grupo. As influências de Jorn Lande não param apenas em Coverdale, ele é realmente um fã de Ronnie James Dio e chegou a tocar em uma banda que fazia muitos covers do baixinho, desde a carreira solo até o Black Sabbath e o cara realmente conhece cada detalhe do que está cantando e consegue imitar, mas sem aquela perfeição e quem quiser ver isso bem assista no Youtube, a apresentação dele junto com o Heaven and Hell no Wacken Open Air. 

     
O problema não é gravar um disco de cover várias bandas já fizeram isso e ainda fazem veja o Six Feet Under que lançou os álbuns: Graveyard Classic I & II, mas ali os os homenageados eram várias bandas e não uma banda, ou um artista só, o Cannibal Corpse gravou um cover da faixa No Remorse do Metallica, o Testament no seu novo álbum como bônus gravou quatro covers, o Overkill lançou o álbum Coverkill (2000), o lendário Ozzy Osbourne lançou Under Cover (2005) e a lista não para por aqui, mas porque nenhum desses caras foram taxados de aproveitadores? 

Esse é um fato que irritou muita gente no cenário, inclusive a própria Wendy Dio (viúva), que ficou indignada com a atitude do Mr. Jorn Lande. Muitos artistas prestaram homenagem para Ronnie James Dio, alguns fizeram apenas um canção ou dedicaram uma canção própria que é bem diferente de fazer um álbum inteiro de covers de Ronnie. Quando Randy Rhoads morreu, Ozzy Osbourne também tinha na agulha o álbum "ao vivo" que nos conhecemos  como "Tribute", que teve o seu lançamento adiado, para não ser taxado de oportunista e no lugar lançou o álbum também "ao vivo" que todos conhecemos como de "Speak of the Devil (1982)", o outro só saiu em 1987 e ainda assim o Mr. Madman foi chamado de oportunista, mas nesse caso a verdade é que temos em mãos um grande álbum que até aquele momento era inédito e por isso foi bem aceito apesar de algum critico ou outro disparar estas sentenças, mas no caso de Jorn Lande a única coisa de inédita era a primeira faixa "Song for Ronnie James", que já era o suficiente para prestar a tal homenagem, não precisava do resto.

O álbum Dio não é ruim, o cara não cometeu nenhum sacrilégio, pois foi competente demais, tomou todos os cuidados e pôs a sua marca nas canções, mas cometeu um deslize feio ao lançar o disco duas semanas depois da morte do cara e considerando tudo o que o dono da Frontiers Records disse em relação ao álbum a coisa fica mais feia ainda e revela a grande  contradição, ou seja, o erro feio que cometeram quando caíram na besteira de lançar esse disco de maneira tão precoce, naquele momento cuja morte de Ronnie James Dio ainda era recente demais. Enfim, tomara que isso sirva de lição para os outros artistas que pensam em se lançar a gravar algum material visando prestar as suas devidas homenagens, aos seus ídolos e que o faça de maneira correta, para que o tiro não saia pela culatra, porque Jorn Lande o Vacilão derrapou feio a curva e os estragos não são nada legais, pois além de já ter o estigma de vocalista clone, agora também terá o de oportunista.          


           
















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