9 de maio de 2014

Livro: Almanaque 1964: Fatos, Histórias e Curiosidades de Um Ano que Mudou (Nem Tudo para Melhor), de Ana Maria Bahiana


Ana Maria Bahiana para quem não sabe foi da redação da primeira versão da Revista Rolling Stone, no Brasil, na década de 1970. Ela é jornalista cultural e vive em Los Angeles e além da Rolling Stone também escreveu para a Bizz, Jornal do Brasil e Folha de São Paulo, foi editora da revista Scream Internacional e também foi correspondente na Califórnia da Rede Globo e do Telecine. Atualmente é crítica da rede PBS no programa Just It Seen.



Em 1964 o mundo pegava fogo, ou seja, estava em processo de ebulição na cultura. No Brasil começava o período mais sombrio e catastrófico com a entrada dos militares no poder cujo inquilinato duraria pouco mais de vinte anos, custando a perda da democracia, de vidas humanas silenciadas nos porões sombrios da repressão. Os EUA viviam a sua guerra contra o comunismo, pois nesta época já vivia-se num mundo bipolarizado e a guerra do Vietnã era apenas mais um passo na disputa com os vermelhos pelo controle e hegemonia política, cultural.


Nos EUA também vivia-se a luta pelos direitos civis. O mundo estava vendo os velhos e rígidos valores se abalarem não só na política, mas principalmente na cultura e a música foi o principal veículo de comunicação a sofrer essa mudança avassaladora com a chega dos Beatles, dos Rolling Stones, Bob Dylan, no Brasil Nara Leão e Chico Buarque. O cinema não escapou incólume e também sofreu suas mudanças através de caras como Glauber Rocha, e de filmes como 007 fizeram a alegria de muita gente nesse país tropical e mostravam mudanças indeléveis nesse campo da arte. 

A cultura estava em ebulição, a sociedade estava transbordando sua sede de cultura. É ai que entra Ana Maria Bahiana cujo texto recupera com rigor e principalmente inteligência os fatos enquanto ao seu tratamento e ainda por cima se dá ao luxo de se perder brilhantemente nos pormenores que completam a época e dão aquele toque especial na obra. Para abrilhantar ainda mais a obra a autora lança mão de um verdadeiro catálogo de fotos para ilustrar o passeio que ela promove pelas duzentos e cinquenta e seus páginas de sua obra totalmente informativa, enfim este é um daqueles deliciosos passeios cujo tempo foi hábil em definir com paixão, amor, sonoridade única e violência o mundo de atual.        





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