13 de janeiro de 2014

Álbuns Subestimados: Motörhead - Another Perfect Day (1983)


Em 1980, o Motörhead encontrou-se com o sucesso avassalador de Ace of Spades e em 1981 continuou desfrutando dele com No Sleep ´Till Hammersmith e a banda ia cada vez mais conquistando fãs fato que se repetiu com o lançamento de Iron Fist em 1982 um álbum certeiro que agradou em cheio aos fãs. Rock and Roll no último volume como uma proposta suja, agressiva e veloz para ser vivida e ouvida além dos limites do inimaginável é essa a mensagem de Lemmy Kilmister. 


O ano de 1982 seria marcante para Lemmy e companhia, pois a primeira mudança estava acontecendo e o primeiro a deixar o power trio foi o guitarrista Eddie "Fast" Clark fato que rolou durante a turnê americana e as pressas recrutaram para substituí-lo Brian Robertson (ex-Thin Lizzy, Wild Horses) para completar a turnê e posteriormente acabou efetivado como um membro do Motörhead. Mais mudanças estavam se preparando para entrar em cena com a chegada deste novo membro e elas se fariam sensíveis na sonoridade e no visual. 

Enfim, o fato do guitarrista rejeitar vestir-se como Lemmy e os demais integrantes do grupo o deixa de cabelos em pé, pois Robbo vestia-se de maneira completamente diferente e apresentava-se de shorts com os cabelos pintados e isso levava o líder do grupo a loucura e o fazia torcer o nariz e foi o motivo pelo qual ele foi demitido e, portanto, este foi o primeiro e último álbum de inéditas que ele registrou na banda. O som também receberia mudanças, pois ao invés de continuar extramente cru, ele receberia uns toques mais refinados o que fez com que os fãs o reprovassem. Para gravar Another Perfect Day, a banda peregrinou pelos estúdios Londrinos e registrou-o entre os meses de fevereiro e março de 1983 e o lançou em 4 de junho do mesmo ano. 


Notem que o álbum aqui foi injustiçado, mal compreendido. Mudanças na formação e na sonoridade acontecem e é natural avançar buscar outros rumos, ou seja, renovar-se caminhar com os pés no chão e o que aconteceu com o Motörhead aconteceu com muitas outras bandas. A missão deste texto é tentar mostrar que o disco foi mal compreendido na sua época e não dizer que ele é um clássico e ficar advogando afim de convencer você leitor a dar fiança nas palavras, mas sim para mostrar a minha opinião e a razão de ela ser assim. 

Depois de lançado, os fãs, torceram o nariz porque ao invés de apresentar aquela banda suja, agressiva, pesada entre outros apresentou uma banda bem mais polida e com algo inédito até ali, ou seja, a banda apresenta solos de guitarra e até é compreensível considerando a escola do guitarrista e sua origem, pois o cara tocou na menos e nada mais no Thin Lizzy e fazia dupla com outro guitarrista fera, o Scott Gorham, enfim o cara foi da fase clássica do grupo, ele não era um idiota disposto apenas seguir ordens. É claro que ele iria fazer questão de colocar a marca dele e que por sinal foi muito bem colocada e não desabona muito pelo contrário acrescentou um charme a mais a sonoridade. 

Note que o som continua praticamente o mesmo, mas com ligeiras mudanças que foram interpretadas da maneira errada. A banda não pendeu para o hard rock (glam) não há quaisquer indícios para afirmar isso, ou seja, os caras só apresentaram melhor produzido que ficou sob a responsabilidade Tony Platt. O álbum resumida a dez faixas mostra a força e a fúria do Motörhead e quanto a banda é suja, agressiva e mortal é um estilo de vida sem limites e sem destino apenas siga a sua vida e faça tudo por você mesmo e que dane as regras do jogo.  

   
O disco começa a toda "Back at the Funny Farm" e já deixa claro a que veio o Motörhead, ou seja, pura e plena pancadaria no melhor estilo do grupo. "Shine" é um dos grandes momentos e tem um jogo de belos riffs. "Dancing on your Grave" é como dançar no túmulo e dar risada e quebrando tudo. "Rock It" é uma faixa bem legal e completa com dignidade o lado A e fechando o lado entra em cena a faixa "One Track Mind" que se destaca pelo baixo e vocal rouco de Lemmy. Abrindo o lado B entra em cena "Another Perfect Day" outro destaque pela pancadaria emanada. "Marching Off to War" segue com perfeição a proposta do disco e amplifica-a. "I Got Mine" é daquelas faixas para você bater cabeça sem parar e beber com os amigos. As "Tales of Glory"  e "Die You Bastard!" terminam o álbum e mantém o bom nível do grupo que continuou quebrando as barreiras. 

O Motörhead sempre teve capas belíssimas mesmo as que a própria banda protagonizou em fotografias muito bem sacadas. Desta a capa foi desenhada por Joe Petagno artista gráfico ultra conceituado que já trabalhou com inúmeras banda e com o Motörhead já tem uma história para contar, pois são décadas de parceria, porém naqueles dias tão loucos era o começo de uma longa e duradoura amizade. Petagno geralmente diz escutar o som das bandas para quem faz trabalhos de capa, mas no caso do Motörhead não tinha escutado, ele apenas pegou sua cerveja, uma prancheta e mandou ver e segundo ele tudo reflete o caos da vida do próprio e de Lemmy também. Ele resolveu singrar os ares até Londres para entrega-la pessoalmente aos caras que ficaram espantados quando a viram, pois segundo o autor eles disseram que nunca viram nada igual.     

Another Perfect Day apesar de não ter sido sucesso tinha seu charme e seu forte apelo anti sistema, mas só que não foi devidamente compreendido, pois os fãs se apegaram a detalhes que os impediram de ver certos detalhes que são naturais e acontecem ao longo da vida de uma banda de rock. A banda extraiu dois singles do álbum e as faixas contempladas e responsáveis por impulsionar as vendas do álbum e a faixa "I Got Mine" ficou a com 44º posição nos charts do Reino Unido enquanto nos EUA ela não entrou nos charts e a segunda faixa "Shine" também não atingiu uma posição favorável e acabou ficando com a tímida 59 posição nos charts britânicos enquanto nos EUA, a exemplo de sua parceira não entrou nos charts também. O álbum ficou na 20º posição nos charts do Reino Unido, enquanto nos EUA ficou na timida 153º posição e mostra que apesar de conhecida e famosa na terra do Tio Sam, o Motörhead nunca estourou de verdade por lá. Enfim, Another Perfect Day pode não ser aquele clássico imperdível, mas também não é um disco execrável e ali existe a alma e poder de fogo e sedução do Motörhead que ao passar de décadas ainda continua sedutor. 

Lista de músicas: 

A1 Back at the Funny Farm 
A2 Shine 
A3 Dancing on your Grave 
A4 Rock It 
A5 One Track Mind 

B1 Another Perfect Day 
B2 Marching off to War 
B3 I Got Mine 
B4 Tales of Glory 
B5 Die You Bastard! 
  

     









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