Hoje,
eu me peguei pensativo na internet procurando bandas para pesquisar, pois desde
o advento da rede o número de artistas disponíveis decuplicou-se e o fato é que
possibilitou conhecer uma vasta gama de artistas e discos que a há tempos atrás
eram totalmente desconhecidos exceto para os colecionadores.
No
meu caso: as bandas e os discos que fazem a minha cabeça são das décadas de
1960, 1970 e 1980. Não é que eu despreze o que feito hoje muito pelo contrário,
eu compro e coleciono discos de bandas atuais, ou seja, daquelas que me
interessam e ponto final. Porém o caso aqui é um dilema e que colabora para
ofuscar ainda mais o presente, pois o passado nunca saiu de cena, ele estava
ali atrás da moita bem escondido esperando chegar a sua hora de aparecer.
Para
os pesquisadores, colecionadores cuja predominância é o rock, as “novas” bandas
desse passada não tão distante estão começando a reaparecer atrás de justiça,
pois muitas foram incompreendidas e outras não saíram do seus local de origem.
Só que os novos fãs de rock estão revendo alguns conceitos e fazendo justiça ao
passado e muitos desses álbuns e seus criadores estão ganhando o certificado(status)
de “cult” e por consequência disso, os discos atingem altos valores no mercado
de usados, pois são vendidos como super-raridades.
Nem
tudo de fato é raro e realmente nestas três décadas existiram bandas ruins de
verdade, mas era só exceção e outras foram mal compreendidas e , portanto,
acabaram injustiçadas e entraram na geladeira do tempo, mas de uma forma de
outra sobreviveram ao teste do tempo e hoje estão de volta conquistando fãs e
figurando nas várias prateleiras mundo afora.
O
problema é que as bandas do presente naturalmente tem que lutar contra o
passado e os seus mitos construídos, e a grande dificuldade é que uma parcela
enorme desses adeptos é extremamente conservadora e não aceita as mudanças e o
resultado é a execração completa desses “desviantes”.
A
busca incessante e desesperado pelo passado como um caminho para curar,
substituir os males do presente não saudável, mas não é proibida. É normal você
gostar de bandas antigas e querer coleciona-las, mas é anormal fechar os olhos
para o presente e pra o futuro também.
Esse
passado escondido revela a profundidade do rock na sociedade daquela época. A
Inglaterra era o celeiro e despejou inúmeras bandas e não foram todas elas campeãs
de vendas de discos e com shows lotados. O restante da Europa: Alemanha,
França, Suécia e demais países como o Holanda também colocaram na praça suas
bandas, mas muitas, a maioria larga não saiu do país de origem enquanto outras
que foram um pouco mais longe não saíram do velho continente e nos dois casos
permaneceram totalmente desconhecidas do grande público.
Porém,
esses artistas revelam que havia uma cenário rico e espalhado pelo planeta
embora fosse centralizado na Inglaterra e EUA. Mostra outras opções, pois agora
é possível saber que existiam outras bandas com grande potencial, ou seja, hoje
os ídolos, ícones daquela época que nós ouvimos a exaustão não eram os únicos
donos do pedaço. E o principal é que permite enxergar o campo de influência do
rock na juventude daqueles tempos e o número de bandas não é pequeno.
Outro
fato é que novas edições estão aparecendo devido ao interesse dos
colecionadores e não colecionadores e dos iniciantes também, que inclusive
começam por estas bandas. Existe a celeuma que coloca o fã de música entre a
cruz e a espada na relação de forças do passado e do presente e da escolha para
onde ir ou ficar é angustiante e sádica.
A
atitude mais salutar é guardar o radicalismo no fundo do baú e erguer a cabeça
e abrir a cabeça e manter o os olhos abertos com os pés no chão e equilibrar-se
na corda bamba e caminhar pelos desafios propostos sem medo da opinião alheia. O
rock não morreu e nem dá sinais de que um dia irá deita-se em um caixão todo
esfolado e desfigurado, mas ele reclama e quer respirar e voltar a ser o que
foi um dia revolucionário e o passado quer continuar onde está e o presente quer
regata-lo, mas o faz com sua interpretação própria se medo de arriscar, porém
para onde deve-se ir quem vai escolher sou eu é você todos os outros.
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