6 de outubro de 2013

Entre o passado e o presente, o que ouvir e para onde ir?


Hoje, eu me peguei pensativo na internet procurando bandas para pesquisar, pois desde o advento da rede o número de artistas disponíveis decuplicou-se e o fato é que possibilitou conhecer uma vasta gama de artistas e discos que a há tempos atrás eram totalmente desconhecidos exceto para os colecionadores.  



No meu caso: as bandas e os discos que fazem a minha cabeça são das décadas de 1960, 1970 e 1980. Não é que eu despreze o que feito hoje muito pelo contrário, eu compro e coleciono discos de bandas atuais, ou seja, daquelas que me interessam e ponto final. Porém o caso aqui é um dilema e que colabora para ofuscar ainda mais o presente, pois o passado nunca saiu de cena, ele estava ali atrás da moita bem escondido esperando chegar a sua hora de aparecer.

Para os pesquisadores, colecionadores cuja predominância é o rock, as “novas” bandas desse passada não tão distante estão começando a reaparecer atrás de justiça, pois muitas foram incompreendidas e outras não saíram do seus local de origem. Só que os novos fãs de rock estão revendo alguns conceitos e fazendo justiça ao passado e muitos desses álbuns e seus criadores estão ganhando o certificado(status) de “cult” e por consequência disso, os discos atingem altos valores no mercado de usados, pois são vendidos como super-raridades.

Nem tudo de fato é raro e realmente nestas três décadas existiram bandas ruins de verdade, mas era só exceção e outras foram mal compreendidas e , portanto, acabaram injustiçadas e entraram na geladeira do tempo, mas de uma forma de outra sobreviveram ao teste do tempo e hoje estão de volta conquistando fãs e figurando nas várias prateleiras mundo afora.

O problema é que as bandas do presente naturalmente tem que lutar contra o passado e os seus mitos construídos, e a grande dificuldade é que uma parcela enorme desses adeptos é extremamente conservadora e não aceita as mudanças e o resultado é a execração completa desses “desviantes”.

A busca incessante e desesperado pelo passado como um caminho para curar, substituir os males do presente não saudável, mas não é proibida. É normal você gostar de bandas antigas e querer coleciona-las, mas é anormal fechar os olhos para o presente e pra o futuro também.

Esse passado escondido revela a profundidade do rock na sociedade daquela época. A Inglaterra era o celeiro e despejou inúmeras bandas e não foram todas elas campeãs de vendas de discos e com shows lotados. O restante da Europa: Alemanha, França, Suécia e demais países como o Holanda também colocaram na praça suas bandas, mas muitas, a maioria larga não saiu do país de origem enquanto outras que foram um pouco mais longe não saíram do velho continente e nos dois casos permaneceram totalmente desconhecidas do grande público.

Porém, esses artistas revelam que havia uma cenário rico e espalhado pelo planeta embora fosse centralizado na Inglaterra e EUA. Mostra outras opções, pois agora é possível saber que existiam outras bandas com grande potencial, ou seja, hoje os ídolos, ícones daquela época que nós ouvimos a exaustão não eram os únicos donos do pedaço. E o principal é que permite enxergar o campo de influência do rock na juventude daqueles tempos e o número de bandas não é pequeno.

Outro fato é que novas edições estão aparecendo devido ao interesse dos colecionadores e não colecionadores e dos iniciantes também, que inclusive começam por estas bandas. Existe a celeuma que coloca o fã de música entre a cruz e a espada na relação de forças do passado e do presente e da escolha para onde ir ou ficar é angustiante e sádica. 


A atitude mais salutar é guardar o radicalismo no fundo do baú e erguer a cabeça e abrir a cabeça e manter o os olhos abertos com os pés no chão e equilibrar-se na corda bamba e caminhar pelos desafios propostos sem medo da opinião alheia. O rock não morreu e nem dá sinais de que um dia irá deita-se em um caixão todo esfolado e desfigurado, mas ele reclama e quer respirar e voltar a ser o que foi um dia revolucionário e o passado quer continuar onde está e o presente quer regata-lo, mas o faz com sua interpretação própria se medo de arriscar, porém para onde deve-se ir quem vai escolher sou eu é você todos os outros.    

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