O rock desde o seu surgimento na década
de 1950 imprimiu uma atitude contestadora, rebelde contra os padrões e
encontrou na juventude a sua força motriz. Ao longo dos anos, ou seja, nas décadas
de 1960, 1970, 1980, o estilo teve largo e pleno desenvolvimento com grande número
de bandas originais que consgraram através dos seus álbuns e shows.
O gênero foi o grande porta voz da
juventude e a atitude em si não nasceu da indústria, mas foi abocanhada por
ela, pois a visão comercial poderosa dos executivos do negócio trouxe outro
aspecto, o lado financeiro milionário. Aos poucos o rock foi perdendo seu caráter
revolucionário e foi se tranformando em mero produto de consumo e a identidade,
a empatia entre fã e artista foi evaporando-se.
Os mitos sobreviveram ao teste do tempo
e os seus álbuns ainda são campeões de venda e influenciam e atraem milhões e
milhões de jovens todos os anos, décadas a fio. Tudo isso rola em detrimento do
novo, que fica escanteado porque ele não obedece aos padrões do passado e passa
a ser visto como algo ruim que deve ser exorcizado.
Talvez, os fãs não perceberam que o
rock é um monstro mutante que esta sempre embulição se transformando e criando
novos paradigmas para não cair na contramão, ou seja, ficar preso na mesmice,
portanto, mudar, expandir horizontes é necessário e principalmente salutar,
pois o próprio artista necessita de ir além e reciclar sempre. Porém as
mudanças nem sempre são bem vindas e o fim de uma carreira pode rolar
tranquilamente.
Padrões de estética definidos
rigidamente inclusive pela própria postura do artista envolvidos numa embalagem
radical é entregue aos fãs e os mesmos seguem tal movimento e adotam toda a parafernalha
e ajudam a construção do mito que por sua vez é imutável, ou seja, não permite
mudanças e o objetivo é viver, revive-lo chegando o mais perto possível dele.
É justamente ai que surge o
conservadorismo, porque todos os artistas que se desviarem dos padrões
estabelecidos automaticamente são exorcisados e passam ganhar a extrema animosidade
dos seus fãs e pode significar o fim de uma carreira. Tudo o que é estranho a
casa tem que ser eliminado, exterminado e apagado. Em uma única possibilidade é
possível o perdão e essa possibilidade é o retorno as raízes e quando isso
acontece, o ritual de purificação, tudo volta ao normal e o passado é esquecido
considerado um mero deslize.
A atitude paternalista e conservadora
vai contra os principios do rock, o estilo sempre pregou a rebeldia, a inovação,
a contestação, mas se perdeu no conservadorismo que limitou e cerceia a
liberdade artista de criar novos rumos, paradigmas e se transformou num celeiro
de bandas e público bundas moles. É necessário fugir dos padrões ao invés de
ficar tentando requenta-los infinitamente.
Como já disse antes o rock não nasceu
da mídia, mas sim na garagem e depois foi absorvido e transformado em lixo para
ser empurrado goela abaixo do consumidor, mas jamais assim como o
conservadorismo conseguirá eclipsar, ofuscar o que nasce espontaneamente com
espírito arrebatador e que cause, desperte a contravensão, a rebeldia e traga a
tona discussões e mais mais discussões e reflexões.
Um novo éden totalmente hedonista é impossível,
mas pelo menos que seja revolucionário e abra novos caminhos e que esteja em
plena sintonia com a sociedade, pois é um papel social que a música, o rock e
seus derivados mais pesados executam nos seus álbuns e em cima do palco também
e a renovação é natural e sempre vai acontecer mesmo contra a vontade dos
conservadores.
Por isso você que chegou a esse texto,
o que você pensa sobre o conservadorismo no rock ele é saudável, combina com
estilo? Pense, reflita no cantinho do seu quarto ao som de suas bandas
prediletas e dê a sua resposta, pois ela é apenas sua e de mais ninguém.
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