2 de julho de 2013

Resenha de cd: Black Sabbath - 13 (2013)


De todas as reuniões, que tiveram álbuns lançados e turnês extensas, o Black Sabbath foi a banda que mais causou apreensão nos fãs e por dois motivos: o primeiro é que este é o primeiro álbum depois de 1978 e o segundo é o fato estar  a 18 anos sem lançar qualquer material inédito, mas o motivo que mais chama a atenção nesta empreitada é sem sombra de dúvida o primeiro motivo. Em relação as suas qualidades e importância dispensa comentários e apresentações, pois não há ninguém no meio do heavy metal, que pelo menos não os conheça e tenha um álbum ou outro.


Sem maiores delongas sobre fatos já muito bem conhecidos sobre os últimos momentos, que precederam a gravação deste álbuns e as polêmicas decorrentes entremos logo na parte que interessa, que é justamente o novo filho destes senhores britânicos. Como todos sabemos o baterista substituto de Bill Ward é o talentoso Brad Wilk mais conhecido pelo seu trabalho ao lado de Rage Against the Machine e Audioslave. O que se pode dizer sobre álbum? Ele é bom? Ele é Ruim? Não ele não é ruim, mas pode ser considerado bom, porém tem os seus defeitos. 

A estrutura da sonoridade típica do Black Sabbath está lá, mas no meio do processo parece que algo se perdeu e tirou uma parte fundamental das faixas, a empolgação. Quem ouve as oito faixas longas na versão simples e mais três da faixas da versão deluxe é óbvio que vai gostar, é claro que vai identificar de imediato o apanhado da carreira ali e convenhamos não havia margem para  se ter esperanças se pensavam que a banda viria para reinventar a roda.

Seguindo a linha da tradição e assim olhando as composições lentas, pesadas e com uma tentativa de soarem sombrias está dentro dos padrões, mas parece que algo que se perdeu e causou uma certa deformação na sonoridade da banda, que apesar de estar mais moderna ficou também muito polida e aquele lado sujo, pedrado deu lugar a linhas que estão longe do seu habitual. Tony Iommi apesar de estar travando uma dura batalha contra um câncer mandou bem, mas cadê os solos contundentes, longos e emocionais? 


O baterista até dá conta do recado, mas sinceramente Bill Ward faz uma falta tremenda e querem saber compromete sim o resultado do trabalho. Ozzy fez sua parte tremendamente bem e cantou como se o amanhã nunca mais fosse surgir.A produção em minha opinião estragou um álbum que poderia ter ficado excelente, o produtor Rick Rubin não tem capacidade para trabalhar com uma banda deste porte, que é ao mesmo tempo uma entidade. Enfim, o trabalho desse homem a frente da produção parecia tentar arruinar o disco. 

Decepcionar não decepciona, mas deixou um gosto de faltou isso e faltou aquilo, mas que poderia ter sido feito isso e mais aquilo e ainda por cima fica a sensação de um disco que foi concebido a força, com pressa e muita pressão e a banda se deixou contaminar por ela considerando o receio, o medo de decepcionar. Se o grupo voltar a lançar um novo álbum quem sabe não revejam os seus conceitos e repensem e muito todo o processo e escolham um produtor de verdade. 

A primeira faixa "The End of Begnning" remete aos tempos áureos do Black Sabbath e parece uma fusão entre "Dirty Woman", do Technical Ecstasy de 1976 e a poderosa Black Sabbath, do primeiro álbum, mas ainda assim fica devendo e muito para ambas. A segunda "God is Dead" remete a "War Pigs". A terceira faixa "Loner" é rock n roll na veia e de cara relembra N.I.B, mas não chega a ser empolgante como se esperava. Em "Zeitgeist", a banda tentou repetir a viagem cósmica e sombria de Planet Caravan, mas numa roupagem mais atual e ainda fica aquém. 
  


Para quem curte um som mais moderno terá a sua dose em "Age of Reason", porém aqui também a banda não renegou as suas tradições e  embora o som tenha fica um bocado desfigurado pela produção ainda assim tem um ótimo riff. Em "Live Forever" as coisas melhoram bem e a esperança de algo melhor revive, mas não há nada que surpreenda é apenas uma boa faixa com um bom refrão e só. O solo inicial de "Damaged Soul" e seu andamento cadenciado e o vocal lúgubre de Ozzy dão indícios de uma faixa empolgante, mas não passa de uma faixa boa, que poderia ter recebido melhor tratamento. Fechando o álbum vem "Dear Father", que remete a carreira solo de Ozzy Osbourne e esse é um dos fatores que ficaram evidentes em alguns momentos neste álbum. A versão deluxe vem com o segundo cd e nele encontra-se as faixa Methademic, Piece of Mind e Pariah, mas não o trio não tem nada de especial e se mistura perfeitamente ao restante do álbum. 

Considerando, que os fãs esperaram longos anos, ou seja, décadas e mais décadas por este álbum e apesar de não ter a pretensão de reinventar a roda, a banda poderia ter feito algo muito melhor, mas mesmo assim com todos os defeitos é uma surra de pinto mole nos imitadores, que circulam no Stoner e no Doom metal. O saldo final desta empreitada diz que a história de Ozzy Osbourne com o grupo ainda tem mais um capítulo a ser escrito e tomara que a banda se dê conta disso e este próximo episódio seja a redenção.   

Nota: 7,0
  
Faixas: 

01 The End of Begnning 
02 God is Dead? 
03 Loner 
04 Zeitgeist 
05 Age of Reason 
06 Live Forever 
07 Damaged Soul 
08 Dear Father
09 Methademic (Versão Deluxe)
10 Peace of Mind (Versão Deluxe)
11 Pariah (Deluxe Version)    













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