24 de janeiro de 2013

Rock Memories: Chris Robinson and Brotherhood e o Grande Ritual Cósmico



Há tempos atrás quando me deparei pela primeira vez com um disco do The Black Crowes, eu nem dei muita atenção claro que eu escutei, mas como eu estava no embalo de curtir bandas como Led Zeppelin, Black Sabbath entre outros acabou passando batido. No fundo aquela experiência ficou fixada no meu subconsciente e isso num futuro não muito obstante e faria uma tremenda diferença e me levaria a encontrar lugares que eu jamais havia sequer imaginado que pudessem ser possíveis. 



Eu entrei na faculdade já na casa do 30 anos e cursei história pelo fato de sempre ter sido bom aluno e por gostar da disciplina, mas o universo que a faculdade desfralda diante dos nossos olhos é praticamente infinito pelas possibilidades que ela oferece e de fato essa experiência é enriquecedora, intelectualmente falando. Diante dessa abertura da mente e conseqüentemente dos sentidos nas mais variadas direções imagináveis e inimagináveis o ser radical foi sumindo aos poucos e dando lugar a uma pessoa de mente aberta as novas possibilidades.   

A música também foi afetada, pois o convívio com o outro acaba te transformando e isso é positivo, pois ai que o Black Crowes voltou a cena para ser mais exato no segundo ano da faculdade em 2008, quando eu comprei o álbum ao vivo "Warpaint Live" e quando cheguei na minha casa já fui conferir imediatamente e não me arrependi ter feito aquela compra que ainda hoje salta os olhos e faz dizer em pesamento "ainda bem que sorte!". Ali os caras faziam um rock básico enfim clássico com nítidas influências de Led Zeppelin e mais alguns elementos e isso foi o bastante naquela época, pois haviam outras pressões que estavam em cima de mim. 

Depois da faculdade embora a banda voltasse a ficar encostada na prateleira, eu nunca esquecia e apensa adiava qualquer outra audição daquele disco que eu tinha e em 2012, eu levei um susto, pois quando vi que o Chris Robinson estava em carreira solo e havia lançado um álbum que naqueles primeiros momentos eu nem sabia do que se tratava fiquei curioso e minha vontade de saca-lo na loja mais próxima foi lá na estratosfera e num fúria incontrolável que causava certa tensão só de imaginar. 

    
Aos sábados eu pratiquei algo que é uma tradição, ou seja, ir as lojas de discos da cidade algo raro hoje em dia infelizmente e todas as que eu encontrei ninguém sabia sequer da existência do disco e ficaram tão empolgados quanto eu. Então apelei para as lojas dos três shopping centers da cidade e lá fui de cabeça nessa empreitada insólita atrás de uma preciosidade enfim fui nas redes Saraiva e nada e depois fui na Fnac e nada também e pelo fato de ter ficado revoltado não comprei nem os livros que leio mensalmente e fui para casa chateado. 

Como no sábado, eu não iria sair porque não estava com vontade, pois tinha cinco filmes que eu havia comprado para assistir fiquei em casa chamei uma pizza gigante de mussarela e uma garrafa de três litros de coca-cola e me atirei no sofá e lá permaneci durante os primeiros filmes e ai a vontade de ir computador falou mais alto nem quis ver o terceiro filme e já fui acionado o meu micro e lá fui pesquisar na internet atrás do álbum e já rejeitei o Amazon, pois por lá ficaria inviável devido ao lucro Brasil. Pouco tempo depois me vejo no Mercado Livre procurando outra coisa e finalmente vi um anúncio sobre o disco e não dei outra lá estava Big Ritual Moon a minha espera e nem esperei já saquei o meu cartão de crédito e cliquei no comprar e pronto fiz a compra. 

Depois de ficar quase hum ano a procura do álbum em 2013, eu consegui realizar a compra e na quarta-feira dia 23, o dito cujo chegou para a minha alegria descontrolada que em alguns picos de euforia beirou a insanidade. Entrei correndo no meu quarto saquei uma faquinha do porta lápis, que fica estrategicamente ali para abrir essas embalagens e já fui rasgando plástico e sacando o álbum de dentro da embalagem e retirei de uma só vez o celofane que o lacrava e já estava com o álbum na versão digipack nas mãos olhando-o por dentro e por fora e já sem mais delongas fui direto e reto ao que interessa desembainhei o cd cujo shape parece um lp com um selo amarelo em volta e já apertei o controle para abrir a gaveta e com todo o cuidado e paciência o coloquei e apertei para fechar e já apertei o play na seqüência e pronto.

      
Quando começaram as primeiras notas da introdução, eu catapultado de imediato para dentro do álbum e o jeito foi me deitar na capa e deixar aquela sonoridade calma e tranquila agir sobre a minha mente. "Tulsa Yesterday" e seus mais de onze minutos de pura sedução num ritmo delicioso já mostravam o meu novo endereço, enfim era só relaxar e ir no embalo da música e que música, heim! Nossa! por um momento, eu jurava que estava numa comunidade hippie em qualquer canto do mundo apenas viajando na paz de espírito. 

A mensagem de Big Ritual Moon é simples é um álbum para você sentar ouvir com calma e sair do comum deixar os problemas do dia a dia de lado e pensar em outras possibilidades e imaginar outras maneiras, fontes de prazeres. O disco é resumido a sete faixas e todas são longas e isso já é o suficiente. Aqui a instrumentação é básica guitarra, baixo, bateria, vocais e teclados e o grande diferencial é o mix de blues, folk, country e progressivo em alguns momentos lembra o Grateful Dead. O álbum tem "Rosalie" na sequência que é outra viagem alucinante e um dos grandes momentos deste álbum com o seu rock calmo e tranqüilo que remete diretamente aos anos da psicodelia. 

A terceira faixa "Tomorrow Blues" cujas melodias passionais e emocionais também mostram uma outra via para reflexão sobre o dia a dia e as considerações cruciais da vida que nos perseguem e não temos como escapar. Outra faixa que reúne em si um apanhado de grandes idéias é "Reflections on a Broken Mirror" é daquelas para sentar com a namorada e ficar bem colado e deixar a imaginação fazer o resto. "Star or Stone" é daquelas que te faz pensar no sentido da vida e as suas relações interpessoais, um grande momento sem sombra de dúvida alguma. Em "Beware, Oh Take Care" é outra cujo instrumental é totalmente envolvente e te faz sonhar acordado com o deserto e seus segredos. Finalizando o álbum vem "One Hundred Days of Rain" que conduz a pensar o passado e rever o presente. 

          
Big Moon Ritual não é nenhuma obra messiânica e nunca tomou para si essa árdua tarefa e apesar de conter o espírito hippie esses ideias estão ai para quem quiser ver ou não. Aqui Chris Robinson e os seus companheiros só deixam registrada a opinião deles pronto. Se o álbum é um clássico sim ele é um clássico dos tempos modernos pelo conjunto de sua obra e considerando o mundo atual e a imbecilização dos artistas e da sociedade soa até algo retrô lança um álbum cujo objetivo seja apenas deixar uma mensagem simples e bem claro existe uma outra via para se repensar a vida e os caminhos pelos quais seguimos.

Uma viagem cósmica, mística que nos liga ao disco e as possibilidades para o depois é que são o desafio nosso de amanhã e depois. Esses diferenciais é que fazem de Big Ritual Moon não uma obra de um profeta, mas de um gênio cujo talento transcende o lugar o comum e rejeita algo comercial e mais palatável de sucesso imediato um dos grandes vícios das sociedades líquidas, pois tudo na vida leva um tempo e essa estrada chama-se aprimoramento para as demais tarefas da vida que demandam paciência, cuidado e respeito pelo próximo e por si próprio. 

Enfim através de Big Moon Ritual, Chris Robinson e sua turma te convidam para você reavaliar a sua vida e refletir se é realmente necessário andar de carro do ano importado ou não, roupas de grife e demais acessórios importados e se afundar nas ilusões promovidas pela vida moderna se afogando na futilidade promovida pelo consumismo como uma finalidade em si própria. Finalizando chame sua namorada, amigos para escutar junto com você e abra qualquer tipo de bebida e saboreie o álbum e deixe que as melodias façam o resto, mas não se esqueça que esta opinião aqui expressa é só uma opinião, pois quem vai decidir algo depois e realmente fazer a diferença é você. 

Lista de músicas

01 Tulsa Yesterday 
02 Rosalee 
03 Star or Stone 
04 Tomorrow Blues 
05 Reflection on a Broken Mirror
06 Beware, Oh Take Care 
07 One Hundred Days of Rain.    



       















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