19 de dezembro de 2012

Classic Thrash: Celtic Frost - Vanity/Nemesis (1990)


O Celtic Frost foi uma das bandas mais legais e mais inteligentes que já apareceram na história da música pesada. Primeiramente com o Hellhammer os caras ampliaram as portas para entrada do metal extremo através do mini lp Apocalyptic Raids lançado em 1984, depois quando passaram a ser o Celtic Frost os caras soltaram uma trinca de álbuns Morbid Tales (1984), To Mega Therion (1985) e Into the Pandemonium (1987), que se tornaram clássicos imediatos, mas nem sempre tudo foi flores e infelizmente o grupo também passou por alguns perrengues feios na sua carreira  e ele começaram com o lançamento do álbum Cold Lake (1988), pois os caras decidiram mudar o direcionamento comercial e tentaram se abraçar com o hard rock que estava em alta naquela época na terra do Tio Sam, mas experiência foi muito mal sucedida e ditou o futuro da banda. 



Os caras foram execrados, pois os fãs de metal extremo prezam pela fidelidade dos seus ídolos que é o pre-requisito básico, ou seja, fundamental para se ter aceitação naquele meio e esta atitude do grupo foi vista como uma afronta, uma traição e por isso não houve perdão e os caras simplesmente foram banidos do círculo e o novo público que eles pretendiam alcançar também não gostou do álbum por considera-lo heavy metal demais para o gosto deles enquanto o público original do grupo o achava hard demais e naquela época este gênero era considerado como um estilo de segunda categoria por ser considerado muito comercial, e pelo visual carregado de battom, laque e aqueles cabelos armados e as roupas coloridas cheias de detalhes com brilhantes purpurinas, e os detalhes femininos que os membros daquelas bandas trajavam e por isso não mereciam respeito. 

Seguindo estas premissas que eram o ponto de discórdias entre os fãs de ambos os gêneros, fica bem claro e deixa transparecer bem o que foi e década de 1980, em relação aos diferentes estilos de rock entre si e as suas rixas que muitas vezes levavam ao confronto físico. O grupo quase encerrou as atividades, mas devido aos problemas financeiros que teve na turnê norte americana e somando-se ai os problemas internos e a relação problemática com a sua gravadora levaram a banda a se dissolver temporariamente. Seis meses depois o líder Tom G. Warrior resolveu reformular a banda e chamou Stephen Priestly para re-assumir as baquetas e o guitarrista Oliver Amberg foi despedido e para substitui-lo foi chamado Ron Mark (Coroner). 


O baixista Eric Martin retomou o seu posto, o guitarrista Curt Victor Bryant permaneceu com a banda, e a nova missão do grupo era recuperar o prestígio perdido devido ao fiasco de Cold Lake. O grupo partiu para o estúdio e começou a trabalhar no seu quinto álbum de estúdio ainda no ano de 1989 e o álbum foi lançado em abril de 1990. A produção foi assinada por Roli Mosimann. A sonoridade de Vanity/Nemesis não era o retorno do grupo ao som dos primeiros álbuns, aqui a banda arriscava-se numa sonoridade mais voltada ao thrash metal com umas pitadas de gótico, o disco repercutiu bem, mas como o estrago já havia sido feito não possível recuperar o prestígio do qual o grupo desfrutava junto aos seus fãs a poucos anos atrás.  

O track list do álbum apresenta a nova sonoridade do grupo cujos temas refletiam o velho espírito mórbido e sombrio do mórbido e sombrio do Celtic Frost, mas numa roupagem sonora voltada ao thrash metal e também utilizaram vocais femininos dando um charme a mais e esse detalhe mostrava que o grupo havia resolvido manter uma linha mais próxima do Into the Pandemonium lançado em 1987, que mergulhava de cabeça no Gothic Metal e mantinha uma proposta avante-garde. O grupo fez dois covers o mais conhecido foi feito para a faixa "Heroes" de David Bowie presente no álbum "Heroes", mas a versão dos suíços ganhou uma nova roupagem sonora que seguia a linha proposta pelo grupo e só entrou na versão do cd, em 1999. O segundo cover foi para a faixa "The Island Earth", do ex-vocalista do Roxy Music, Brain Ferry e a exemplo da primeira também ganhou a sua versão no estilo do grupo. 

Destacar qualquer faixa é até desnecessário, pois todas as de autoria do grupo estão no mesmo nível, mas para aqueles que gostam de referências sobre o álbum as faixas que se destacaram na época de lançamento foi Wine in my Hand (Third from the sun), que inclusive foi o single de promoção do álbum. As faixas Vanity e Nemesis que são o título do álbum também foram alguns dos destaques. Enfim as demais faixas como: Wings of Solitude, The Name of my Bride, The Restless Seas, Phallic Tantrum, A Kiss or a Whisper" que compõe o track list original que contém onze faixas andam todas iguais e mantém o equilíbrio do álbum do começo até ao fim, em 1999 quando o álbum foi re-lançado em cd, a faixa, "A Descent to Babylon (Babylon Asleep), que havia ficado de fora retornou ao álbum. 

    
Mesmo com essa gama de boas faixas que tinham tudo para devolver ao Celtic Frost o status perdido, ele acabou ficando esquecido na discografia da banda e ficou visto apenas como uma bom álbum, ou seja, uma tentativa de reconquistar os velhos fãs. O cenário do início da década de 1980, já andava em para outro lado e novas bandas de Death Metal e Black Metal começavam a aparecer e conseguir destaque com um som mais veloz, mais rápido e mais brutal apoiadas na mesma temática do grupo e talvez isso tenha contribuído para a banda ter sido jogada para escanteio. 

O grupo ainda conseguiu se manter na ativa por mais algum tempo e quando estava prestes a encerrar as atividades estava trabalhando em uma demo de faixas inéditas, e ainda teve tempo de contratar o guitarrista "Gypsy" Jones. O grupo acabou encerrando definitivamente as atividades depois de uma série de problemas internos e por fim lançou o seu último álbum, a compilação "Parched With Thrist Am I and Dying", em 1992, que conta com duas faixas inéditas "The Inevitable Factor" e "Journey into Fear". Depois de terminada a jornada o Celtic Frost que deixara para trás uma carreira bem sucedida e quatro álbuns clássicos, os integrantes do grupo seguiram suas carreiras paralelas dentro e fora da música. 

Tom G. Warrior montou o Apollyon Sun cujo projeto era voltado a música industrial e pouco tempo depois também retirou-se do cenário e começou a escrever a biografia do Celtic Frost intitulada "Are You Morbid?", cujo lançamento só aconteceu em 2000 pela editora britânica Sanctuary Publishing, e foi um sucesso estrondoso totalmente aclamada entre público e imprensa. O Celtic Frost só retornou ativa quase duas décadas depois com o álbum Monolith (2006), para dar o seu último suspiro. Se você ainda não conhece esse álbum não se acanhe e nem tenha medo da opinião alheia e ouça-o e tire as suas conclusões sobre se ele merece ou não ter ficado relegado ao esquecimento, pois para mim é simples: É clássico na veia!  


Faixas: 

A1. The Heart Beneath
A2. Wine in my Hand (Third from the sun)
A3. Wings of Solitude 
A4. The Name of my Bride 
A5. The Island Earth (Brian Ferry cover)

B1. The Restless Seas 
B2. Phallic Tantrum 
B3. A Kiss or a Whisper 
B4. Vanity 
B5. Nemesis  











    




















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