14 de novembro de 2012

Classic Hard: Wishbone Ash - Just Testing (1980)


Em 1973, o Wishbone Ash lançava o álbum Wishbone Four que era uma espécie de continuação do álbum anterior cujo sucesso foi enorme e até foi eleito o melhor álbum do ano pela publicação Sounds, a banda manteve a projeção que havia ganho, mas em contrapartida perdeu o guitarrista Ted Turner e para substítuí-lo a banda recrutou Laurie Wisefield e com ele a banda gravou o álbum There's the Rub (1974) que ainda mantinha o mesmo som complexo misturando hard rock, o pop e o rock progressivo e no ano seguinte os caras lançaram o álbum Locked In (1975) que marca a entrada da banda no concorrido mercado norte americano e em conseqüência disso as guitarras ficaram em segundo plano no álbum e na turnê que fizeram pela terra do Tio Sam adicionaram um tecladista para fazer os shows. 




No ano de 1976, outro álbum foi lançado New England onde a banda voltou ao seu estilo tradicional, mas as músicas já eram tão longas e tão complexas como eram e mesmo assim mantinham aquela pegada característica das guitarras gêmeas, que marcaram profundamente a sonoridade da banda e o som estava ligeiramente mais pesado e encerrando período de sucesso nos EUA, o grupo lança Front New Page (1977), e o som ficou mais leve e mais voltado para pop e o experimentalismo entrou em cena com o último da banda na década de 1970, No Smoke Without Fire (1978) e ao invés de se auto produzir que assumiu a produção foi Derek Lawrence, que já havia trabalhado para o grupo produzindo o álbum Argus (1972), o maior sucesso comercial da banda e que inclusive lhes trouxe fama internacional. 

Na década de 1980, muitas bandas tiveram que remodelar o som e isso significava mudanças na orientação musical principalmente para as bandas de rock que vinham da década de 1970, que para ainda serem relevantes foram obrigadas a fazer essas mudanças, pois os grandes nomes como o Black Sabbath precursor do heavy metal apresentou os novos rumos, pois entrava em cena a NWOBHM que estava arrebatando os jovens e as bandas inspiradas no som do Judas Priest  que já havia feito a transição de sua música ainda na década anterior libertando-se dos cacoetes do blues e jazz e isso deu origem a outros subgêneros dentro do heavy metal e as bandas de progressivo muitas partiram para uma sonoridade mais comercial chamada de AOR (Adult Orient Rock), ou seja, eram épocas de mudanças e quem quisesse continuar relevante e seguir carreira na música em especifico no rock teria que passar por essa transformação sonora. 

Com o Wishbone Ash não foi diferente, os caras fizeram a mesma coisa e o resultado destas mudanças é o álbum Just Testing e ele trás em sua bagagem os anos acumulados de experiência, pois é um apanhado do que a banda havia feito na década anterior, ou seja, o melhor da banda estava ali musicalmente falando ali o hard, o progressivo e o pop estavam marcando a sua presença e inclusive o uso de teclados foi admitido e a sonoridade apresentada no álbum é uma perfeita mescla do que a banda vinha fazendo naquele momento, mas o hard rock e o pop se sobre saíram e a banda mais uma vez criava um som complexo e forte baseado nas guitarras gêmeas de Wisefield e Powell.           


O lado A, abre com a faixa "Living Proof" a parte acústica, ou seja, os violões funcionam muito bem entrelaçados as guitarras gêmeas que depois tomam conta da cena e os solos dominam e são pura virtuose e arrebatadores também e casam perfeitamente com o baixo e a bateria e os vocais são pura hipnose e os refrões e os solos são parte central da música e levam o ouvinte as nuvens instantaneamente e o final vem mais acelerado pela cozinha e os solos vem na mesma velocidade. Em "Hauting Me" o começo vem com os riffs e os vocais cujo andamento é pesado e marcado pelos dedilhados de guitarra e ainda conta com algumas viradas bem marcadas da bateria e o baixo também marca presença e dá a sustentação necessária ao andamento da faixa a parte central são os refrões onde o vocal atinge o ápice e os solos são constantes e cortantes e emocionam. 

A terceira faixa do lado A, "Imsomnia" já é um hard que conta com o uso de teclados para o seu clima fantasmagórico que permeia toda a faixa que fica baseada no instrumento enquanto as guitarras ficam em segundo plano e os vocais e coros aparecem para marcar o ritmo e as viradas da bateria também se destacam, pois a cozinha formada Upton e Martim é muito talentosa e faz qualquer um vibrar. A missão de fechar o lado A, ficou com "Helpless" que começa com a entrada dos riffs das guitarras e é acompanhada pela bateria num ritmo crescente até entrar os vocais de Martim e neste caso os riffs fortes e hardeiros se sobrepõe marcando o peso explodindo em refrões suaves entre cortados por uma tensão de riffs e solos da guitarra com fortes batidas e solos que entram na seqüência são furiosos e alucinantes e depois do andamento tenso a música caí na velocidade dos solos de guitarrsa gêmeas acompanhados pela cozinha que sustenta o peso e a velocidade dando a base precisa e forte. 

O lado B, começa com "Pay the Price" que já vem com um andamento mais voltado ao pop e o clima em conseqüência é mais alegre e divertido e também é uma aula de melodias no estilo Wishbone Ash e remete ao álbum Argus (1972) e os solos também se apresentam grandiosamente melódicos e cativantes também mesmo em uma canção simples. A seqüência com "New Rising Star" é uma balada tipica dos caras e melancólica também e as guitarras literalmente tomam conta e os solos saem em cachoeiras e os vocais hipnotizam e as notas de bateria marcam bem o ritmo desta faixa e a melodia transborda emoção e o jeito aqui é deixar-se levar e viajar nas melodias complexas da guitarra. 

   

Em "Master of Disguise" os violões voltam a cena misturando-se com as guitarras e os solos curtos e vocal vai conduzindo a primeira parte naquele estilo rock pesado e o ponto alto é atingido nos refrões e solos dedilhados na guitarra enlouquecem e depois de um clima de guitarra os violões voltam e a canção recomeça com o mesmo entrelaçamento marcado pelo baixo e pelas viradas de bateria enfim mais um som complexo do grupo que simplesmente arrebenta e os teclados teclados Ian Ken e os vocais femininos de Claire Hamil (participou das faixas Master of Disguise e Pay the Price) . Fechando o álbum vem "Lifeline" cujo começo é com solos arrebatadores e o clima da música não é nada alegre muito pelo contrário é sombrio até demais e nos refrões explodem os solos virtuosos e arrebatadores das guitarras gêmeas e esta também remete ao passado lá no começo da década de 1970, e os solos dominam a faixa toda e quando acabam vem as viradas de bateria para cair numa pauleira ferrada e a cozinha entra em cena para os solos velozes mais uma vez comandarem a festa com riffs bem potentes e a música entra num clima pop meio que flertando com o Reggae e depois caí de vez no pauleira com os mesmo solos velozes e depois vai encerrando com algumas viradas e os solos vão diminuindo e ficando mais cadenciados alternando-se com as viradas da cozinha e pronto a faixa termina e ninguém escapa incólume após ao efeito de Just Testing. 

A capa mais uma vez foi produzida pela Hypgnosis. Just Testing marca o fim da era Martin Turner na banda e é também o início do desmantelamento da segunda formação do grupo que num passado não tão distante ajudou a escrever a história do hard rock setentista e mesmo ficando injustiçado e esquecido é um dos grandes nomes pelas contribuições que deu a música com o seu estilo singular de criar músicas emocionais, longa e complexas e firmando as guitarras gêmeas que foram inspiração para várias bandas de heavy metal na década de 1980. 

Just Testing apesar de ser mais comercial por imposição da MCA mostrou a capacidade e o talento da banda para se renovar e mesmo com um mais pop soube manter as suas características e imprimiu no álbum um som maduro e diversificado que marcava o fim de uma fase do grupo que buscou as suas raízes sem medo embora tenha misturado algumas coisas a mais afim de atender a exigência da gravadora e se banda estava apenas testando passou mesmo sem querer e produziu um dos álbuns mais emocionantes e mais inspirados de sua carreira que acabou mal compreendido, mas que ajudou a refletir o que muitas bandas fizeram na década de 1980, e o som deles dali em diante jamais seria o mesmo e a nós ficou a saudade dos bons tempos registradas nos álbuns clássicos e por isso se você não conhece este álbum, mas sente saudades do passado venha faça o teste e verá que nem tudo que te dizem que é ruim é verdade. 

Faixas: 

A1. Living Proof 
A2. Haunting Me 
A3. Insomnia 
A4. Helpless 

B1. Pay the Price 
B2. New Rising Star 
B3. Master of Desguise 
B4. Lifeline 














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