31 de outubro de 2011

Classic Heavy: Judas Priest - Stained Class

 

Ano de Lançamento: 1978
País de Origem: Inglaterra
Estilo; Heavy Metal
Line-up: Rob Halford (g), K.K Downing (g), Glenn Tipton (g), Ian Hill (bx) & Les Binks (bt)
Produtor: Dennis McKay
Premiação: Disco de Ouro (USA/RIAA)



Se existe uma banda que exprime o que é o heavy metal em todos os seus sentidos é o Judas Priest embora o Black Sabbath tenha fundado o estilo baseado em guitarras pesadas com influências de blues, folk e jazz e o Motorhead  tenha trazido o estilo de vida e um som sujo e barulhento misturando o rock ´n´roll ao punk, o Judas Priest soube juntar ambas as partes e criar um som pesado e agressivo unido ao visual em couro negro e assim terminavam por formar junto com o Black Sabbath e o Motorhead a trindade sagrada do heavy metal, cujo impacto sobre os fãs e músicos foi gigantesco na década de 1980 influenciando a NWOBHM e as bandas de outros países que surgiram em inspiração ao movimento britânico (na Alemanha o Accept, no Brasil o Alta Tensão) e junto com o Iron Maiden levantaram e carregaram a bandeira do estilo durante a década e a cada lançamento arrebatavam legiões de fãs cujos números foram aumentando vertiginosamente fato que já dura há quase quatro décadas.




Mas ainda na década de 1970 o Judas Priest ainda dava seus primeiros passos, pois, começara com Rocka Rolla (1974), onde as influências de Black Sabbath eram visíveis no som apresentado, pelo peso das composições e em Sad Wings Of Destiny (1976) apresentavam um som mais maduro, mas igualmente pesado e agressivo fugindo gradativamente dos cacoetes setentistas apontando numa direção nova que continuaram a desenvolver em Sin After Sin (1977) cujas composições já indicavam muito do que seria feito na década posterior mostravam o Judas Priest numa transição de Heavy Rock (Hard Rock sonoridade geralmente encontrada nos discos da década misturados a elementos de Blues, Jazz e Folk) para o Heavy Metal pesado e caótico que transformaria o estilo e formaria as bases não só da NWOBHM, mas também do Thrash Metal, Power Metal entre outros subgêneros que surgiram ao longo da década de 1980, mas ainda faltava mais um capítulo nessa história que ainda não estava escrito cuja impotância é indispensável para podermos compreender as mudanças empreendidas até aqui que tomariam sentido poucos anos depois nos lançamentos futuros que finalmente levariam a banda explodir definitivamente no mundo afirmando sua posição entre os Deuses do Heavy Metal.

Já com o novo baterista Les Binks e ávidos de dar continuidade as mudanças insanas rumo ao som extremo que vinham fazendo apoiado em guitarras cortantes acompanhadas da velocidade do bumbo duplo que quando necessário foi utilizado sem medo algum acompanhados de Ian Hill que com seu baixo sustentava o peso e na linha da frente o maestro Rob Halford conduzia o espetáculo com sua performance avassaladora ultrapassava os limites da sanidade ao cantar agressivamente mostrava sua que sua força como frontman era equivalente ao som desfilado por seus companheiros. Assim sendo as gravações que dariam origem ao quarto álbum de estúdio do Judas Priest tem início no Chipping Norton Studios localizado Cotswold uma pequena vila inglesa cuja produção ficou a cargo do produtor Dennis McKay acostumado a produzir bandas de jazz o que já torna o trabalho ainda mais interessante e digno de nota considerando o escopo o produtor. E a sonoridade finalmente rompia com os álbuns anteriores deixando as influências de blues para trás a apresentando um Heavy Metal avassalador rápido, pesado e agressivo que usava e abusava dos talentos individuais de cada um dos músicos com faixas limpas, onde pode-se ouvir todos os instrumentos de maneira limpa e cortante o que impossibilita o ouvinte de não delirar com tamanha qualidade apresentada neste álbum.


E depois de passarem de outubro a novembro de 1977 gravando o quarto capítulo de sua saga o álbum Stained Class finalmente vai às lojas no dia 10 de fevereiro de 1978, surpreendendo pela qualidade das composições começando pela abertura com Exciter uma faixa singular que tornou-se obrigatória nos shows da banda pela rapidez dos bumbos cortantes de Les Binks e as guitarras cortantes em constante tensão aliados ao peso das quatro cordas e dos vocais desesperados que atingiam o impensado nos refrãos mostrando o novo caminho que o Heavy Metal seguiria a partir daquele momento e apontando o futuro do estilo que seria assimilado pela juventude da época que na década seguinte formaria suas bandas inspiradas em faixas deste calibre. Uma das melhores faixas desse álbum levando em consideração a sua estrutura é White Heat, Red Hot que apresenta riffs realmente matadores combinados com os vocais de Halford que levam o ouvinte ao êxtase nos refrãos. Já a terceira faixa é a polêmica Better By You, Better Tham Me na verdade é um cover do grupo britânico Spooky Tooth cheio groove que causou alguns infortúnios à banda porque a família de dois jovens nortes americanos que haviam feito um pacto de suicídio levando-o a efeito após ouvirem a faixa cujo Ray Belknap de fato veio a óbito enquanto o segundo Jay Vance não faleceu e ficou com o rosto totalmente disfigurado e as famílias por entenderem que a faixa possuía mensagens subliminares que incentivavam tal ato impetraram com um processo contra a banda que acabou absolvida por que o perigo de uma obra não reside nela e sim no interprete e neste caso os dois ouvintes.

A faixa título Stained Class conta com solos alucinantes e riffs cavalgados que levam os ouvintes a outra dimensão não deixando pedra sobre pedra  contando com inteligentes linha vocais de Halford cuja inteligência mostra uma bela letra que funciona muito bem como uma critica social e a faixa Invader  é aquela típica faixa básica de  heavy metal com riffs certeiros que agradam de cara com refrãos grudentos e momentos viajantes e ainda por cima utilizaram alguns efeitos sem o menor pudor com o andamento reto uma excelente faixa. A faixa Saints In Hell é uma das obras primas de todo o trabalho, pois, nela destacam-se todos os músicos como Halford com seus vocais voando alto resumido a duas frases no refrão, a bateria de Les Binks contribuem de maneira sensacional casando de maneira perfeita com o baixo cujas linhas foram criadas em cima das linhas de guitarra  executadas pela dupla de maneira absurda que até fazem parecer fácil o trabalho. A faixa Savage é um  convite a qualquer ouvinte a repensar  o homem moderno e seus valores em detrimento dos "selvagens" que sofreram os maiores abusos no tangente ao seus direitos pela desculpa da civilização e progresso vindos do ocidente europeu que na verdade é o incivilizado, mas essa narrativa torna-se mais interessante com o domínio total da bateria e seus viradas e os solos avassaladores combinado com momento ora velozes e ora melódicos emanados pela duplo K.K Downing e  Glenn Tipton.  Um dos pontos altos deste a álbum é Beyond The Realms Of Death uma verdadeira balada estilo Heavy Metal que traduz literalmente o sentimento emocional na voz de Halford que leva aos extremos nos refrãos acompanhados dos belíssimos solos executados pelas guitarras cuja bateria bombástica amplia o deleite cujo êxtase pode levar o ouvinte a atingir o ápice de suas angústias brotando-lhes lágrimas e lágrimas dos olhos. E fechando o álbum vem Heroes End que na verdade é uma homenagem aos ídolos que tiveram sua vida abreviada por causa dos excessos  e tornaram-se lendas, mitos que marcaram época em seu tempo (Janis Jpplin,  Jimi Hendrix e James Dean eram os homenageados no caso) e musicalmente falando é apoiada em alguns riffs com uma base simples com solos distorcidos, enfim um álbum extremamente eficiente e ainda por cima clássico indefectível e obrigatório tanto para aqueles que são fãs da banda e colecionam e para os fãs de heavy metal que estão iniciando seu primeiro contato com o estilo.   

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