8 de abril de 2013

Resenha de disco: Ghost - Infestissumam (2013)


Com um visual e som para lá de fantasmagóricos, o Ghost, estreou em 2010, com Opus Eponymous e imediatamente caiu nas graças do público e reuniu em torno de si grandes nomes do cenários, pois vários músicos consagrados se renderam aos encantos dos suecos mascarados. O grande mistério reside no fato de todos usarem máscaras e por usarem nomes como: Papa Emeritus e Nameless Ghouls, ou seja, as identidades são desconhecidas e tal artifício gera ainda mais fascínio nos fãs e na imprensa sensacionalista, que afirma ter descoberto a identidade do líder (vocalista). 



A música sombria e satânica é recheada de influências setentistas, é psicodélica e claro tem todo o peso inerente ao heavy metal. Depois de três anos em branco sem lançar nada, os heróis mascarados retornam com Infestissumam para reabrir as portas do inferno e conclamar os seus súditos para o culto macabro. O som ainda mantém as características originais de seu antecessor e os elementos setentistas, o peso do metal e os demais apetrechos estão ali marcando o bom gosto. 

O som do grupo ainda é na base do você ama ou odeia. Destacar apenas uma faixa é impossível e comecemos pelo single Secular Haze, que não é mais segredo e o clima dessa faixa é apenas o cartão de visitas para algo muito maior e mais complexo. Os suecos transitam por dois mundos opostos confrontando o profano e o sagrado, desafiando a ordem imposta. O inferno nunca, jamais apareceu e pareceu tão atraente, sedutor e por que não sensual também? 

O álbum é uma coletânea furiosa de riffs fortes, empolgantes e melodias arrebatadoras, enfim orgástico. Infestissumam assim como Opus Eponymous chegou para escandalizar a sociedade e atear fogo nas sacristias "sagradas" mundo a fora. Rock teatral no mais alto nível sem frescuras cheio de melodias como sempre no mais perfeito estilo clássico enfim um prisma diferente e original, renovador. Faz muito tempo, que o heavy metal não apresentava uma perspectiva herege desse nível, em todos os sentidos.



O grupo ainda não é um gigante, mas está no caminho certo para ser tornar um deles e quem sabe tornar-se um ícone pop. A música além de sua excelente qualidade ainda apresenta faixas de destaque como: "Year Zero" (uma das faixas mais empolgantes e com certeza será daquelas obrigatórias nos shows do grupo), em "Jogolo Har Meggido" é mais próxima do hard e tem aquela pegada e charme setentista recheada de melodias grudentas de fácil assimilação. 

A faixa "Body and Blood" tem um andamento instrumental e vocal, que mais parece um evocação do profano e nos propicia uma viagem por tempos imemoriais. Como o encontro de estilos é enorme, desmedido porém muito bem equilibrado a década de 1960 não poderia ficar de fora e se apresenta em "Gulleh/Zombie Queen" um clima psicodélico, progressivo que também remete a bandas como Beach Boys, enfim tudo isso resulta num som magnífico. "Per Aspera Ad Inferi" remete ao disco anterior com um som mais direito sem frescuras, enfim outro grande momento deste álbum. 

O clima sombrio, fantasmagórico e demoníaco de "Depth Of Satan´s Eyes" emanado da instrumental totalmente heavy metal com aqueles climas psicodélicos a transforma em outro cartão de visitas prontinha para te hipnotizar. Fechando brilhantemente o álbum vem a cena "Monstrance Clock" que mais parece uma valsa heavy bem tétrica e mórbida. Se você ainda pensa, que o Ghost tem algo a haver com o Mercyful Fate esqueça, reveja seus conceitos, pois aqui está a prova cabal de que falamos de duas bandas totalmente dispares. Em Infestissumam a banda conseguiu definir identidade própria e unir o pop, o heavy metal e o hard rock numa roupagem sonora única, original, enfim singular e por isso é um dos discos do ano. 

NOTA: 10  
   
Lista de músicas: 

01. Infestissumam
02. Per Aspera Ad Inferi
03. Secular Haze 
04. Jogolo Har Meggido 
05. Ghuleh/Zombie Queen 
06. Year Zero
07. Body and Blood
08. Idolatrine 
09. Depth of Satan´s Eye 
10. Monstrance Clock   





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