6 de abril de 2013

Álbuns Fundamentais: Wishbone Ash - Wishbone Ash (1970)


A Inglaterra na década de 1970 sagrou-se a capital do rock pesado e funcionava como uma espécie de Meca, o negócio era estar lá. Todas as bandas tinham grandes diferenciais entre si e todas elas possuíam um charme especial, mágico e arrebatador.  No interior do país, na cidade de Devon, província de Torquay, no ano de 1969, iria surgir uma das bandas mais inovadoras e o principal conceito introduzido, as guitarras gêmeas que formaria escola.


Os fundadores: Martin Turner (baixista e vocalista) e Steve Upton (baterista) começaram a empreitada, em 1969, e o primeiro membro a acompanhá-los foi o irmão de Martin Turner, Glenn Turner que não permaneceu por muito tempo e retornou a sua terra natal. O empresário do grupo, Milles Copland III, fez uma longa e exaustiva pesquisa em busca de guitarristas e o resultado final lhes trouxe a dupla: Andy Powell e Ted Turner.


As características sonoras adotadas pelo grupo passam pelo blues, progressivo e assemelham-se ao Krautrock, estilo praticado na Alemanha, e uma influência e inspiração para os britânicos era o Allman Brothers Band, mas só que tudo nos britânicos soava muito diferente por causa das duas guitarras e de suas intenções. Reza a lenda, que o contrato com a MCA aconteceu quando Ritchie Blackmore, do Deep Purple estava aquecendo-se no palco, e Andy Powell aproveitou o momento subiu no palco e começou a tocar junto com ele, e posteriormente Blackmore os havia indicado para a Decca/MCA Records.

Com o contrato assinado para registrar a sua estréia, o Wishbone Ash entrou no De Lane Lea Studios, em Londres, no mês de setembro ao lado do produtor Derek Lawrence, e saiu de lá com uma bolacha curta pelo número de faixas, mas grande pelo tempo de todas as faixas, e as guitarras com o seu trabalho incansável dando um toque de leveza, peso e melancolia eram à base de sustentação do trabalho ali registrado. Os fãs de rock pesado puderam conhecer o álbum, no dia quatro de dezembro. As composições são todas de autoria do quarteto: Martin Turner, Ted Turner, Andy Powell & Steve Upton.


A sonoridade empregava o Hard Rock, Rock Progressivo e assimilou também algumas partes do psicodélico, e, além de tudo caia num som pesado recheado por camadas e camadas ébrias de guitarras cheias de sentimentalismo e uma boa dose de melancolia embalada numa roupagem muito especial, pois ali tudo cativa desde o início, e é impossível querer resistir aos encantos da sonoridade nova e vigorosa, que apesar de ser muito complexa dizia muito sobre o futuro do rock e da banda.

O álbum começava a sua epopéia com “Blind Eye” um tema bem pesado e carregado de blues. Em “Lady Whiskey” a faceta mais pesada aparece com a longa instrumental, que assemelha-se a uma jam session. Em clima de balada, mas só que pesada entra em cena a reflexiva “Erros of My Way” com um clima melancólico carregada de sentimentalismo expressado pela dupla Ted e Powell. Outra faixa interessante é a curta “Queen of Torture” bem pesadona e recheada de solos de guitarras gêmeas e a habilidade de Martin e Upton marca presença também.


Temos dois temas longos e recheados de improvisos, no lado B: A primeira é a faixa “Handy”, cujo andamento é bem complexo e a sonoridade enfumaçada se funde perfeitamente a letra reflexiva, e fazem dela um dos grandes momentos do álbum com as guitarras gêmeas atacando e atacando, e debulhando os ouvidos alheios. Fechando o álbum aparece um dos grandes temas (obrigatório ao vivo) da história do grupo, “Pheonix” onde as guitarras gêmeas deixam claro, o que estava por vir no futuro não obstante. As guitarras gêmeas parecem quedas de água escorrendo montanha abaixo se desmanchando em uma rede complexa de solos e mais solos misturados a riffs pesados e distorcidos, enfim pura virtuose ensandecedora.       

O single extraído para promoção foi “Blind Eye” no lado A, e no lado B foi à faixa “Queen of Torture”. O álbum foi bem sucedido e mostrava uma nova opção para os fãs da música pesada, e com ele o grupo entrava para hall das bandas mais populares da década de 1970. Pouco tempo mais tarde ainda nos anos de 1970, bandas como Thin Lizzy e Judas Priest seguiram a cartilha apregoada pelo Wishbone Ash, e também colocaram as suas brilhantes duplas de guitarras gêmeas para conquistar suas multidões de fãs. A riqueza sonora dos britânicos ainda renderia muitos frutos e os álbuns posteriores como: Philgrim (1971) e Argus (1972) seriam os sintomas mais elevados e profícuos de uma banda brilhante, que figurou nos jovens corações de seu tempo e provou que o rock estava além de sua santa trindade.     

Lista de Músicas: 

A1. Blind Eyes 
A2. Lady Whiskey 
A3. Errors of my Way 
A4. Queen of Torture 

B1. Handy 
B2. Pheonix 















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