28 de setembro de 2011

Rock Memories - Ozzy Osbourne - Blizzard Of Ozz: O Íncio de Tudo



Me lembro como se ainda fosse ontem, o meu primeiro contato com o Heavy Metal. Em 1985 o Brasil (caminhava para o seu último ano de um período de duas décadas de ditadura militar). E em janeiro entre os 11 e 20 de janeiro aconteceria o primeiro festival de música internacional em solo tupiniquim era o Rock In Rio trazendo no cast bandas como Ozzy Osbourne, AC/DC, Iron Maiden, Whitesnake, Yes, Scorpions e Queen.Um dia de sábado eu liguei a televisão na Globo que noticiava o festival e a noite mostrava trechos de shows dos artistas que tocavam e nesse dia foi a primeira vez que vi trechos de um show de música pesada era o dia de Ozzy Osbourne.



Eu delirei e comecei a enteder o que era Heavy Metal, e depois daquele dia eu fiquei com aquilo na cabeça e procurava saber onde eu poderia encontrar algum disco desse cara, e um dia quando estava andando com o meu pai pela loja Jumbo Eletro e fomos até a seção de discos porque meu pai ia comprar um disco para ele e percebeu que eu olhava e olhava e perguntou se eu queria ganhar um disco, eu disse que sim e comecei a procurar e logo me deparei com o Blizzard Of Ozz, eu fiquei atônito e só soltei um paieee! Eu quero esse disco! É daquele cara da televisão, lembra? E o meu pai olhou e disse você tem certeza, que quer esse disco? eu na hora sim, claro que quero! e ainda por cima argumentei que na escola meus amigos ouviam esse tipo de música e que eu já estava cansado daqueles discos cafonas (infantis), e comecei a falar tanto que ele pegou o disco e falou tá bom! eu compro!

Esse foi o meu primeiro disco e essa paixão pelo Heavy Metal ainda iria se desenvolver ainda mais, dois anos depois com a chegada de meu primo mais velho, (que me realmente me influenciou me mostrando o que rolava de verdade no cenário europeu), não foi nenhuma novidade eu me interessar por rock, pois, um dos meus primos o mais velho (R.I.P) já ouvia bandas como Dire Straits e eu adorava sentar do lado dele e escutar os riffs iniciais de Money For Nothing.

Antes de ver o Rock In Rio naquele sábado mágico, o que eu sabia sobre a música pesada era o que minha mãe havia me falado uma vez, pois, ela por intermédio de minha avó recebia uma revistinha chamada Magnificat e nela trazia uma pequena matéria escrita por um padre, falando que o Heavy Metal era música do Diabo e nela falava sobre o Mick Jagger, Ozzy Osbourne entre outros, mas isso só fez aumentar ainda mais o meu interesse pela música pesada.


Eu jamais participei de qualquer atividade que necessitasse dançar, pois, eu era um tremendo pé de chumbo sempre pisava no pé da garotas e outra nunca freqüentava as danceterias porque eu tinha verdadeiro horror a Dancing Music e World Music, considerava-os dois gêneros extremamente bregas e ainda por cima ter que ver aquelas pessoas danaçando aqueles passos cafonas era um castigo. E enquanto meus colegas estavam pensado em ouvir rock nacional e outras coisas do gênero, eu estava antenado no que acontecia no mundo da música pesada e sempre que eu podia comprava uma revista para ler sobre os acontecimentos do cenário mundial e nacional .

E além disso meu pai tinha empresa de telefonia e os clientes geralmente eram tanto pequenas como as grandes empresas, e entre uma delas uma loja de discos cujo dono já era amigo pessoal de meu pai e as vezes sempre dava alguns LP'S para o meu pai e sempre vinha alguns de rock, sempre que tinha um chamado para assitência técnica o meu pai me perguntava o que eu queria e a noite ficava ancioso esperando pelo discos que vinham, as vezes era pura surpresa, afinal de contas aqueles eram dourados não só para a música pesada mas especialmente para mim.

E mesmo com minhas atenções voltadas praticamente para os estudos e para a pratica de esportes (Futebol), eu começava a perceber que a música começava a falar mais alto, eu escutava rádio esperando que alguma coisa relacionada ao Heavy Metal, (mas morando numa cidade conservadora do interior, onde qualquer passo fora dos padrões você já era suspeito e para ser considerado marginal bastava muito pouco) e então o máximo que rolava era alguma banda de AOR, tipo Journey, Foreigner e outras do gênero embora eu não reprovasse essas bandas eu queria escutar outro tipo de música que me libertasse da mesmice de uma cidade pequena e conservadora, então quando eu podia ir ao centro da cidade ia sempre no sebo Cantinho do Disco onde o Oswaldinho o dono do local recebia as figuras mais malucas da cidade e os discos mais legais também (esse cara fazia uma compras na galeria em boa quantidade e trazia para veder para a galera) a loja era o único local 'especializado' que se tornou era o ponto de encontro da galera do rock, além de rolar as seções de vídeos trazendo as novidades ele sempre colocava os discos para tocar na íntegra e foi justamente lá comecei a descobrir mais bandas e a partir daí foi natural que o meu gosto pelo Heavy Metal aumentasse e as novas amizades também aumentassem, pois, era muito comum trocar gravações em fita K7 com outras pessoas, além de posters entre outros objetos relacionados, pois, o objetivo ali era estar o mais próximo possível dos nossos ídolos.

La Opera Magna: O Ínicio da Glória

Após o termino da turnê do álbum Never Say Die o vocalista Ozzy Osbourne oficialmente deixa o Black Sabbath depois de 9 anos a frente da banda deixando para trás um legado de sucesso inquestionável.

No seu período pós-Sabbath Ozzy teve um início dramático, pois, passou por um período de problemas de saúde, pessoais somando o abusos nas drogas o que acabou desencando-lhe uma séria crise de depressão cuja solução para superar a traumatica separação do Black Sabbath encontou em sua carreira solo, com o apoio incondicional de Sharon Arden (sua atual esposa).

E dessa maneira  para montar a sua banda e seguir em sua carreira solo Ozzy Osbourne juntou-se ao jovem e talentoso guitarrista Rhandy Rhoads (ex-Quiet Riot) e no baixo contou com Bob Daisley (ex-Rainbow) e o baterista Lee Kerlake (ex-Uriah Heep), talvez a adição do guitarrista tenha incentivado o vocalista a empenhar-se no seu novo projeto, devido as suas habilidades ilimitadas que se faziam notar nas composições, logo Randy tornaria-se mais que um parceiro de banda na verdade um amigo, irmão do Mr. Madman.

E então Ozzy e seus companheiros partem para o Ridge Farm Studios em Londres inicialmente com o nome Blizzard Of Ozz para iniciar os trabalhos do seu primeiro registro em estúdio trabalhando inicialmente com o produtor Chris Tsangarides, que logo foi trocado por Max Normann que foi quem finalizou a produção do álbum cujos trabalhos ocorreram entre 22 de março a 19 de abril.

A gravadora rejeitou o nome da banda como Blizzard Of Ozz, que trazia discretamente 'featuring Ozzy Osbourne' e fez enorme pressão para que mudassem o nome porque a gravadora Jet Records queria investir na carreira solo do vocalista preferindo não arriscar os investimentos em uma banda desconhecida. Blizzard Of Ozz foi lançado oficialmente em 20 de setembro de 1980, na mesma época em que o Black Sabbath sua ex-banda alugará a casa de Barry Gibb (Bee Gees) para compôr e ensaiar as faixas do álbum Heaven And Hell.

O resultado foi um álbum bombástico ainda é pouco para descrever esse esta obra prima que se tornaria um dos álbuns mais bem sucedidos da carreira do Mr. Madman, e logo na abertura já ficava evidente que o sucesso era eminente ao som da faixa de abertura I Don't Know, os riffs avassalado9res de Roads roubavam a cena ao lado do vocal lúgubre de Ozzy que deixa o Black Sabbath para trás. E na seqüência vem o mega hit Crazy Train, onde o destaque fica por conta de Randy Rhoads outra vez, cuja melodia poderosa acompanhada por solos incriveis onde o guitarrista desfila com maestria a toda a sua habilidade. 

E na seqüência ainda vem mais como a execelente balada Goodbye To Romance, que na verdade é uma despedida dos bons tempos que passou ao dos seus ex-companheiros de Black Sabbath, outro bom momento é a faixa acústica Dee elaborada por Randy Rhoads uma pequena obra prima de poucos segundos, e seguindo ordem vem a delirante e polêmica Suicide Solution (cuja frase de abertura "Wine Is Fine, But Wiskey Is Quicker" dá azo a inúmeras interpretações, o que teria levado 2 jovens a cometer suícidio, e os pais de ambos entraram com um processo contra o cantor, mas obviamente perderam, o cantor alegou que havia escrito a letra inspirada em seu amigo Bon Scott que recentemente havia falecido devido a um coma alcoolico), os riffs pesados seu andamento mais cadenciado, abrindo espaço para as excelentes linhas de teclado conduzidas por Don Airey dando ínicio a outro hino da carreira do principe das trevas Mr. Crowley uma das faixas mais empolgantes tocadas pelo guitarrista Randy Rhoads, cuja letra foi escrita em homenagem ao ocultista Aleister Crowley. 


Outras faixas que não ficam na sola tem o seu brilho próprio cuja primeira é a No Bone Movies a tipica música Rock'n'Roll cheia de classe e categoria em seu andamento, e segunda é a bela Revelation (Mother Earth) com uma intro de levar qualquer marmanjão as lágrimas, seguida de explendidas distorções de guitarra, e solos demolidores somado aos outros elementos da parte instrumental como os teclados que fizeram toda a diferença merecendo uma audição com paciência e muita atenção aos detalhes que são emocionantes e emocionam realmente. E encerrando o álbum vem a típica faixa heavy metal Steal Away (The Night), cujo o destaque vai para o baixo que vem numa pegada incrivelmente insana totalmente desvirtuadora é uma baita porrada que leva ao chão sem piedade alguma.

O álbum foi um não foi um sucesso de imediato mesmo impulsionado pelas faixas Crazy Train, I Don't Know, Suicide Solution e Mr. Crowley, conquistou seu primeiro disco de ouro em 31 de julho de 1981. Blizzard Of Ozz alcançou a vigésima primeira posição nos charts da Billboard e acabou tornando-se um dos 100 álbuns mais vendidos dos anos 90, conquistando diversos discos platina. Um ínicio de uma carreira sólida que se consolidaria poucos anos depois mas isso é história para um outro dia.

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