3 de setembro de 2017

A verdade sobre Blaze Bayley no Iron Maiden.


A entrada de Blaze Bayley no Iron Maiden significou uma grande mudança porque quem conhece o som da banda na voz de Bruce Dickinson percebe que a estrutura sonora é adequada ao tom de voz dele, ou seja, há diferenças que implicam em mudanças nessa estrutura e obviamente aconteceriam de novo. Por isso a imprensa “especializada” ao meu ver foi covarde ao atacar Blaze Bayley e ao colocá-lo como se ele fosse o problema que nunca foi. Quem conhecia o trabalho dele no Wolfsbane sabia que isso iria ocorrer e também sabia que ele é um grande vocalista de heavy metal cujo talento não se realizaria ali, os álbuns de sua carreira pós-Iron Maiden comprovam isso largamente, sem embargos!



O fato é que Steve Harris teria que fazer grandes e consideráveis alterações na estrutura sonora da donzela de ferro para poder adaptar a voz de Blaze Bayley ao estilo da banda. De fato, houve a tentativa de fazer isso sem perder as características que marcaram a banda como a melhor do gênero, mas X-Factor (1995) falhou e mostrou que isso não era possível e que também não é demérito do vocalista. Há vocalistas e vocalistas, ou seja, o que isso significa? Diz que se você colocar o Dio no lugar de Ian Gillan no Deep Purple e manda-lo cantar Highway Star não vai funcionar e no Black Sabbath não funcionou no álbum ao vivo Live Evil (1982) ao cantar Iron Man, War Pigs, Paranoid. Isso não fez dele um péssimo vocalista, mas se sobressaiu pelo fato de haver gravado dois grandes álbuns e por reunir as características que se encaixavam com o estilo da banda de Iommi e companhia naquela altura, o azar de Blaze Bayley como já disse antes é referente a incompatibilidade de sua característica vocal que inviabilizou o seu sucesso ali ou alguém acha que se tivesse dado certo a banda retornaria com o vocalista anterior? 

Houve mais uma tentativa e o álbum Virtual XI (1998) também falhou miseravelmente assim como nas apresentações ao vivo quando ele tinha que cantar o material mais antigo, clássico, do Iron Maiden. Esse fato e mais as perdas financeiras abriram precedentes para o retorno do grupo com  a formação clássica (com a inovação de guitarras trigêmeas, a adição de Adrian Smith) pouco tempo depois, pois era isso ou assinar o pedido de falência. Blaze Bayley embarcou numa brilhante carreira solo que rendeu grandes álbuns como Sillicon Messiah (2000) e Blood & Belief (2004), que em minha opinião são dois clássicos do gênero. Sem contar o breve retorno com o Wolfsbane que lançou o álbum Wolfsbane Save the World em 2012, um bom álbum que confirma Bayley como um grande vocalista de metal. O primeiro álbum foi lançado no mesmo ano que Brave New World do Iron Maiden e, de fato, cala a boca dos detratores do vocalista comprovando a injustiça e a covardia que foi feita com ele durante o tempo que ele esteve na banda e, além disso, não ficou devendo nada ao disco lançado pela sua ex-banda.

Blaze Bayley não deu certo no Iron Maiden não porque ele é um péssimo cantor, muito pelo contrário, e sim porque que as características vocais dele não se encaixavam no estilo apresentado pela donzela de ferro e isso pode acontecer como aconteceu com Paul Rodgers quando ele integrou o Queen. Fato verdadeiro nessa relação é que há "defeitos" que são insanáveis e o melhor jeito para evitar dissabores ainda maiores, é, infelizmente, ter que despedir o membro que é incompatível para salvaguardar a integridade de ambas as partes. Esse fato não é novidade e já aconteceu diversas vezes. Sabe-se lá o que as bandas pensam quando se lançam nessas aventuras contratando um músico que nada tem haver com o estilo da banda para substituir um cara que as vezes é marca registrada, ou seja, que é um cara insubstituível naquele cenário como era o caso ali retratado. 



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