Resenha de cd: Soulfly - Enslaved (2012)

A verdade é que Max Cavaleira é uma verdadeira lenda do Heavy Metal, pois o cara fez sucesso no Sepultura participando de álbuns históricos Beneath the Remains (1989), Arise (1991) e Chaos A.D (1993) e por isso é sempre necessário reconhecer a sua importância no cenário do heavy metal mundial . E como não é novidade nenhum Max Cavalera se separou do Sepultura ainda na década de 1990 durante a promoção do álbum Roots Bloody Roots (1996) e na seqüência montou o Soulfly onde emplacou os álbuns vários álbuns e a seqüência inspirada de álbuns vem surgindo naturalmente e chega ao seu oitavo trabalho num processo paulatino de mudanças sonoras.

É nessa esteira que se encaixa Enslaved o mais novo álbum de Max Cavalera e sua trupe formada por Marc Rizzo nas guitarras e os estreantes Tony Campos e David Kinkade mostraram ser uma escolha muito bem acertada por Max Cavalera, pois a banda manteve o groove e o thrash característicos e ainda adicionou elementos do black e do death metal e mostrando a solidez do novo álbum. O Soulfly vem se posicionando dentro do heavy metal e não é de hoje, essa escalada já vem se desenvolvendo desde Prophecy (2004), que pode ser considerado meio que uma volta as raízes do seu começo lá no Sepultura. 

A agressividade está presente em todos os lados de Enslaved, mas o groove já não é mais o tema principal apesar de estar aqui, pois a banda resolveu alçar vôos maiores buscando maior intensidade e velocidade e por isso leitor esqueça a sonoridade anterior onde a banda centrava-se no estilo de Roots Bloody  Roots e Chaos A.D, pois aqui a banda definitivamente embarcou no lado mais pesado e brutal no estilo do Arise (entenda-se a comparação como uma forma de situar o leitor, pois nada aqui é uma cópia do que já foi feito no passado). 

Enslaved mostra nítida evolução quando colocado lado a lado com Dark Ages (2005), Conquer (2008) e Omen (2010) agora se ele é melhor ou pior do que estes outros álbuns citados somente você leitor, poderá decidir, mas para falar a verdade sobre esses álbuns, ou seja, se eles vão se tornar clássicos ou não só o tempo poderá responder essa pergunta daqui alguns anos, mas uma coisa podemos afirmar sobre o line-up atual do grupo ele é melhor que já esteve ao lado do seu líder e começando pelo fiel escudeiro o guitarrista Marc Rizzo que o acompanha nesta empreitada a um bom tempo, pois este é o 5º álbum com o Soulfly e na bateria temos o ex-baterista do Borknagar, David Kinakle que vem do metal extremo e já chega deixando a sua marca neste álbum e o baixista Tony Campos que atualmente é membro das bandas Ministry e Prong, se faz parte importante com o seu instrumento e até faz backing vocals em castelhano como na faixa "Plata ´O homo". 

Enslaved também foi agraciado com a participação especial do vocalista Travis Rian, do Cattle Decapitation em " World Scum", cuja voz se encaixou perfeitamente no tema, tem a também a participação de Dez Fafara do Devil Driver em "Redemption Of Man By God" combinando um interessantíssimo jogo de vozes com Max Cavalera. Em "Revengeance" o clã Cavalera entra em campo com: Ritchie, Igor, Zyon, ambos filhos e enteados de Max, respectivamente. Está última música é em homenagem a Dana Wells, enteado de Max Cavalera que foi assassinado em 1996 e é que mais chega perto do New Metal, dos primeiros trabalhos do Soulfly. Enfim depois de uma trinca de álbuns fortes e consistentes o Soulfly voltou com força total e apresentou em Enslaved novos caminhos e com essa formação ainda tem muito mais a fazer e a dizer também, pois aqui temos apenas uma amostra do poder de fogo revolucionário do Soulfly. 

NOTA: 10 

Faixas:

1. Resistance
2. World Scum
3. Intervention
4. Gladiator
5. Legions
6. American Steel
7. Redemption of Man by God
8. Treachery
9. Plata O Plomo
10. Chains
11. Revengeance