Em 1973 o Pink Floyd estourava no mundo inteiro com o álbum Dark Side of the Moon que pode tranquilamente ser considerado um marco dentro do rock progressivo pelos trabalhos de estúdio realizados para a sua concepção, enfim era um álbum a frente do seu tempo que trouxe ao grupo muitos frutos doces que demorariam a esmorecer e continuariam a "assombrar" a banda, pois o no próximo álbum a obrigação de supera-lo era mais do que óbvia.
E mesmo passados dois anos, ou seja, em 1975 os caras do Pink Floyd retornavam com o álbum Wish You Were Here, que caminha para outro lado do progressivo e ao contrário do outro era mais orgânico, embora a banda a exemplo do álbum anterior também usou efeitos de estúdio e sintetizadores e assim como o seu predecessor fez sucesso estrondoso, mas não atingiu o mesmo número de vendas dele, a EMI ficou em saia justa porque não conseguia produzir cópias suficientes para atender a demanda.
Mas, o objetivo deste não é falar do disco em si, mas da capa dele qual é a polêmica que envolve e qual a sua ligação com o conceito do álbum e se tratando do Pink Floyd que sempre buscou passar uma mensagem reflexiva através de suas letras cujas idéias de Karl Marx estavam imbutidas nas letras, fazendo as críticas a sociedade moderna e as suas ilusões que ela sempre nos ofereceu (bens de consumo).
Durante as sessões de gravação do álbum no Abbey Road Studios, em Londres, na Inglaterra o antigo membro do grupo Syd Barrett apareceu de surpresa para ver como estavam os trabalhos do álbum e Roger Water ficou impressionado pela aparência em que se encontrava o seu velho ex-companheiro de banda e o conceito do álbum além de falar de ausência, criticar a indústria fonográfica e também foi inspirado no ex-líder do grupo.
Além da longa "Shine On You Crazy With Diamonds" dividida em duas partes, inspirada em Syd Barrett a capa também o foi segundo o autor da arte gráfica, Storm Thorgenson a imagem dos dois homens queimando, significava que as pessoas escondiam o que elas realmente sentiam por medo de "se queimar" e como se tratava de uma crítica a indústria músical também, os dois dublês que aparecem apertando as mãos (que na verdade significava o encontro das faixas Welcome to Machine e Have a Cigar), mas com uma diferença, pois um deles está literalmente se queimando, coberto por chamas e o outro não. Qual é a verdade sobre as chamas cobrindo o dublê? é que ela é verdadeira mesmo e os dublês Ronnie Rondell e Danny Rodgers que é o homem que está pegando fogo estava usando um retardador de fogo que foi usado duas vezes, pois na primeira tentativa devido a direção do vento ao apertar a mão de Rondell as chamas incineraram o seu bigode e para resolver o problema as posições foram invertidas, a cena foi fotografada no Warner Bros. Studios, em Los Angeles, EUA.
O restante da arte gráfica como o lago Mono Lake com os nadadores mergulhando cuja apenas as pernas ficam de fora, o véu vermelho no bosque de Nortfolk tratariam o tema da ausência assim como o homem sem rosto no deserto da Califórnia, pois segundo o autor significava vender a sua alma e o fato do boneco não mostrar pulsos e tornozelos significava um terno vazio e também tinha como tema a ausência, assim como o homem nadando no na areia do deserto.
Enfim mais uma vez o Pink Floyd conseguiu passar a sua mensagem de uma maneira talvez não tão clara, mas pelo menos conseguiu fazer que os seus fãs refletissem e tentassem buscar o significado que tinha por trás das fotografias e buscassem desvendar as artimanhas que existiam por trás do bastidores e revelar que no mundo do show business nem tudo são flores e a podridão caminha ali lado a lado com o lado bom da fama, do sucesso entre outros, mas independente de tudo isso olhando apenas pela lado musical a verdade é que o Pink Floyd tinha lançado mais um clássico do progressivo e mostrava estar um passo adiante do cenário como um todo e por isso brilhou naquela época e o brilho ainda reflete na juventude hoje que se renova sem pensar uma vez para escutar os seus álbuns.
Essa banda no início começou tocando samba, inspirado por Roger Gilmour que esteve no Brasil em 1956.
ResponderExcluirUma interpretação bem interessante que ouvi também é que o homem em chamas seria o Syd Barret. A alegoria representa o triste fim da participação do Syd no grupo, dando a entender que, depois de tanto tentar ajudar uma pessoa que insiste em se destruir (em se queimar), a única coisa que resta a fazer é desejar-lhe boa sorte e seguir o seu caminho.
ResponderExcluirfaz sentido
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