A década de 1960, como todos já sabemos foi marcado por grandes acontecimentos na política (guerra do Vietnã, guerras de descolonização na África e na Ásia e a guerra fria), na cultura o rock surgia ao lado da contra cultura e o movimento Hippie, os beats a proclamção da liberdade do sonho de por mudar o mundo visando contestar as regras rígidas de uma sociedade hipócrita e decadente eram assuntos que estavam na pauta do dia e um dos grandes expoentes da revolução musical chamada rock alçava altos võos e na sua própria época se tornava uma lenda, ou seja, um mito que atravessaria décadas renovando seu público e provando que a sua música é realmente atemporal.
Jimi Hendrix surgiu na cena revolucionando a guitarra elétrica com o seu jeito virtuoso e cheio de feeling fornecendo as bases, o modelo de guitarrista perfeito acima do bem e do mal e o primeiro registro Are You Experienced (1967), deixa isso mais do evidente, pois é um dos maiores álbuns de todos os tempos do rock e no mesmo lançou o segundo álbum Axis: Bold As Love (1967), onde mais uma vez superou quaisquer limites afirmando-se como o músico, ou seja, o maior guitarrista de sua época, mas a consagração definitiva viria com o terceiro álbum de estúdio que também era o último que o guitarrista lançaria ainda em vida.
Electric Ladyland é o álbum perfeito de Hendrix o verdadeiro classic álbum, pois além do blues, tem o funk, a pegada soul e claro o rock que predominava na sonoridade do grupo e assim o foi nos dois álbuns anteriores e por isso não ficaria de fora do terceiro, desta vez o álbum não conta com a produção de Chas Chandler que havia trabalhado no último com Eddie Kramer que havia participado apenas como engenheiro de som, mas desta ele assumiu toda a produção do álbum e os trabalhos aconteceram no Record Plant Sudios, em Nova York entre os meses de julho e dezembro de 1967 e a outra parte aconteceu na Inglaterra, em Londres no Olympic Studios de janeiro a agosto de 1968 e em outubro do mesmo ano, finalmente aterrizava nas prateleiras das lojas.
O álbum contou com várias participações especiais como; Al Cooper (que no mesmo ano em conjunto com Stills Nash e Bloomfield lançaram o álbum Super Sessions), Steve Winwood (vocalista do Traffic que tocou orgão) e o futuro baterista do Gypsy of Bands, Buddy Miles entre outros e já pelos três primeiros estarem em cena já valem toda a empreitada dispendida para gravar este clássico do rock. E o resultado é um álbum com o grande hit de Hendrix a faixa Voodoo Chile (Slight Return), mas o principal objetivo não é falar do álbum, pois ele terá uma resenha num lugar mais apropriado, pois a maior polêmica que reside em Electric Ladyland está na arte gráfica que embala a bolacha dupla.
Quando álbum estava todo pronto disponível para prensagem para finalmente poder desembarcar nas lojas mundo afora, rolava um problema sério que envolvia justamente a imagem que seria utilizada para embalar o álbum, pois segundo a vontade de Hendrix a capa deveria ter uma figura colorida por Linda Eastman (futura senha McCartney), com o pessoal da banda sentados com várias crianças ao redor de uma estátua de Alice no País das Maravilhas, no Central Park, em Nova York, mas a gravadora ignorou o pedido do guitarrista. Foi sugerida uma fotografia tirada pelo fotografo David Montgomery, com 19 belas mulheres completamente nuas, segurando um álbum e uma fotografia do guitarrista que foi a que a gravadora acabou escolhendo e mesmo com sob protesto contra essa capa, foi com ela que o álbum ficou imortalizado.
Uma boa fornada desse álbum saiu com essa capa, que posteriormente foi censurada, e foi substituída por outra com uma imagem da cabeçado guitarrista com as cores vermelho e amarelo e família do grupo quando foi do relançamento do álbum optou por manter a capa alternativa realizando uma vontade do cantor que na época havia protestado contra a sua utilização dizendo que a nudez na capa deveriam ser coberta, pois não era o que ele queria, mas a capa original realmente tem tudo haver com o título do álbum.
Em 2010, foi lançada um versão especial em cd/dvd cujo encarte recheado de fotos e textos (escrito por Derek Taylor), trás a versão original da capa, pois esta foi a primeira que uma atitude proibitiva de algo que batia de frente contra os costumes referentes aos valores morais da época viessem do próprio autor da obra, mas independente da capa ser a primeira, segunda ou terceira a verdade é que Electric Ladyland era o "magnum opus" do guitarrista, pois este álbum quebrava todas as barreiras possíveis e vislumbrava sempre o futuro e não hesitou em usar a tecnologia disponível em seu auxílio, pois a aventura inter-galática promovida por Hendrix estava bem a frente de seu tempo e também marca o fim da Expirience band, e se você ainda não conhece o álbum está esperando o que para conferi-lo, pois o rock da década de 1960 nunca foi tão profícuo e profético antes de Hendrix o maior de todos os guitarrista empunhar a sua Fender Stratocaster mágica e apontar todas as possibilidades que a guitarra poderia oferecer e através dele ofereceu o céu, o mar, a terra e o ar.
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