26 de agosto de 2012

Classic Hard: The Cult - Sonic Temple (1989)


O sucesso era algo que já era novidade para o The Cult na década de 1980, pois os caras já tinham lançado os álbuns Love (1985) e Electric (1987) que já diziam muito sobre a banda naquele período em que já colecionavam alguns certificados de platina e ouro, por tanto a popularidade ia lá nas alturas no famoso eixo EUA/Europa o grande centro do rock, do heavy metal e subgêneros.Turnês bem rentáveis casa cheia noite após noite e mesmo com alguns problemas internos a banda sentiu-se bem a vontade para dar o seu próximo passo que seria gravar o seu quarto álbum, cuja missão seria manter a banda em evidência, ou seja, manter a chama acesa. 



Para dar seqüência na empreitada não perderam tempo e já escalaram o renomado produtor Bob Rock que já acumulara em seu currículo trabalhos com o Mötley Crüe e com o Jon Bon Jovi e dois anos mais tarde trabalharia com o Metallica produzindo o Black Album. Os trabalhos de gravação aconteceram na cidade Vancouver, no Canadá, no Little Mountain Sound Studios cujo ponta pé inicial aconteceu em setembro e terminou em novembro de 1988 e o lançamento aconteceu em abril de 1989 e mais uma vez o The Cult havia conseguido manter-se em evidência, pois com a recepção calorosa tanto por parte dos críticos quando dos fãs. 

A banda tinha mandado muito e além de conseguir os aplausos e chamar a atenção para si mais uma vez, na parte musical também apareciam as novidades, pois o som mesclava perfeitamente melodia e agressividade e tudo isso foi possível sem se desgarrar do passado que esta presente de maneira indelével na nova sonoridade que a partir desse momento se ligava no Hard Rock bem mais pesado que os discos anteriores que caminham dentro do rock gótico com várias pitadas de pop que caíram como uma luva em Sonic Temple. 

O álbum abre com a faixa Sun King mostrando que não caras não estavam para brincadeiras, pois com um nevoso que vai direto no ponto com refrões de fácil assimilação, que você canta sem pestanejar deixavam bem claro as intenções do The Cult e na seqüência vinha Fire Woman que segue a mesma linha da anterior e os vocais de Ian Astbury são o destaque, pois alternam-se facilmente entre a melodia e a agressividade sem se notar qualquer diferença que faça alguma diferença ao deponha contra a roupagem sonora adota no álbum. 

     
A balada Eddie (Ciao Baby) tem uma bela junção de solos e riffs de guitarra encaixados de maneira inteligentíssima pelo guitarrista Billy Duffy aliada a incrível interpretação de Ian Astbury incorporando Freddie Mercury nos seus melhores dias e depois temos uma melhores faixas deste álbum que é a Sweet Soul Sister que encerra o lado A desta bolacha e depois de uma introdução de teclado (que aparece em todo o álbum) tocada por John Webster a banda começa num clima cadenciado até explodir nos refrões para lá de melódicos sem falar na guitarra que alterna pequenos solos com bons riffs garantindo o sucesso dessa faixa. 

O lado B abre com Soul Asylum outra canção pesada e cadenciada cheia de melodias que também explora certa dose de agressividade os teclados ajudam a criar um clima épico e sombrio que explora o lado gótico deste trabalho e logo a seguir vem New York City um hard bem malicioso e cheio de balanço apoiado por excelentes solos de guitarra vocais melodiosos de Ian Astbury  acompanhados dos backing vocais de Iggy Pop, convidado especial dos britânicos e não é que ajudou a engrandecer ainda mais a obra. 

As demais faixas como: American  Horse pertencente ao lado A, Automatic Blues (um típico hard muito bem fundamentado pelas bases da guitarra que deixaram-na bem pesada e a bateria a mesma coisa), Soldier Blue (uma faixa bem ensolarada mais alegre do grupo captura o espírito do blues) e Wake Up Time For Freedom (uma boa balada que explodia nos seus refrões e é altamente recomendada para você ouvir com a sua namorada) fecha o álbum em grande estilo sacramentando o que todos já sabiam e o que restou era correr para o abraço, ou seja, ouvir, ouvir no máximo volume.     


  
Não é exagero dizer que era praticamente impossível pelo menos não saber da existência do grupo, pois as quatro primeira faixas são os singles extraídos do álbum para a sua promoção e foram executados exaustivamente nas rádios junto com os vídeo clipes e de 1989 a 1990 alternavam-se nos charts da Billboard, enquanto o álbum ocupava a 10º posição na Billboard 200 o mais importante de todos e por isso a banda ganhou mais alguns discos de platina e ouro para a sua coleção.

Parte desse sucesso obtido por Sonic Temple foi porque a banda conseguiu atingir outros públicos já que a ênfase dada as guitarras o lançou no hall do hard rock porque a mistura operada pelo grupo entre o hard rock, o pop e o gótico se entrelaçou perfeitamente e o resultado também se deve a cara de pau dos caras que não se acanharam e levaram o seu som a outro nível saindo da zona de conforto onde estavam instalados e já estavam também muito bem sucedidos. Sonic Temple também marca o fim da parceria do grupo com o baterista Mickey Curry que gravou o álbum, mas não caiu na estrada com os caras e para o seu lugar foi chamado o baterista Matt Sorum que tempos depois abdicou do posto e também em pouco tempo entrava para o Guns 'N Roses para substituir o baterista Steve Adler (por causa do vício descontrolado em heroína) e no seu lugar entrou o baterista Chris Taylor que pouco tempo depois cedeu o seu lugar para Eric Singer.

Mesmo com um álbum voltado para o mercado norte-americano o The Cult conseguirá manter-se forte nos seus propósitos e não deixou-se levar pelos modismos tão comuns na terra do Tio Sam que aliás era o que eles mais odiavam. Tempos depois o baixista Jamie Stewart também abandonou o barco e junto com a sua saída a sonoridade da banda também mudaria e caminharia para outros rumos que se concretizariam com o lançamento do álbum Ceremony (1991), mas isso é história para outro dia e por enquanto faça um favor a si mesmo vá atrás desse álbum, pois ele ressuscita algumas palavras que hoje a geração download desconhece "arte", valorização", "artista" e "cultura" que são pequenas grandes coisas que você vai se interessar depois de travar contanto com esta obra de arte sem limites, pois a música ela é atemporal. 


   





















Nenhum comentário:

Postar um comentário