27 de agosto de 2012

Resenha de cd: Baroness - Yellow & Green (2012)



Em 2007 o Baroness estréia com Red Album que já diz muito sobre os caminhos que a banda trilharia no futuro, pois o som dos norte americanos na verdade é um Sludge Metal bem pesado com um pé fincado no progressivo característica que a banda levou adiante, mas que sempre ficou em segundo plano e no segundo álbum Blue Record a banda levou a sua música adiante colocando novas idéias, ou seja, mesclado outros estilos a sua sonoridade engrandecendo ainda mais as composições, mas a banda daria um passo ainda maior ao colocar no mercado o álbum Yellow & Green que assim como os antecessores também recebeu como título em cima das cores que neste caso é duplo e a sonoridade também se difere igualmente. 



O que vamos encontrar neste novo trabalho do Baroness é uma compilação de boas idéias cujo o resultado é um álbum ousado que mostra, ou seja, evidência a constante evolução do grupo que não abriu mão do progressivo e nem do sludge, mas o primeiro estilo tem primazia sobre o segundo, pois o objetivo é benéfico, os caras não queriam se repetir e conseguiram, pois o álbum produzido por John Congleton é complexo e por isso explora uma seleta gama de detalhes, pois estamos falando de um álbum que além das sonoridades tradicionais ainda se mescla ao psicodélico e é cheio de atmosferas que levam o ouvinte ao outros lugares ainda não explorados. Experimental por natureza Yellow & Green abre caminho para novas possibilidades dentro da música pesada que podem se tornar um novo paradigma se os músicos não se acanharem. 

O vocalista e guitarrista John Baizley canta e toca a sua guitarra de forma intensa e um pouco emotivo também, mas esta menos pesado como mostram os trabalhos anteriores e o instrumental também não é nenhum pouco parcimonioso e nem quis saber de se restringir a isso ou aquilo, pois a ordem do dia era extrapolar os limites e ir o mais longe que fosse possível e o que escutamos é uma avalanche de excelentes idéias. O primeiro disco abre com a faixa Yellow Theme cujo tema melancólico revela a musicalidade incessante que deixa o ouvinte inquieto pensando no quem vem depois como se fosse um trilha sonoroda de suspense e depois na seqüência manda a pesada Takes My Bones Away num clima bem Doom Metal com boas linhas de guitarras gêmeas e bons vocais também. Em March of the Sea  vem as fortes levadas do baterista Allen Blickle e o seu clima denso. 

O pop também marca a sua presença em The Edge of Lungs (lembra U2 e Radiohead), com solos e riffs bem encaixados e mais os arranjos complexos e Twinkler tem excelentes arranjos de teclados e parte acústicas bem melancólicas perfeitamente desenvolvidas para as linhas vocais deslisarem emoção e mais emoção. Já em Cocainum os orgãos brilham e se destacam, mas possuiu o mesmo apelo pop mesclado com o metal e claro é muito mais pesada e se encaixa como uma luva na proposta do álbum e a última do primeiro disco Eula nos remete nos saudosos tempos do Pink Floyd quando os caras usavam e abusavam das partes emotivas, mas aqui o lado psicodélico e o peso com os riffs distorcidos são as fronteiras que definem a identidade do Baroness.   


O segundo disco abre com Green Theme que já caminha num caminho diferente do primeiro disco e apesar de começar com os rock diretos de Board Up The House e  The Line Between que já trilha os caminhos do hard rock com bons riffs e vocais muito bem encaixados deixam um vácuo que é preenchido pela melancolia de faixas como a instrumental Strechmarker e vai prosseguindo com as faixas Foolsong, Collapse e  Psalms Alive com fortes linhas de guitarra e um vocal intenso e bem melódico e agressivo e a última faixa If I Forget Thee, Lowcountry é apenas um tema instrumental de encerramento desta viagem épica cheia de efeitos. 

E ao final da audição de Yellow & Green o que se pode dizer com sinceridade é que o grupo criou um álbum forte e consistente e que poderia ser tocado ao vivo na íntegra afinal de contas depois de tanta ousadia e inovação esse seria um passo natural a ser dado, pois o que vemos aqui é arte em seu estado mais puro e sublime porque é feita com emoção, com o coração e isso já é o bastante para cativar e colocar o ouvinte em sintonia com os diversos climas criados neste trabalho que é totalmente original, algo difícil de se encontrar hoje em dia  e apesar de ser um álbum duplo algo também incomum pela época que atravessamos com os downloads ilegais e a decorrência da perda do significado sobre o que é um álbum de estúdio feito com tanto esmero talvez possa resgatar naqueles que não se amedrontarem esses conceitos já esquecidos no cenário atual. 

O Baroness entregou nas mãos dos fãs de música e da própria banda um verdadeiro legado para a música e também comprova que a boa música está a disposição de quem não tiver preguiça e nem preconceitos e quer de qualquer maneira conhecer algo novo, diferente que sempre está olhando para a frente sem abdicar da sua honestidade e por tudo isso que o ano de 2012 vem se mostrando muito superior a 2011 que teve os seus bons lançamentos com banda também inovadoras e boas claro, mas nenhuma delas era o Baroness que quer queiram ou não está um passo a frente de todas elas e por isso Yellow & Green pode ser mais que o melhor álbum do ano e quem sabe num futuro não distante o melhor desta década também porque depois dele tudo na música é possível e você vai ficar de fora dessa? 

NOTA: 10

Faixas:

CD 1
  1. Yellow Green
  2. Take My Bones Away
  3. March to the Sea
  4. Little Things
  5. Twinkler
  6. Cocainium
  7. Back Where I Belong
  8. Sea Lungs
  9. Eula
CD 2
  1. Green Theme
  2. Board Up the House
  3. Mtns. (The Crow & Anchor)
  4. Foolsong
  5. Collapse
  6. Psalms Alive
  7. Stretchmaker
  8. The Line Between
  9. If I Forget Thee, Lowcountry

    





     


  

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