Jimmy Page, em 1968,
chamou Robert Plant, John Bonham e John Paul Jones para juntarem-se eles e,
assim, das cinzas do The Yardbirds surgiu o Led Zeppelin que foi uma das bandas
mais importantes do cenário rock setentista. Junto do Deep Purple e do Black
Sabbath formou a santa trindade do rock naquela década. Na verdade, a banda era
um quinteto cujo quinto membro era Peter Grant, o empresário, o cara certo para
colocar a banda no lugar que ela deveria estar e este somado ao vigor dos caras
para cair na estrada, gravar discos, foi essencial para conduzi-los ao topo. O
grupo tem uma história tórrida de excessos, discos clássicos, ocultismo (magia
negra) e misticismo fatos que rendiam acusações pesadas contra Page (que iam
desde sacrifícios de animais até de crianças e de virgens) que de fato foi
estudante e tinha fascinação pelo mago Aleister Crowley. O quarteto viveu com
todo o glamour a trilogia sexo, drogas e rock and roll, tinham contas bancárias
bem forradas de grana, mas infelizmente teve a sua trajetória abreviada muito
cedo, em 1980 no mês de setembro, na casa de Jimmy Page, por conta de uma
overdose alcóolica. Não dá para especular e nem pelo menos vislumbrar o que
teria rolado com eles já que não aconteceu porque a banda saiu prematuramente de cena, mas
o que se sabe é que deixaram um legado que cada vez mais atraí admiradores, fãs
e teve vasta influência sobre muitas bandas que vieram nas décadas posteriores.
Se você é fã de rock e está começando a dar seus primeiros passos no gênero aqui
está um ótimo começo para entrar no esquema e saber como pode caminhar por ele de maneira tranquila e faceira. Vamos lá, ouvidos a obra e boa viagem.
Este é um dos
melhores discos de estreia da história ou talvez é o mesmo o melhor, mas uma
coisa era evidente nascia um novo caminho na música, isto é, o hard rock ainda
cheio de cacoetes de blues que é mote deste trabalho aqui impresso. Só para esclarecer
um fato: não teve adiantamento da Atlantic Records coisa nenhuma quem bancou o
disco do Jimmy Page que recebeu a título reembolso o tal adiantamento e pagou
os outros, mas ficou com a parte maior por motivos óbvios. Andando dentro da
bolacha o começo é arrasador com “Good Times Bad Times” cuja sequência é
marcada “Babe I’m Gonna Leave You” um belo cover de Joan Baez marcado pela
correlação de forças entre o acústico e o elétrico. O blues não ficou de fora e
aqui apresentam duas covers do mestre do gênero Willie Dixon “You Shook Me” e “I
Can’t Quit You Baby” numa roupagem pesada e hard, indicando assim o nascimento
de um novo no estilo. A força da banda aparece em Dazed and Confused. “Communication
Breakdown” é a precursora nata do heavy
metal e do hard rock e, além destas, também tinha a alucinante “How More Many Times”
que fechava de forma matadora a estreia do Zeppelin de chumbo, o ano de 1969 não foi mais o mesmo. (Nota 10)
Led Zeppelin II
é a sequência do álbum de estreia, a banda mostra evolução e mais requinte, amadurecimento
que não é precoce dado aos integrantes e a experiência de Page e Jones que
sabiam muito bem onde pisavam e quais eram os caminhos que deveriam ser
trilhados. Várias turnês nas costas e tempo praticamente zero para parar e
pensar no que fazer fez com que o álbum fosse, em sua maioria, composto na
estrada. Um dos maiores clássicos do rock é justamente “Whole Lotta Love” que
abre o disco e tem a missão de liquidar os ouvintes e o faz com maestria. Assim
como o outro o fio condutor de toda essa doideira sonora pesadona e hard, o blues e o rock que se entrelaçam formando um amalgama sonoro de rachar os
tímpanos como Heartbreaker, o blues de raiz sustentado pelo hard de “Bring In
On Home” faz delirar, Ramble On segue essa mesma linha e tem também a veloz “Living Loving
Maid (She’s Just A Woman). Quando se fala neste disco é impossível deixar de
fora “Mob Dick”, essa faixa cujo solo além de ser brilhante e massacrador projetou o
baterista no cenário mundial como um dos melhores do ramo e fora que era
presença obrigatória no set list dos shows. Led Zeppelin II é um disco
brilhante, cerebral que coloca termo a uma era fantástica que ganharia outros
contornos no ano seguinte. (Nota 10)
Em 1969, o Led
Zeppelin estreou a toda velocidade Led Zeppelin I e emendou a fúria com o
caótico Led Zeppelin II colocando-se como uma das forças do novo som que
surgia, em outras palavras, eram os penetras numa época em que a música era
vista como uma utopia, um novo paradigma, que poderia salvar o mundo e ajudar a
reconstruído abolindo o status quo. Os britânicos, em 1970, deram uma brusca
virada no som e ao contrário do som elétrico pesado e baseado nas guitarras
distorcidas, sólidas e furiosamente hard rock enveredando pelo lado mais
experimental e acústico acasalando, incubando, uma mudança que pode ser
entendida como um ponto de transição. Led Zeppelin III dividiu opiniões,
enfrentou acusações, mas sobreviveu apesar de injustiçado encontrou o seu
merecido lugar entre os clássicos. No lado A à parte elétrica começa com a
curta e poderosa “Immigrant Song” que narra as viagens dos vikings, Celebration
Day e sua excelência, da qual, está explicitada nos riffs de Page e nos vocais
eletrizantes de Plant, “Out On The Tiles” é daquelas porradas arrasa quarteirão
e, aqui Bonham e Jones detonam. Em "Since I've Been Loving You",
blues autoral, está registrado um dos grandes solos de Page. No primeiro lado
da bolacha também “Friends” uma canção acústica simplesmente estupenda e
inaudita. No segundo lado é que está registrada a suposta heresia do Led
Zeppelin, premedita ela foi composta por Page e Plant que pegaram suas
namoradas e se exilaram em Gales num local chamado Bron-Y-Aur e mandaram ver lá
naquele local sem energia elétrica mais próximos da natureza e das paisagens
rurais do sul daquele país. Gallows Pole
é uma canção tradicional de folk que recebeu rearranjos de Page, um mavioso e
agradável leque de sensações. “That’s The Way”, do lado acústico, é a canção
mais brilhante e mais emocional abrigada neste lançamento que na verdade é um
certificado do brilhantismo do grupo. Em “Tangerine” está configurada a imponência na fusão
entre o elétrico e o acústico e mais gama de instrumentos aplicados como
banjos, violões, guitarras de doze cordas e bateria. Mal compreendido, Led
Zeppelin III estava de certo na contramão e ao mesmo tempo escancarava o seu talento musical, a sua versatilidade, em razão de que era um grupo buscando a sua identidade e,
claro, em processo de mudança que se completou no ano seguinte. (Nota 10)
Aqui está o
maior clássico do Led Zeppelin além de ser comercialmente próspero, o maior
êxito em termos de vendagem, e obter o maior grau de avanço por ter conseguido
se sobre sair ao anterior, ou melhor, ter completado a transição, que, segundo
Page, as pessoas não haviam entendido que objetivo era chegar naquele ponto extravasando
um nível mais elevado, de que, foi possível extrair o que eles tinham de melhor
para oferecer. A sonoridade do disco anterior ganhou força e incorporada ao
quarto lançamento foi responsável direta por criar um som monolítico e que foge
do lugar comum. Folk, blues, hard rock, forjaram uma sonoridade robusta e
pegajosa, etérea e mítica. “Black Dog” já no começo completamente arrasador
converteu-se numa das maiores lições de rock realmente pesado que já surgiram
na música, o impacto da sua ferocidade reverbera até hoje na mente como um
agente hipnotizador. “Rock and Roll” é um hino perfeito, o ritmo acelerado e
imponente destruidor de barreiras. “The Batlle of Everymore” é uma das mais belas
canções já apresentadas, um mix primoroso e lapidado dessa nova sonoridade,
cujo dueto de Plant e Sandy Danny (cantora de folk no grupo Fairport Convention)
impõe um jogo de violões Page que são simplesmente sensacionais. A mística “Stairway
to Heaven”, o maior hit do grupo, cai diretamente dentro de um mundo paralelo e
oculto fazendo dela outro hino. “Misty Mountain Hop” é outro grande rock e
outro exemplo do que pretendiam os britânicos ao executar as mudanças de
sonoridade, mas aqui há um apelo mais pop e radiofônico que em nada a desabona.
Outra balada, mas com a característica pegada folk é “Going to California” onde
narra-se na bela voz de Plant os excessos cada vez mais pesados na estrada. “Four
Sticks” reserva para John Bonham todos os méritos, o cara mostrou que é foi
deveras um dos maiores bateras ao superar a dificuldade de grava-la com duas baquetas
em cada mão. A saideira vem o pesadíssimo blues/hard de When The Levee Breaks”
e aqui novamente se sobre sai o talento do baterista que imprimiu nela uma
levada pesada e cheia de malícia. Depois disso o Led Zeppelin estava em todos
os lugares, a banda estourou mundialmente e isso serviu para coloca-los em
definitivo dentre os melhores, no panteão do rock. (Nota 10)
O processo de
criatividade do Led Zeppelin era enorme e desconhecia limites, portanto, a
capacidade de síntese e de desenvolvimento e de transformação os fazia absorver
uma enorme gama de influências e simbiose entre eles e a música era um fator
gerador de novas aventuras, loucas e ébrias que permearam a sua discografia. Um
exemplo perfeito e capaz de explica-los e desvendar as mentes que na verdade
eram um farol iluminado de ideias é o disco Houses of the Holy que vem
totalmente em direção oposta ao antecessor por fugir pela tangente ao adicionar,
além do hard rock, reggae, folk, funk, blues, progressivo e psicodélico fazendo
um misto complexo de todos esses gêneros conseguindo alcançar a perfeição. O
começo dessa empreitada começa com a melodiosa e psicodélica “The Songs Remains
The Same” que de fato faz jus ao título, isto é, a música continua a mesma só
que mais brilhosa, caprichada e variada, enfim, um clássico real bem ao alcance
dos ouvidos. “The Rain Song” explora o romantismo pelo lado mais emocional
existe no coração do ouvinte. A pancadaria hard aparece em “Over the Hills and
Far Away” que nos leva para dar um role ardente por cima dos morros e montanhas
mais distantes. “The Crunge” faz uma viagem turbulenta por dentro do funk
recheada de grooves. Os dias dançantes e suas pirações rolam com “Dancing Days”.
“D’yer Mak’er” cujo título é o fonema de Jamaica pronunciada em inglês é um
reggae autoral do Zeppelin no mesmo esquema de Bob Marley e deve tê-lo deixado
com, pelo menos, um pouquinho de inveja pela sonoridade misturada com rock transformando-a numa canção excitante, abrasadora e arrebatadora refletindo um forte apelo sexual. O lado experimental e progressivo entra em
cena com “The Quarter” que se transformou imediatamente num clássico. Fechando
o disco vem “The Ocean” um hard cheio de grooves que reflete o talento do grupo
para compor faixas clássicas e grudentas. Depois de lançado o disco, eles
caíram na estrada para levar a festa zeppeliana recheada de excessos, capitaneada
pelo hedonismo, e selvageria sem igual naquele ano decisivo, no jogo perigoso
praticado pelos britânicos que cada vez ampliavam a sua influência sobre as
legiões de fãs que cada vez mais chegavam embalados pela utopia de um mundo
possível pela música representado nas arenas do mundo afora adonde rolava a
manifestação do sagrado. Nota (10)
Até aqui já
haviam cinco discos, todos clássicos, bem colocados nas paradas, shows lotados
e cada vez mais e mais concorridos, isto, é o Led Zeppelin se fixava de vez no
topo e assim permaneceria até o fim prematuro em 1980. Só que antes do fim
haviam outros capítulos da história dessa turma a serem desbravados, trazidos a
lume. O talento refletido na criatividade dos músicos o fez construir um dos
seus maiores álbuns que assim como os anteriores (sendo depois de Led Zeppelin
IV o álbum mais vendido deles), além de passar no implacável teste do tempo,
foi muito bem sucedido comercialmente e fazia do Led Zeppelin a maior banda de
rock do planeta, sem embargos seguiam livremente, eles eram os gigantes
caminhando livres pela terra, continente por continente, arrasando nos palcos e
fora deles agitavam uma vida baseada no hedonismo e repleta dos excessos que
esta famosa trilogia permitia. A construção de Physical Graffiti, sexto álbum
da carreira, duplo, foi erigida a partir de muitas sobras de estúdio de discos
como Led Zeppelin III, Led Zeppelin IV e do Houses of the Holy (que forneceu a
larga maioria), enfim, das quinze faixas que o compõe apenas oito foram
compostas para entrar no disco fato que faz dele um álbum heterogêneo e, ainda
assim, magnífico, exemplo de uma grande obra de arte, irretocável. No lado A a
festa hedonista começa com a peso pesada “Custard Pie” um hard rock brilhante
que pode ser considerada uma joia da coroa de brilhantes, um ritmo mais
cadenciado marcado pela batera e pelos riffs, solos e pelos vocais rasgados põe
em relevo as qualidades do grupo. “The Rover” é um conjunto instrumento que
prima pela excelência sonora explorando o lado mais emocional e melodioso e
pegajoso, sensual e devorador, extasiante. O lado épico e cavalar se desenrola
nos mais de onze minutos de “In My Time Of Dying” alternando momento
cadenciados com outros velozes e mais pesados é um enlevo, chamado a desvario
alucinado na busca da iluminação conduzido pelo instrumental absurdamente
insano e blues/rock desconcertante que é emanado dos instrumentos da rapaziada.
“Houses of the Holy” dispensa apresentações, porém é a fiel representante o
hard rock tipicamente zeppeliano, uma lição. “Trampled Under Foot” é um grande
rock cuja base pop/funk a transforma numa faixa mais dançante. “Kashmir” é a
faixa mais emblemática e que fato marcou a banda, o maior hit, e também a
demonstração cabal da filiação sonora ao rock progressivo e também apresentando
os elementos orquestrais e orientais forma imbatível.
No lado B a
coisa é ligeiramente diferente, fato que faz pensar que o fato do disco ser
variado, quiser dizer, que tenha sido elaborado para assim ser, contudo, não
foi assim que aconteceu porque o disco é fruto de uma série de recorte e cola
de sobras de estúdio de discos anteriores conforme foi supracitado, porém é aí
que reside magia deste álbum formado por partes dissimilares. Logo de cara com “In
The Light” acontece o reencontro com o progressivo completamente viajante, e,
que, fica claro toda a diferença de ter alguém com o versátil John Paul Jones
nos teclados reforçando a relação com o misticismo que permeou o trabalho da
banda ao longo os anos. A instrumental
acústica "Bron-Yr-Aur" traz o folk a cena de forma brilhante e
certeira por meio de suas belas melodias hipnotizadoras. O lado mais suave está na faixa "Down by
the Seaside" inconfundivelmente radiofônica. "Tem Years Gone” incensa
o lado romântico com peculiar delicadeza que transpira pelos poros dos
instrumentos. Em "Night Flight" atacam com um country rock mais
puxado para o hard rock sem fazer concessões. O retorno ao hard rock ocorre com
"The Wanton Song". As faixas "Black Country Woman" e “Boogie
with Stu” entregam numa bela roupagem sonora duas importantes faixas de rock
acústico. Passando a régia e fechando a conta vem “Sick Again” um excelente
hard, marcante que frisa muito bem o som pesado e prodigioso do Led Zeppelin.
Eles haviam chegado ao auge sem sombras de dúvidas e o futuro prometia e, fãs e
imprensa esperavam deles algo ainda mais grandioso, só que até ali, o álbum,
Physical Graffiti era a expressão máxima de uma banda redonda e enxuta e que
mesmo mergulhada nos excessos de vida uma regulada pelos excessos da fama
produzia o que havia de melhor de forma poderosa e que se apresentava como o
ponto de salvação para uma miríade de jovens desvairados em busca iluminação,
mas mal sabiam que este era o último registro dessa época dourada, os deuses também tinham os pés de barro. (Nota 10)
Aqui registra-se
o começo do declínio, sim, como foi dito antes, os deuses têm os pés de barro,
só que, Presence apesar de não ser um clássico e comparecer no rol dos álbuns
injustiçados apresentava a força Zeppelin com um excelente álbum. A banda
sempre fez o que bem entendeu e é aí que reside o ponto forte, heroico, deste
quarteto que assim como trilhou os caminhos dourados da estrada perigosa do sucesso
começou a experimentar pela primeira vez o sabor amargo da descida, visto que,
os excessos cobrariam a conta e realmente mandaram o seu cobrador bater-lhes a
porta. Aquele que parecia ser o último suspiro, a premonição dos dias ruins,
ainda deixava o penúltimo recado de ainda haviam forças a sem resgatadas lá do fundo
da alma e fazem resistir e foi assim que Plant acidentado levantou-se mais uma
vez, todo alquebrado, de aparência fadigada, para juntar-se aos seus
companheiros para mais uma vez dizerem ao mundo que nada estava acabado. Nesse
clima meio moribundo, meio alegre e ébrio, realizam o sétimo capítulo de sua
saga. Abrindo a viagem vem a cena a épica “Achilles Last Stand” marcando o espetacular
retorno ao hard rock e também inspirada, pela parte de Plant, pelo poeta
místico e vidente William Blake. Como o mote é o hard rock na sequência vem “For
Your Life” com seus riffs viscosos e extasiantes. O ritmo mais funk aparece em “Royal
Orleans” uma faixa curta e bem marcante em que Plant explica Jones, que
desdenhara do vocalista, a importância de um cantor numa banda de rock. Outro
grande momento é “Nobody’s Fault But Mine” que traz em si um hard violento carregado
de blues remetendo ao passado recente de álbuns dos primeiros álbuns por onde
imperava um som mais cru e diretão. “Candy Rock Store” vem com alguns violões,
mas sem grandes exageros na parte acústica mantendo a intensão que o deu origem
de pé. O lado mais melódico e pop desse álbum está representado em “Hots On For
Nowwhere. No final vem “Tea For One” um blues emocional repleto de melancolia onde
sobrou para a guitarra de Page solar e brilhar. O Led Zeppelin com Presence respirou fundo ganhando fôlego para prosseguir, mas, ainda assim, a estrada pela qual rodava seu tour bus era a do eclipse e cada quilômetro rodado a hora da verdade ia aparecendo sem disfarces para lhes dizer que o tempo estava finalmente acabando. (Nota 9,0)
A turnê de
promoção do álbum Houses of the Holy, em 1973, foi marcada pelo hedonismo, os
excessos vinham a tira colo, banda estava lá nas alturas, grana, sexo e drogas
a vontade, enfim, tudo sorria para a banda. Eles resolveram fazer filmagens para
fazer um filme intitulado The Songs Remains The Same. O filme é ruim, a trilha
sonora não é, mas deixou muito a desejar porque o que se vê em cima do palco é
uma embriagada até a alma completamente sem rumo e perdida no meio das músicas
com solos intermináveis beirando a chatice e em muitos casos são inócuos. Isto pode
ser conferido, por exemplo, em Dazed and Confused que parece se arrastar de
muletas em quase vinte e nove minutos de pura masturbação instrumental. “Whole
Lotta Love” segue pelo mesmo caminho com aqueles medleys chatos e irritantes,
mas ainda mantém o charme dos riffs matadores. Stairway to Heaven salva-se justamente
por causa do solo arrebatador. “No Quarter” parece mais uma bad trip de ácido
que carreia por mais de doze minutos, mas o resultado é satisfatório. “Rock and
Roll” ficou legal e bem pesadona com um clima mais cadenciado. Enfim, o disco
não é completamente um desastre só que também não é um maravilha e nem um
primor devido as andanças ensandecidas de uma turma completamente chapada e
extraviando-se em improvisos que vão do mais legal até o mais chato e sem
graça, porém, além disso, há versões definitivas como em Over The Hills And Far
Away”, “Misty Mountain Hop”, “Heartbreaker” que fazem parte da reedição de 2007
que teve o áudio completo relançado e desfazendo a má impressão causada pelo
recorte mal feito que veio as lojas em lp duplo em 1976. (Nota 8,5)
Em 1979, o Led
Zeppelin colocava os dois pés no fim só que ainda não sabia que sua hora havia
chegado. In Through The Out Door foi o último disco de estúdio dos britânicos.
Um disco que reuniu em suas composições, mais fracas, elementos que já haviam
sido trabalhados nos registros anteriores. Novamente era possível conferir o
reggae, blues, hard rock, progressivo e o country que assumiu a maior fatia de
influência sobre a nova sonoridade do grupo. Outro fator que marcaria bem este
álbum é a sobreposição do teclado e do sintetizador de John Paul Jones sobre as
guitarras de Page que foram o norte, a base, da sonoridade devastadora
praticada por eles até ali. Uma curiosidade é capa, ela tem seis versões,
ângulos diferentes, do homem sentado no bar. Além dessa curiosidade um dos
fatores que explica o declínio do grupo é o fato de Jimmy Page estar afundado
na heroína e a banda também já apresentava no corpo sinais visíveis de estarem
carcomidos pelos excessos e vícios dos anos de estrada vividos loucamente e sem
destino. A saideira de estúdio manda de cara um hard poderoso e muito pesado em
“In The Evening” entra em cena o country numa roupagem mais leve, uma faixa
frágil aquém dos dias brilhantes. “Fool In The Rain” é um pop insosso. “Hot Dog”
é uma canção de country/hard que não cheira e nem fede. “Carrouselambra” salva-se
porque apesar de ser country encontra-se de cara com o progressivo criando um
bom clima bem viajante. Em “All My Love”
ao invés do romantismo Plant, autor da letra, homenageia o seu filho falecido,
ela tornou-se um dos maiores hits do grupo. “I'm Gonna Crawl" fecha
salvando o disco do fiasco, os caras aqui mandam um belo blues no estilo
balada. Ficou claro que o álbum refletia os problemas pessoais de cada um dos
integrantes bem como as alegações deles o justificam como uma tentativa de
reciclagem buscando ampliar horizontes. Porém era uma despedida devido ao fato
da morte alcançar John Bonham, em 1980, na casa de Page pondo imediatamente termo
a carreira do Led Zeppelin cedo demais. (Nota 5,0)
Depois da morte
de John Bonham não é segredo que o Led Zeppelin acabou, mas vasculhando mais
uma vez o baú encontraram mais sobras e aproveitando-se do interesse que que os
fãs tinham no Led Zeppelin e, também para honrar um contrato com a Atlantic
Records e para pagar impostos dos ganhos anteriores é que estas faixas gravadas
entre as décadas de 1960 e 1970 deram origem ao nono e derradeiro álbum oficial
de estúdio do Led Zeppelin. Resumido a oito faixas CODA pode ser considerado um
bom material de despedida. “We’re Gonna Groove” é um retrato fiel da fase mais
criativa do Zeppelin que pratica um hard rock que fazia o mundo rachar lá nas
emendas, eram uma banda com sede de ganhar o mundo. Ela era tocada nos shows e
aqui passou um por um processo de limpeza tendo sido retirados os overdubs de
guitarra e ruídos da plateia. “Poor Tom” é sobra das sessões de gravações de
Led Zeppelin III e reflete bem o espírito acústico e folk abrindo as portas de
um universo que ainda não parecia ter sido totalmente explorado. “I Can’t Quit
You Baby” vem com uma versão diferente, mas não deixa a desejar a que foi
gravada em Led Zeppelin I. “Walk Water” foi retirada das sessões de Houses of
the Holy e poderia ter sido muito ter sido lançada, mas o que podasse dizer
sobre ela é a porrada hard que entra forte na mente de forma alucinante. “Ozone
Baby” veio das sessões de In Through the Out Door e aqui cabe uma observação
porque ela não foi adicionada já que é bem mais acima da média e por isso o
resultado poderia ter sido bem melhor. Nela Plant brilha, dá show, visto que, o
lado emocional cativa na hora. “Darlene” a exemplo da anterior também foi
retirada do que sobrou de In Through Out Door e também deixa no ar a mesma
questão uma vez que é muito superior ao material ali registrado. Aqui temos um
típico rock com ótimos riffs de Page que dominam nos solos e batem lá no
hipotálamo fazendo-se retorcer no solo de piano de Jones. “Bonzo’s Mountreux” é
um solo de bateria gravado em 1976, mas é legal pela perfeita sincronia e de
como o batera tocava pesado. A saideira “Wearing the Tearing” também foi retirada de In
Through the Out Door reacende a questão já levantada aqui duas vezes e então
pulamos a terceira dali retirada, o hard aqui escancarado traz vários questionamentos, mas,
novamente, deixa para lá não adianta chorar pelo leite derramado uma vez que
podemos conferi-la e ficarmos com os nossos devaneios sobre esta ou aquela
escolha feita na época. A verdade é que CODA pode ser considerado um álbum pouco lembrado e que tem um valor documental muito forte e que serve até para questionar
escolhas malfeitas que poderiam ter mudado os rumos de um disco que era bom e
ao mesmo tempo uma decepção, mediano, de 1979. Em 1993 o disco foi relançado e ganhou a
adição de mais 4 faixas que também eram sobras e até entraram nos singles como
B-Sides. De toda maneira os fãs pela última vez puderam ter em mãos o último registro oficial do Led Zeppelin, mas, não foi só isso, pois os integrantes nos anos 80
cada um foi a sua vida e se lançaram em carreiras solo, os gigantes agora
dormiam em sono profundo. (Nota 7,0)
A primeira vez
que ouvi esse disco sai com a impressão de que este sim era um álbum ao vivo de
verdade, aliás, pensava e muito porque este concerto gravado para BBC não havia
sido lançado primeiro. A banda estava no seu melhor momento e o set list
recheado de músicas dos dois primeiros álbuns cujo hard rock e blues
transbordavam a competência do quarteto, uma banda fabulosa e que dava indícios
claros de que cada vez mais iria crescer e o limite talvez nem fosse mais o céu.
Ao contrário de The Songs Remains The Same onde tudo parecia estar perdido me
meio uma sessão de masturbação musical sem eira e nem beira aqui tudo aparecia
direto e reto sem exageros fato que se comprova em “Whole Lotta Love”, da qual,
ouve-se a reprodução original, a direta "The Girl I Love She Got Long
Black Wavy Hair" tem nos riffs de Page a chave do seu encanto, e o cover de
Robert Johnson “Travelling Riverside Blues” cuja nova roupagem criada pelo
grupo deu novo fôlego, “I Can’t Quit You Baby” aparece numa bela e definitiva
versão, da qual, os vocais de Plant tiram lá do fundo da alma a melancolia que
explode nos solos curtos e virtuosos de Page, porém aqui ela está dividida em duas
partes acrescentando um mistério lúgubre. A heavy “Communication Breakdown”,
também dividida em duas partes, também se destaca pela versão pesada e rápida,
virulenta que não faz concessões a nada e nem a ninguém, o Led Zeppelin entrava
com os dois pés no peito de quem estava pela frente atrapalhando o caminho. "What Is and What Should Never Be" é
uma bela balada e que caiu como uma luva para edulcorar a tensão emanada de
tanta eletricidade, um breve relaxamento antes de recair na pancadaria. "Dazed
and Confused" recebeu aqui a melhor versão ao vivo, ou seja, sem firulas
apenas direta e reta e lacônica nos shows já que é um dos emblemas do Led
Zeppelin e do rock. “Somethin' Else" ganhou uma versão divertida e bem
pesada e era comum aparecer nos medleys improvisados nos shows. "How Many
More Times" essa uma das canções que o Led Zeppelin arrebenta ao vivo com
levadas de jazz, o peso do hard rock e os climas recheiam os momentos
enfumaçados, nesta versão os solos de Page são arrebatadores e o resto da
rapaziada também não fica atrás e o tanto é que Bonham arrepia na bateria.
Em 2003 o Led
Zeppelin atacou outra vez, mas agora era com um disco triplo ao vivo cujo
conteúdo são shows da turnê norte americana de 1972 que foram registrados no
Fórum LA em 25 de junho de 1972 e Long Beach Arena em 27 de junho de 1972. São
gravações que permaneceram desconhecidas do grande público, mas circulavam no
mercado de bootlegs. As faixas antes de se transformarem no álbum How The West
Was Won passaram por um pesado processo de engenharia musical. O set list
contém músicas de Houses of the Holy e o restante são dos álbuns Led Zeppelin
I, II, III e IV, as performances trazem a banda no seu melhor momento e até
produz outro questionamento referente ao álbum The Songs Remains The Same já
que é muito melhor do que ele porque a banda bem mais redonda e enxuta e que
sabe o que está fazendo nos solos, nos improvisos, ao invés soar como uma
locomotiva perdida prestes a sair dos trilhos, masturbação instrumental sem
sentido, enfim, uma doideira sem limites. As versões aqui apresentadas
eternizaram essas faixas cristalizando na memória dos fãs do passado e do
presente que tiveram acesso a elas que em duas horas e meia mostram-nos o que
era um show do Led Zeppelin nos seus dias dourados. Em “Immigrant Song” o
destaque é absoluto das linhas de guitarra de Page, os solos desgovernados
falam tudo e parecem trazer Odin do Olimpo para vir em pessoa curtir o show.
“Heartbreaker” tem uma levada insana de bateria, os riffs e solos rasgados e
mais os vocais diretos e retos de Plant fazem a média, a conexão entre a banda
e a plateia através dos improvisos. “Black Dog” estabelece o hard mais pesado e
virulento já escutados e executados por um conjunto de rock. “Over The Hills
And Far Away” aparece mais hard e bem mais concisa e coesa entre solos e riffs
escandalosos de Page exalando insanidade pelos poros. "Since I've Been Loving You" que
confirma que as raízes do Led Zeppelin são de fato o blues, o clima melancólico
e chorado que vem lá do fundo da alma são emitidos pelos vocais e guitarras que
dominam a faixa em momentos puramente emocionais. O misticismo "Stairway to Heaven"
não poderia ficar de fora e talvez sem ela nem haveria um show do Led Zeppelin,
a versão aqui apresentada é outra das mais belas execuções feitas em cima do
palco pela banda. Concisa e etérea é uma bela viagem dentro ao recôndito da
alma humana para desvelar os segredos mais profundos.
No set não poderiam faltar as peças acústicas
uma das marcas do Led Zeppelin ao vivo, o folk de "Going to
California" sem ganhou versões encantadoras e o mesmo pode-se dizer de “That’s
The Way” que sempre orna os shows e a versão de "Bron-Yr-Aur Stomp" é
igualmente matadora e esmalta bem esse momento. A heavy n’ hard "Dazed and
Confused" vem com uma versão bem dilatada, mas dentro seus improvisos a
banda entrega versões instrumentais de “The Crunge” e “Walter’s Walk”, enfim o
aqui foi entregue uma ótima versão que ao invés de se arrastar de muletas por
mais de cinte minutos ela rola como uma verdadeira protagonista que se escreve
por linhas tortas e funciona. "What
Is and What Should Never Be" funciona como um momento de descanso depois
da fase mais elétrica e pesada do show, aqui a banda imprime uma versão mais
pesada. "Dancing Days" tem ótimas linhas, todas insanas, é verdade, um
hard sem muitas exigências que funciona muito bem com efeitos do pedal wah-wah
de Page e mais alguns solos que vão lá na mente, direto e reto. “Mob Dick” é
momento em que Page, Jones e, especialmente, John Bonham entram em cena
parecendo fazer uma jam para depois dos riffs entrar um fantástico e virtuoso,
alucinante, solo de bateria que o colocou na posição de melhor baterista de
rock. Em seguida vem "Whole Lotta Love" com seus riffs demolidores e
um ritmo absurdamente pesado, pesadão mesmo, cujos improvisos trazem algumas
versões de faixas gravadas nos anos 50 primórdios do rock, porém, além disso,
esta versão é animal. Uma das faixas mais emblemáticas não poderia faltar e,
então, "Rock and Roll" se apresenta no front para esquentar ainda
mais o show fazendo sua ode ao gênero completamente direta e reta arromba as
portas da mente. “The Ocean” e suas linhas insanas de baixo, aliás, o que seria
do Led Zeppelin se não tivesse o talentoso John Paul Jones? É difícil fazer uma
afirmação mais acurada, mas permite dizer faltaria mais brilho e esmero em
canções como essa por onde Page viaja nos riffs e solos que nos levam por uma
viagem insólita na voz de Plant e na batera de John, era definitivamente o
auge. Encerrando com um blues marcado pelo frenesi de uma banda que surfava por
cima e bem longe das montanhas e que de fato havia conquistado mais do que
oeste e que agora através "Bring It On Home" anunciava que chegara a
hora de ir embora, as gaitas de Plant e o ritmo alucinante posterior é
completamente matador e dispensa dizer de quem é o brilho e o que cada um faz o
fato é que trata-se de uma canção poderosa que gruda na mente de forma perene. (Nota 9,5)
Depois que o Led
Zeppelin encerrou as atividades a banda ainda se reuniu mais três vezes cuja
primeira foi em 1985 no Live Aid contando com Phil Colins e com Tony Thompson na
bateria e com o baixista Paul Martinez, a curta performance foi caótica devido
à falta de ensaio da dupla de bateras, problemas técnicos e pela voz rouca de
Plant, enfim, naquele dia nada deu realmente certo. Em 1988, eles se reuniram
outra vez e desta vez foi para celebrar o aniversário de 40 anos da Atlantic
Records. Nesta apresentação o baterista Jason Bonham, o filho de John, e também
tinha John Paul Jones, mas também por problemas técnicos a apresentação também
foi ruim. A terceira vez foi em 1995 quando foram introduzidos no Rock and Roll
Hall of Fame pelo pessoal do Aerosmith e depois foram para o palco tocaram com
Tyler e Perry e também com Neil Young, mas nesta vez o baterista foi Michael
Lee. Fora isso Plant e Page chegaram a juntar-se sem a presença de John Paul
Jones fato este que causou mal-estar rendendo uma saia justa no Rock and Roll
Hall of Fame quando o baixista e tecladista disparou: “Obrigado, meus amigos,
por, finalmente, lembrarem o meu número de telefone” deixando Plant e Page
evidentemente com aquela cara de enfurecida. Juntos o guitarrista e o vocalista
fizeram o álbum No Quarter Jimmy Page and Robert Plant Unledded apresentando
músicas do Led Zeppelin com uma nova roupagem gravado no Marrocos por
iniciativa da MTV, parceira não foi muito longe, mas teve o álbum de despedida
intitulado Walking into Clarksdale lançado em 1998. Depois disso cada um seguiu
o seu caminho até que em 2007 os gigantes se levantam novamente, mas desta
quarta vez foi para um concerto beneficente em homenagem à memória de Ahmet
Ertegun em 10 de dezembro de 2007, em Londres O2 Arena. Desta vez ao contrário
das três vezes anteriores que culminaram em fracassos acumulados as coisas
funcionaram e o Led Zeppelin brilhou novamente, mas desta não teve ninguém de
Jason Bonham na bateria. O show foi filmado e havia especulações de que haveria
um lançamento desse material e de fato houve e em 2012 o filme chegou aos
cinemas e também as prateleiras das lojas em cd duplo, lp triplo e dvd e blue
ray com os cds em ambos pacotes.
Depois de mais
de uma década de sem se apresentarem ao vivo, eles pareciam ter continuado de
onde pararam com a exceção de ter como quatro membro, o baterista, Jason Bonham
que substituiu muito bem seu pai honrando o seu legado fazendo desaparecer
qualquer suspeita pudesse haver quanto a isso. Os três remanescentes da
formação original e mística do Led Zeppelin agora já longe da boa forma e vigor
físico de outros tempos onde brilharam e com maestria, fúria, levaram o som
inebriante, poderoso e viajante transformando as apresentações em grandes
celebrações e festas do rock com todos os excessos retomam e com classe
realizando uma performance impecável os clássicos sem precisar de se apoiar em
releituras para esconder as falhas. “Good Times Bad Times” abre o show e
arremete-nos de cara para os anos iniciais, a voz de Plant apesar de não ter a
potência daqueles dias ainda é capaz trazer a nós a mesma emoção, a guitarra de
Page com o passar dos anos ficou ainda melhor e John Paul Jones mostrou que
ainda pode desmanchar o seu baixo em linhas e mais linhas poderosas. Em “Ramble
On” mantém o mesmo vigor e com essa roupagem mais atual comprova que o som do
Led Zeppelin é ainda é o mesmo e também é atual. “Black Dog” é música de Page,
o cara ainda esbanja o mesmo feeling nos riffs e solos e Plant despeja pura intimidade
é como se estivéssemos, em 1972, na época mágica em que eles faziam verter o
céu na terra ao rasgar o véu da inocência. A épica e maluca “In My Time Of
Dying” estão presentes todos os elementos que fazem ser quem são Jason não
decepciona e mostra ser um baterista cheio de recursos assim como os seus
companheiros que despejam o mesmo apelo sexual em cima do ritmo fazendo atingir
com fervor o clímax. Este de fato é um show para lembrar a vida toda e por isso
mesmo uma música como “For You Life” não poderia faltar e ela dá as pistas da
injustiça feita ao álbum Presence (1976), os riffs e solos hipnóticos
resumem-na a um alimento para o espírito dos mais saborosos. A funkeada “Trampled Under Foot” ainda se
destaca pela alucinantes linhas de piano.
“Nobdy’s Fault
But Mine” ainda proporciona a sua interminável viagem aos confins da mente,
totalmente cerebral e pungente. O progressivo, psicodélico de “No Quarter” é
onde John Paul Jones brilha com seu órgão fazendo linhas viajantes, lisérgicas
totalmente desvairada um convite ao desatino. “Since I've Been Loving You” é
figura carimbada em qualquer show ou gravação ao vivo, visto que, é um clássico
composto pela banda cujas raízes são blues componente de base da sonoridade
zeppeliana, a melancolia e os destaques são os mesmos nessa versão. A misteriosa e enfumaçada “Dazed and Confused”
também não poderia ficar de fora já que uma das marcas registradas do grupo e
também pedra angular do hard rock e do heavy metal, mas aqui ao contrário dos
dias passados ela não trouxe no bojo os seus intermináveis improvisos, ou seja,
não foi além de original concepção que foi mais alargada. “Stairway To Heaven”
ainda é a música de maior impacto e esta versão edulcorada com órgão
abrilhantou ainda mais o momento mais emocional quando Page despeja seu solo
enlouquecedor. “Song Remains The Same” reativa o sonho hippie uma viagem
psicodélica pesada, a música era de fato um paradigma de uma possível
transformação. A dançante “Misty
Mountain Hop” conversa intacto o seu lado vibrante e desnorteado. “Kashmir” uma
trip ao oriente totalmente sedutora cheia de caminhos e alucinações místicas em
busca do sagrado. Pela primeira vez o Led Zeppelin não se estendeu em “Whole
Lotta Love” como fazia nos seus melhores dias apresentando-o de forma
interminável perdida nas pirações instrumentais chapadas incluindo medleys que
muitas vezes não eram legais aqui ela obedeceu a padrões razoáveis e o que foi
apresentado é perfeito e lógico. Fechando o show veio a toda velocidade a
emblemática “Rock and Roll” uma ode ao rock e ao que ele conserva de melhor,
mas é uma pena que a voz de Plant já não alcance mais as notas mais altas, mas a interpretação caiu muito bem e manteve o nível. Depois desse show e do material estar nas mãos dos fãs de todo o planeta não demorou para surgirem as propostas e as especulações sobre um possível retorno para a gravação de um novo álbum e de uma turnê que nunca se realizaram diante das negativas constantes de Robert Plant. Indpendente disso a verdade é que os fãs pelo menos podem agora ter uma ideia do que seria o Led Zeppelin hoje em cima do palco e de como soariam as músicas visto as performances arrasadoras contidas no álbum. Enfim, mas ainda é possível sonhar, pois quem sabe um dia, quando menos esperarmos, isso não acontece. (Nota 9,0)
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