A parceria entre Neil Young é uma das mais bem sucedidas do rock no final da década de 1960 lançaram o primeiro disco em conjunto Everybody Knows This is Nowhere (1969) e no meio da década de 1970 voltaram a trabalhar juntos e o resultado é o clássico Zuma (1975) e continuaram acontecendo durante a carreira de ambos e o último trabalho registrado por eles é o álbum Greendale (2003) e depois de nove anos eles estão de volta com o álbum Americana que na verdade não é um álbum de inéditas contém releituras de canções folclóricas norte americanas.
Se tratando de releituras é lógico que as faixas ganharam um nova roupagem sonora e por isso nada tem haver com as versões originais, pois se fosse para mantê-las não era necessário perder tempo com elas embora o melhor a se fazer considerando o potencial deste super time de músicos e o histórico de lançamentos o mais correto seria lançar um álbum de inéditas. Para essa empreitada o trabalho foi realizado em conjunto, ou seja, Neil Young, Sampedro (que voltou a trabalhar com Young após 16 anos), Billy Talbot e Ralph Molina. E a parte interessante é que o disco promove uma viagem pela história dos EUA através de faixas como: "Oh Suzanna", "Clementine", "Tom Dula" e "Gallows Polle (cuja música também já foi regravada pelo Led Zeppelin no seu terceiro álbum)" utilizadas pelas forças armadas durante a guerra cívil e também inclui canções de cunho religioso como "The Jesus Chariot (Shell Be Coming Round the Mountain)" e também entra no álbum o hino do Reino Unido.
O álbum não pretende apenas contar a história dos EUA, mas trata-se também de resgatar os significados de versos que foram suprimidos das versões originais e tentar reconstruir o pensamento coletivo do período, ou seja, qual era o impacto dessas canções na época em que foram lançadas é uma boa pesquisa histórica já que envolve a memória coletiva e dá a voz para os atores sociais daquele passado falarem um pouco sobre o seu período porque essas faixas foram re-significadas de acordo com os momentos históricos vividos nos EUA (como a abolição da escravidão, a corrida do ouro entre outros).
O álbum se resume a 11 faixas, cujos os trabalhos ficaram belíssimos e mais uma vez está parceria foi feliz na escolha dos temas para trabalhar e o álbum Americana foi praticamente gravado ao vivo assim como já foi feito em tempos passados e as características estão lá presentes velhas companheiras do grupo guitarras distorcidas no talo e fora que existem muito erros, algumas desafinações enfim é o espírito do rock resgatando a história e como já foi dito antes dando voz a esse passado e aos seus atores que voltam para passar as suas mensagens através das cantigas populares carregadas de significados e mais significados que retratam a sociedade de um época, está bem ao alcance de quem quiser ouvi-lo e vale muito apena neste caso.
Por outro lado apresentam outra parte da história dos EUA que no caso se trata da riqueza musical que conjuga e condensa a música africana e européia e por isso podem promover um entendimento porque aquele país é a terra do Jazz, Blues, Rock, Country e etc. E por essas surpresas como a apresentada em Americana é que podemos dizer que o ano de 2012 é um dos melhores da música e que esta parceria ainda pode fazer muito mais e com certeza fará começando por nos presentear um dos grandes álbuns deste ano.
NOTA: 9,0
Faixas:
- Oh Susannah
- Clementine
- Tom Dula
- Gallows Pole
- Get a Job
- Travel On
- High Flyin’ Bird
- Jesus’ Chariot (She’ll Be Coming Round the Mountain)
- This Land is Your Land
- Wayfarin’ Stranger
- God Save the Queen
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