Em 1980, o Led Zeppelin faria a sua última turnê e os planos para as datas norte americanas seriam cancelados, pois uma tragédia daquelas acometia a banda, ou seja a morte do baterista John Bonham e devido a amizade incomensurável que os integrantes desenvolveram durante os anos de estrada, os transformou numa grande família e uma substituição era algo impensável por esse prima e assim a banda preferiu se desfazer e assim o fez.
Para cumprir contrato com a Atlantic Records, o grupo despejou no mercado o álbum Coda (1982), que não passava de uma compilação de sobras de estúdio e dava conta do recado tranquilamente e depois deste último suspiro cada integrante seguiu o seu caminho desenvolvendo outros trabalhos, mas nunca obtiveram o mesmo êxito de sua ex-banda, pois o grupo havia tornado-se uma entidade, um mito e como tal colecionavam um sem número de lendas e nos álbuns que lançaram entre o final da década de 1960 e meados da década de 1970 mostraram como é que o rock deveria ser, ou seja, construíram um solido legado que influenciaria as próximas gerações e sobreviveria até os dias atuais despertando a curiosidade dos seus novos e futuros fãs.
O grupo acabou, mas isso não impediu algumas reuniões e oficialmente houveram duas: a primeira rolou em 1985, com Phil Collins na bateria quando tocaram no Live Aid e três anos depois em 1988, se segunda vez foi em comemoração aos quarenta anos da gravadora Atlantic Records e desta quem comandou as baquetas foi Jason Bonham, o filho do baterista John Bonham que por sinal mandou muito, mas muito bem mesmo. Depois de quase duas décadas, o grupo se reuniu novamente e tocaram no Arena O2 em 2007, e o motivo desta vez foi prestar um tributo a memória de Ahmet Ertegun (fundador da Atlantic Records falecido em 2006), e lá estavam Robert Plant, Jimmy Page, John Paul Jones e Jason Bonham reunidos outra vez para tocar os clássicos do grupo.
Quando o grupo se reuniu para fazer aquela apresentação havia deixado bem claro que era apenas para um show e aquilo soou como um balde água fria na imprensa e principalmente nos fãs que esperavam de certa maneira que o grupo retorna-se nem que fosse para apenas fazer uma turnê e dar a oportunidade aos que nunca viram a banda em ação, mas enfim não foi o que aconteceu e depois do show tudo voltou ao normal na agenda dos integrantes do grupo e ponto final. Em 2012, o Led Zeppelin voltaria para o último susto e anunciava o lançamento daquele show em vários formatos e o lançamento aconteceria em 19 de novembro deste mesmo ano e depois de anunciada os detalhes sobre o novo material, outra surpresa o show poderia ser conferido no cinema e claro os membros da banda estariam todos presentes no local acompanhados de uma multidão de jornalistas e mais uma série de outros convidados.
Eu não vi o show e muitos menos estive em Londres no cinema e por isso não tive como acompanhar de perto todos os detalhes e pela falta de grana quase generalizada eu só pude comprar o cd e não pude comprar o pacote completo e por isso esta resenha é focada no álbum, mas quem sabe daqui algum tempo seja ele breve ou longo, o dvd também terá a sua resenha aqui. De volta ao que interessa é incrível como o tempo parece não ter afetado o entrosamento entre o grupo, pois parecia que os caras tinham recomeçado do ponto em que haviam parado e nem se incomodaram e mandaram ver sem dó e muito menos piedade. Quem pensa que estes quatro senhores, que inclusive já estão chegando ao meio da casa dos sessenta anos e outro pertinho da casa do setenta anos iriam dar um show mediano se engaram redondamente, pois mesmo que a idade pese e os naturais desgastes físicos cheguem, para eles não foi problema.
Robert Plant embora não alcance mais aqueles agudos ainda mantém um voz impecável e as suas interpretações para os grandes clássicos que ajudou a criar ainda mantém o mesmo brilho e a mesma garra. O que dizer de um guitarrista do nível de Jimmy Page? O cara mandou versões espetaculares com os riffs e solos fortes e arrebatadores que levavam de volta aos tempos gloriosos do grupo e Jonesy como sempre mostrou o perfeito baixista, organista e demais "acessórios" que sempre conduziu com a sua alma e coração no mais perfeito estado de êxtase, que é o que nós fãs pudemos sentir também quando colocamos o álbum no toca discos e deixamos ele fazer o trabalho dele, enquanto isso o baterista filho do homem que fez história também não decepcionou e mostrou-se digno de estar ali, pois respeitou muito bem o legado e estudou tudo o que foi possível até a exaustão.
As faixas ganharam um roupagem mais moderna, ou seja, funciona como uma adequação ou atualização se você preferir leitor, mas a verdade é que nada se perde porque todas ficaram muito mais pesadas e você pode ouvir perfeitamente cada uma das notas dos clássicos desfilados pelo grupo cujo set list pode até causar algum estranhamento, pois faixas como: Heartbreak, Bring it on Home, Ocean e mais outras clássicas ficaram de fora, porém deve-se lembrar que mesmo assim devemos nada fica a dever e devemos também atentar para o seguinte fato, ou seja, a banda tocou faixas do Led Zeppelin I, II, III e IV, do Houses of the Holy, Physical Graffiti e do Presence e todas elas são dignas de estarem ali naquelas versões de tirar o fôlego e desde a abertura com a potente "Good Times Bad Times" até o final com "Rock ´n´Roll" o álbum não deixou nada a dever e de certa forma faz justiça ao grupo que em 1976, havia lançado o álbum duplo ao vivo The Songs Remais the Same", que na verdade pecava pelas exageradas e desnecessárias improvisações que em alguns casos passavam dos seus vinte minutos e, que soavam muito chatas enjoando o ouvinte logo na primeira audição e traziam uma série de questionamentos (algo que foi "amenizado" com a versão remasterizada e estendida).
Em Celebration Day pelo contrário não existem os longos improvisos e embora eles apareçam rolam de uma maneira mais simples e discreta com muito coerência. Destacar uma faixa é desnecessário, mas pelo menos dá para dizer que as versões para "Four Sticks", In My Time of Dying", "No Quarter", "Ramble On", "BlackDog", "Kashmir" e todas as demais sintetizam bem essas versões para os clássicos irreparáveis que conquistaram e ainda conquistam miríades e mais miríades de corações jovens ou não. Independente do formato que você venha a adquirir leitor, o mais importante que você deve ter em mente que são aproximadamente duas horas de pura diversão e emoção lá nas alturas com muita vibração e uma sinergia perfeita entre e o grupo e você caro leitor, que não se cansará de ouvir duas os mais vezes seguidas este novo clássico "recém nascido".
Nota: Ouça, avalie e decida você, a nota que ele merece.
Faixas:
CD1
01. Good Times Bad Times
02. Ramble On
03. Black Dog
04. In My Time Of Dying
05. For Your Life
06. Trampled Under Foot
06. Trampled Under Foot
07. Nobody´s Fault But Mine
08. No Quarter
CD2
01. Since I´ve Been Loving You
02. Dazed And Confused
03. Starway To Heaven
04. The Song Remains The Same
05. Misty Mountain Hope
06. Kashmir
07. Whole Lotta Love
08. Rock And Roll
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