20 de dezembro de 2012

Álbum da Semana: Slayer - World Painted Blood (2009)


O Slayer sempre foi uma banda, que sempre fez o quis fazer na música e o thrash metal apresentado pelos norte americanos é algo digno dos grandes mestres e os clássicos brotaram naturalmente ao longo da história do grupo. Polêmicas a parte o grupo, mudanças na formação, enfim nada disso se constituiu num sério obstáculo que pudesse minar os planos desses caras, nem os momentos de baixas protagonizados nos álbuns Diabolus in Musica (1998) e no seu sucessor God Hates Us All (2001) abalaram o reinado sangrento do Slayer que sempre manteve a sua personalidade forte e jamais se deixou intimidar com as críticas, muito pelo contrário sempre foram eles quem intimidaram o cenário com a sua postura radical e agressiva. 



O grupo marcou a década de 1980, ao lado do Metallica, pois enquanto chegava as lojas Master of Puppets (1986), um doa álbuns que ajudaram a definir o que era o thrash metal, vem o Slayer e colcoca na praça o álbum Reign in Blood (1986), que leva tudo ao lado mais brutal e extremo, pois deixava bem claro que nada os poderia parar e que ali era o início de uma satânica onde os serial killers poderiam manifestar a sua sede por sangue matando e matando a vontade. O grupo entrou na década de 1990, com o lançamento de Season in the Abyss (1990) e isso significava entrar de voadora, ou seja literalmente cravar os dois pés no peito de quem viesse enfim era para derrubar e a banda cumpriu a sua promessa com louvor, mas o que o grupo não esperava era a saída repentina de Dave Lombardo. 

O Slayer seguiu firme e forte com o baterista Paul Bostaph (ex-Forbidden), mas os fãs nunca esqueceram o baterista original que havia marcado presença fundamental na sonoridade do grupo e isso é fácil de se comprovar afinal de contas é só recorrer os clássicos, pois lá estão as respostas para sanar as dúvidas. O grupo lançou outro grande álbum Divine Intervention (1994) e depois lançaram mais um de covers de bandas punk e mais dois que já foram citados aqui. O grupo entrou no novo milênio com a fama, ou seja a popularidade lá na estratosfera e com um detalhe: sendo acusado de praticar o new metal, o que é uma grande injustiça e inverossímil, os fãs por sua vez não pensavam em outra coisa que não fosse o retorno de Dave Lombardo, pois quem sabe com a sua presença os caras entrariam na linha, pois é, os fãs pensavam assim mesmo. 


Já na primeira metade da primeira década dos anos 2000, o baterista Dave Lombardo retorna e logo em seguida é anunciada a gravação do primeiro álbum do grupo com o retorno da formação original e todos viam nesse volta a repetição do passado que ele havia vivo com os seus companheiros, mas o resultado foi álbum Christ Illusion lançado em 2006, e os fãs responderam com fervor aprovando imediatamente o retorno daquele que jamais deveria ter partido e as polêmicas não ficaram de fora e pela segunda vez o álbum teve a sua capa censurada devido ao desenhoe no lugar foi uma capa totalmente diferente e os mesmo aconteceu com o álbum God Hate Us All (apenas na versão norte americana houve a dupla censura). As letras mantém a pegada do grupo, pois os temas abordados neste álbum são a religião, a guerra. Além disso ganhou dois grammy's. 

A banda ainda caiu na estrada e tocou em vários festivais europeus de verão, passou pelo Brasil e terminou na América do Norte e depois de finalizada a turnê o grupo entrou em silêncio para iniciar as gravações do segundo álbum do retorno da formação original. Em 2008, no mês de outubro o Slayer se trancou no estúdio para gravar o seu novo álbum e só saiu de lá no mês março de 2009. A produção teve as assinaturas de Rick Rubin e Greg Fidelman que fizeram um excelente trabalho neste álbum e ajudaram a devolver a fúria do Slayer que havia ficado um pouco de lado nestes últimos anos.   

World Painted Blood captura o espírito de Reign in Blood e Seasons in the Abyss e realmente o Kerry King tinha razão quando disse que as pessoas que o ouvissem iriam compara-lo pelo menos com o primeiro, mas a banda também dialogou com uma sonoridade mais moderna e fizeram isso sem perder a identidade e o resultado junto a crítica e os fãs não foi diferente dos tempos áureos, ou seja, o disco foi aclamado é o melhor dos discos últimos tempos lançado pela banda. 


O álbum não traz nenhuma novidade significativa e muito menos é inovador, na verdade é atualização necessária que faz a banda soar relevante, pois não faria sentido repetir a fórmula dos álbuns anterior e do ponto de vista do grupo fica bem claro pelo fato deles sempre terem feito tudo o que quiseram fazer que da parte que lhes cabe jamais se repetiriam e ao longo de sua história a banda apresentou um disco diferente do outro e apesar do sucesso ou não a banda sempre se mostrou indiferente a opinião alheia e seguiu em frente arregaçando com tudo nos seus shows que diga-se de passagem sempre lotaram e ainda lotam os estádios, ginásios, arenas de festivais e seja lá onde mais forem tocar lota também. 

As faixa que melhor traduzem o espírito brutal, sanguinário e assassino de World Painted Blood está registrado na faixa título, Americon, Hate Worldwide, Not of this God, Snuff, Human Strain e Unit 731, mas as demais faixas também não deixam a desejar e formam uma massa homogênea que é pura nitroglicerina pronta para explodir a qualquer hora, para liberar o caos, a desordem e a destruição, pois o desejo de morte é grande e os psicopatas sociais aqui são os políticos inescrupulosos chamados governantes e seus pares igualmente sangue sugas, e a religião também não escapa da visão mórbida e aterradora promovida pela máquina mortífera chamada Slayer. 

Você que ainda não conhece o trabalho do grupo, se quiser não precisa de ir até os clássicos pode começar por este álbum mesmo, pois é pura diversão fazia tempo que o cenário do heavy metal não via rodar um disco tão intenso e brutal como este e a urgência nele está contida no conjunto da obra e por isso não espanta que ele tenha entrado nas listas de melhores do ano de 2009, dos vários jornalistas das revistas especializadas espalhados pelos quatro cantos do planeta. Se você espera pela vida eterna, ou pela morte e pensa em se suicidar não faça isso antes de escutar World Painted Blood, pois não é vergonha nenhuma voltar atrás depois de descobrir que você já estava morto antes e continuará agora porque o mundo é uma pira funerária.

Faixas: 

01. World Painted Blood 
02. Unit 731 
03. Snuff
04. Beauty Through Order 
05. Hate Worldwide 
06. Public Display of Dismemberment 
07. Human Strain 
08. Americon 
09. Psychopaty Red 
10. Playing With Dolls 
11. Not of this God          



   



       
    





















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