Nos anos 80 o Saint Vitus ao lado das
bandas Pentagram, Witchfinder General e Candlemass foi um dos grandes expoentes
do Doom Metal (estilo baseado em uma sonoridade arrastada e pesada, cujas
influências são do Black Sabbath). O grupo lançou verdadeiras obras que hoje
são referências para qualquer pessoa que deseja se aventurar no estilo, pois os
álbuns Saint Vitus (1984), Hallows Victim (1985) e o Born Too Late (1987) são
verdadeiros manuais do que é o gênero na sua mais pura essência.
O grupo passou
por algumas reformulações e partir a entrada do vocalista Scott
"Wino" Weinrich, passando a fazer parte da formação clássica do grupo
que lançou posteriormente mais alguns álbuns até a sua saída no começo da
década de 1990, pois o vocalista formou outras bandas como: o The Obsessed, o
Spirit Caravan e ainda participou do Pentagram e enquanto ele dava os seus
giros por ai o Saint Vitus foi caminhando aos trancos e barrancos gravando seus
álbuns até que em 1995 encerrou as atividades e cada um dos seus membros também
passaram a desenvolver outros projetos.
Depois de percorrerem seus longos
caminhos com seus trabalhos paralelos, em 2003 o Saint Vitus se
reergueria mais uma vez para assombrar os seus fãs com a sua poderosa música e
com a formação clássica novamente reunida fizeram uma apresentação que inclusive
seria usada em um futuro dvd e no ano de 2008 foi anunciado o retorno da formação
clássica para fazer turnês, mas os problemas começaram pois Armando Acosta
apresentou problemas de saúde e teve que ser substituído (morreu meses depois
aos 58 anos de idade). Em 2010 Chandler diz que tem novas canções para serem
gravadas e que uma das metas desse retorno era a gravação de um novo álbum.
Depois de 25 anos sem gravar na inédito
com essa formação, aparece o álbum Lillie F-65, para surpreender novamente, o álbum
foi gravado em 2011 e a produção foi assinada por Tony Reed. O álbum trás de
volta aquela velha mística em torno do grupo, pois o som sabático está lá na
sua melhor tradição e remete diretamente ao álbum de Master of Reality (1971), Black Sabbath. O álbum novo trás a banda de volta é um fato inegável, mas para falar a verdade não me agradou não, pois no Doom Metal hoje centenas de bandas fazendo esse som calcado no Black Sabbath e sonoridade não é lá muito diferente, mas existem outras bandas que buscaram se diferenciar e partiram para buscar outros caminhos visando se diferenciar das demais.
E o Saint Vitus entra nessa conversa pela seguinte porta, pois como qualquer banda cuja música é atemporal geralmente, os integrantes buscam outras praias para tentar inovar a sua música e se isso não acontecer pelo menos o esforço serve para não se repetirem como é o caso desta banda e o seu novo lançamento que se resume a sete faixas.
Para uma banda desse naipe que inclusive é uma das precursoras desse estilo, pelo menos tentar trilhar um caminho diferente buscar novos elementos, ou seja, ousar um pouco mais fato que não faz mal a ninguém, mas infelizmente não é o caso, mas o disco é ruim? claro que não é, muito pelo contrário é bem tocado e produzido é sombrio, pesado e barulhento, mas só não trás nada inovador, ou seja, um diferencial e por isso mesmo tendo lá os seus atrativos depois de três ou quatro audições torna-se enjoativo.
As faixas que salvam o disco são: Let Them Fall e The Bleeding Ground que em termos de letra e som se encaixam perfeitamente com a proposta do disco e andam pelo estilo sem se desviar afinal de contas o Doom Metal sem letras tristes e sombrias seria estranho não é verdade? Nada contra a banda, pois cada um faz o que quer, mas deveriam se lembrar que existem limites para os exageros e ainda mais quando a banda é clássica e não pega bem nenhum um pouco ir lá e chupar os riffs de outro disco clássico, pois se eu quiser ouvir o Master Of Reality ou qualquer outro disco do Black Sabbath eu me dirijo a minha estante pego e ouço o original e o mesmo vale para o Saint Vitus.
Inspiração pelo visto não faltou ao grupo, mas faltou o bom senso porque depois de mais de duas décadas sem gravar nada o mínimo que se esperava deste grupo era um disco diferenciado fato que não aconteceu, mas quem sabe na próxima empreitada se ela acontecer não seja diferente e a banda finalmente desencante e faça um álbum de acordo com os novos tempos e que me faça ter vontade de escuta-lo.
Nota. 5,0
Faixas:
- Let Them Fall - 3:52
- The Bleeding Ground - 6:07
- Vertigo - 2:37
- Blessed Night - 3:59
- The Waste of Time - 5:39
- Dependence - 7:36
- Withdrawal - 3:26
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