7 de dezembro de 2012

Cinema: Na Estrada (2012)


Poucos são os filmes retirados das páginas dos livros, que dão certo nas telas do cinema e conquistam milhões e milhões de espectadores que se dirigem de suas casas aos milhares para lotarem as salas de cinema espalhadas pela cidade. Filmes como o Poderoso Chefão em minha opinião tem o seu sucesso devido a maneira como foram extraídos dos livros, pois neste caso o que temos é um resumo perfeito da obra, pois seria impossível querer filmar o livros nos seus mínimos detalhes e outro que eu me lembro que já é mais recente e também açambarcou uma enorme legião de pessoas e fez sucesso foi o Senhor dos Anéis e o mesmo se aplica a ele, pois o resumo e algumas adaptações fizeram dele um filme perfeito embora recebesse as suas críticas depreciativas. 



Há tempos havia uma grande expectativa de ver este livro ser filmado e finalmente em 2010, as filmagens foram anunciadas e havia uma grande expectativa do filme ser rodado em 2011, mas não possível e o sonho ficou de ver as aventuras de Sal Paradise e Dean Moriarty  nas estradas dos Eua ficou um pouco mais distante e tiveram de esperar 2012 para finalmente estrear e acabar com a ansiedade dos fãs de cinema e de Jack Kerouac, que puderam conferir a sua obra ganhar vida, cores e formas nas telas dos cinemas ao redor do planeta nas mais variadas salas de cinema. 

O filme é uma adaptação da obra de Jack Kerouac, On The Road que foi escrito em 1951, mas só estreou nas livrarias norte americanas, em 1957 causando um forte impacto sobre a geração daquele época e ainda por cima influenciou o meio artístico e o movimento hippie também. As benzedrinas e as doses regulares de café que o autor consumiu durante o processo de criação do livro surtiram efeito e nos brindaram com uma obra clássica um dos grandes expoentes do movimento Beat, que influenciou uma geração de mochileiros também que não exitavam em pegar as suas mochilas, malas ou sacolas e em seguida viver as aventuras de rodar pelas estradas na boleia de um caminhão. 

A primeira versão do livro data de 1951, e os personagens na verdade são os amigos de Kerouac protagonistas da geração beat e portanto os personagens principais Dean Moriarty (é Neil Cassidy) e Sal Paradise (é o autor da obra) e os demais personagens são: o poeta Allen Ginsberg, William Burroughs (como Old Bull Lee) entre outros que não foram grandes conhecidos do público. A primeira versão do livro não foi aceita e algumas pequenas mudanças foram feitas e os nomes verdadeiros nomes dos personagens foram retirados e apenas seis anos mais tarde em setembro o livro foi lançado. 

A história  de On The Road é o retrato da juventude de uma época que acima de tudo queria buscar a liberdade, pegar as garotas mais bonitas e encher a cara de cerveja, vinho e whiskey e viajar cair na estrada sem maiores preocupações e cada estar em lugar diferente e viver esses momentos como se fossem a última vez em suas vidas e On The Road proporciona ao leitor e os expectador essa experiência sem maiores embargos, pois é possível captar o espírito da coisa logo de cara. 

E os atores Sam Riley (Sal Paradise), Garret Headlund (Dean Moriarty) e Kristen Stewart (Marylou)  souberam dar vida aos personagens que interpretaram e mostraram-se dignos da missão que lhes foi incumbida, pois não é nada fácil voltar no passado e repetir aqueles lugares e as pessoas e seus vários costumes. O filme conseguiu trazer a vida os vários cenários propostos pelo livro de uma maneira brilhante, fantástica que te faz querer ser parte daquela aventura para poder viver em primeira mãos os dilemas daqueles tempos de uma maneira atual. 

As paisagens enfumaçadas e embebidas pelo jazz, das casas noturnas de Denver, as colheitas abundantes a beira da estrada, as paisagens e os vales, as cidades percorridas com suas histórias que ficam para trás revelando um novo dia e uma nova aventura ou na boleia de um caminhão ou num carro cruzando os EUA de ponta a ponta para se esbaldar nas bebedeiras regadas a generosas doses de benzedrina e outras coisitas mais que a rapaziada gosta de usar e curtir a noite a dois, a três ou mais. 

On The Road é daqueles filmes urgentes porque desperta a vontade de liberdade e ainda hoje é relevante porque tem o mesmo poder de atração e sedução daqueles tempos áureos e mágicos onde as idéias fervilhavam na cabeça das pessoas e o ideal sagrada liberdade era perseguido com afinco inigualável e por isso se você sentiu tocado com o filme ou com o livro deixe o conforto de sua casa e os seus luxos e também caia nesta estrada porque o caminho é longo incerto e o final talvez seja feliz. 


















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