Quando eu ouvi esse disco para fazer esta resenha eu ainda tinha em mente a idéia de que este seria mais um álbum altamente chupado do Black Sabbath e não é que eu me dei mal de novo e embora o Black Sabbath seja uma das grandes influências do Orange Goblin, o Motörhead também o é e o mix de estilos também comparece aqui, pois algo das 10 faixas desta pedrada sonora transitam pelo psicodélico e o grooves também aparecem e o rock e metal se entrelaçam perfeitamente criando um atmosfera cativante sem exageros de qualquer espécie.
Simplicidade total é o que podemos dizer de "A Eulogy For The Damned" do Orange Goblin que coloca um ponto final no silêncio que já durava 5 anos e para alegria dos fãs retorna em grande estilo com um álbum baseado no puro simples rock e metal pesado e devastador enfim é um álbum direto e reto. É o melhor álbum da carreira dos caras até o presente momento totalmente equilibrado no que tange as composições não há nada que desabone o disco, mas parece que existe um distanciamento consciente do Stoner, pois a banda esta procurando por sua identidade.
E essa busca incessante fez com que os músicos nem se preocupassem ou tivessem medo de busca rumos mais sóbrios, pois o som apresenta uma produção mais limpa embora mantenha a sua agressividade intacta e o guitarrista Joe Hari, torna o som um verdadeiro oásis para as linhas de guitarra que fazem o peso acontecer e demolir a cozinha comandada pelo baixista Martyn Millard e suas poderosas linhas que funcionam como uma espécie de guitarra base e a bateria de Chris Turner cheia de viradas matadoras se sobre saem.
Composições excelentes é o que não falta nesse petardo e para começar a lista já vamos com a dupla "The Fog", "Acid Trial" cujos os riffs pesados colocam para fora a face mais brutal e diabólica do grupo. Já em "Death of Aquarius" o grupo tem o seu grande hit e ai podemos encontrar a máquina de destruição, cujo andamento arrastado e super pesado anunciam o apocalipse da paz e do amor é puro devaneio e loucura ensurdecedora ao extremo. Em "Bishop Wolf" um tema bem no clima Black Sabbath solos e riffs bem encaixados são a corrente condutora das ondas eletrificantes do grupo e ai vai a linha sombria e delirante do álbum. Aliás devemos ressaltar o lado na linha Southern rock, mas aqui é metal Southern cuja faixa "Save Me From Myself" é um tributo insano as melodias agressivas que cativam e colocam o ouvinte em sintonia com a década de 1970, onde o Lynyrd Skynyrd e o The Allman Brothers Band lideravam a revolução sonora do sul. O álbum fecha brilhantemente com a melancólica "A Eulogy For The Damned" uma verdadeira epopéia sonora cuja introdução acústica da vez a uma massa sonora pesada que explode com os vocais de Ben Ward que é um dos grandes vocalista deste estilo e não será surpresa vê-lo do lados heroís da modalidade.
Sem se desligar do seu passado o Orange Goblin conseguiu superar os álbuns Time Traveling Blues (1998) e Coup de Grace (2002) que até então eram os gigantes da discografia do grupo e o que nos resta daqui para frente é dar uma chance para estes britânicos mostrarem o seu som potente e vibrante que ainda vai surpreender muito se continuar explorando as possibilidades que os tempos atuais oferecem aos montes para quem não tem medo de ousar e por isso você também deve sair do seu casulo e dar uma chance para estes britânicos e de fazer o que eles fizeram explorar as possibilidades da atualidade e se você tem alguma dificuldade comece por este álbum, pois já um começo com diversão garantida.
NOTA: 9,5
NOTA: 9,5
Faixas:
- Red Tide Rising
- Stand For Something
- Acid Trial
- The Filthy and the Few
- Save Me From Myself
- The Fog
- Return to Mars
- Death of Aquarius
- Bishop's Wolf
- A Eulogy for the Damned
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