O ano de 1988 foi um ano amargo para o Celtic Frost,
pois do ponto de vista de vista dos fãs, o lançamento do álbum Cold Lake era
uma heresia, ou seja, uma traição que não merecia perdão e incinerou a fama da
banda que tinha naquela altura álbuns cultuadíssimos como: Morbid Tales (1984),
To Mega Therion (1985) e Into the Pandemonium (1987), o grupo tentou dar a
volta por cima lançando excelente Vanity/Nemesis (1990), (cuja sonoridade
estava voltada para o thrash metal deixando de lado o Black e o death metal),
mas como o estrago já sido feito não teve como repará-lo e muito menos remendá-lo
e como a banda também sofria com a instabilidade no line-up o jeito foi
encerrar as atividade em 1993.
Cada integrante tomou um rumo diferente após o fim do
grupo e o líder e mentor do grupo suíço, Tom G. Fischer continuou na música e
se abraçou com o seu projeto solo o Apollyon Sun e também escreveu e publicou a
biografia da banda intitulada “Are You Morbid?”
O Celtic Frost foi reunir-se em 2001, com os dois
membros originais Tom G. Warrior e o baixista Martin Eric Ain e a partir do
final de 2002 para a bateria foi chamado Franco Sesa e para outra guitarra
entrou Erol Unala (que também trabalha como produtor), e o objetivo nesta nova
empreitada consistia em fazer um álbum pesado, agressivo, mórbido e sombrio, ou
seja, que carregasse a essência do grupo, que estava louco pra retornar e
igualmente ávido em desfazer a crise pela qual passará a mais de uma década atrás
quando encerram as atividades.
A conclusão do projeto levou muito tempo, pois a
banda trabalhou em vários estúdios como: o At Horus (em Hanover, na Alemanha),
Oakland Recording (em Winterthur, na Suiça), Celtic Frost Bunker (Zurique, também
na Suíça), Apollyon Son Bunker (também localizado em Zurique, Suíça) entre
outros estúdios também sediados na Suíça nas cidades de Winterthur, Kilchberg, Thalwii e
os trabalhos só se completaram em 2005.
O álbum foi integralmente pago pela banda e a produção
foi assinada pela própria banda também, mas todo este trabalho foi feito em
parceria com Peter Tägtgren (*Hypocrisy & Pain). Este retorno era muito
aguardado pelo fato dos estilos Black e Death estarem em alta naquele momento e
entre os fãs havia uma necessidade tremenda de vê-los e ouvi-los no que toca a
algum material inédito pelo menos uma vez em suas vidas e como essa época também
ficou marcado pelo ressurgimento de muitas que retornavam com suas formações clássicas
ou parcialmente com elas, por exemplo, as bandas como o Venom e o Bathory ainda
estavam na estrada soltando grandes álbuns e no caso do Celtic Frost voltar
funcionava tipo para completar o trio clássico do Black/Death metal da década de
1980, liderado por este mega trio de bandas.
Monotheist finalmente desembarcou nas lojas no dia 29
de maio de 2006 e depois de tanto tempo de espera as expectativas se dissipavam
em torno do grupo já que os fãs tinham em suas mãos o retorno do grupo, e o
disco cumpriu com todas as promessas que haviam sido feitas no começo do
projeto, pois o álbum trazia o som perturbador, pesado, arrastado, sombrio, agressivo e mórbido
enfim o Celtic Frost mostrava uma sonoridade renovada que manteve o lado avante
garde do álbum Into The Pandemoium mesclada com o som do álbum To Mega Therion e
dessa simbiose saí a nova versão do grupo suíço que se diferia muito mais, mas
mais das banda de gótico que estava infestando o cenário, pois aqui o metal e o
gótico se confundem e fica difícil dizer o que é o que.
Outro ponto alto disco fica por contas participações especiais que engrandeceram ainda mais o trabalho, pois as faixas de destaque ficam por conta da abertura com Progeny e a sua seqüência avassaladora em Ground e os destaques são as participações de Lisa Middlelhauve (Xandria) que fez os vocais femininos na faixa "Drown in Ashes", que assim como as demais que contam às tais participações especiais são os destaques do álbum que segue com a participação de Ravn (1349) nos backing vocals na faixa "Temple of Depression", que ainda conta com outra participação especial, cuja a convidada foi Simone Wollenwielder, que fez os backing vocals também e participou como vocal feminino nas faixas "Obscured" e "Incantation Against You", finalizando as participações e os destaques a melhor faixa do álbum Triptych II: Synagoga Satanae, teve a participação de mais dois convidados especiais de pesocujo o primeiro foi Peter Tägtgren que além de participar da produção ainda fez os backing vocals nesta faixa, enquanto o outro convidado Satyr (Satiricon), fez os vocais de seguimento.
Algumas letras foram totalmente inspiradas pelas leituras dos livros de Aleister Crowley e são um verdadeiro culto ao inferno e as suas legiões de demônios caídos e suas legiões de anjos caídos loucos para se esconderem nas sombras. A capa foi criada por Michel Casarramona e a imagem de Nosferatu combinou muito bem com o clima do álbum refletindo a alma gótica sombria e mórbida criadas pelo Celtic Frost.
Com este álbum finalmente o grupo mostrava que realmente tinha retorno e conseguiu fazê-lo com integridade e a mesma personalidade que sempre demonstrou desde a época clássica e que agora mostrava-se com uma nova cara, ou seja, o novo Celtic Frost mostrava que era possível experimentar ousar olhando para frente sem esquecer o passado e partir dele desenvolver novos rumos que não fosse necessário abolir a sua identidade para se tornar mais ou menos palatável, pois o que temos aqui o sentido pleno do que é a manisfestação artistica do Black Metal, mas pena que os rumos levaram a banda para outros lugares cujo os resultados são o assunto da próxima semana e até lá se você ainda não conhece esse álbum não se acanhe e esqueça a opinião dos outros e procure já por ele, pois estamos diante de um dos grandes clássicos do século XXI.
Track List:
01. Progeny
02. Ground
03. A Dying God Doming into Human Flesh
04. Drown in Ashes
05. Os Abysami vel Death
06. Obscured
07. Domain of Decay
08. Ain Elohim
Triptych:
09. Totengott
10. Sinagoga Satanae
11 Winer (Requiem, Chapter Three: Finale)
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