17 de agosto de 2012

Classic Live: Motörhead - No Sleep 'till Hammermith (1981)


Voltando no longinquo ano de 1975, quando Lemmy Kilminster foi despedido do Hawkwind cuja passagem rendeu álbuns como Doremi Fasol Latido (1972), Space Ritual (1973),  Hall of the Mountain Grill (1974) e o derradeiro Warrior of the Edge o Time (1975). A chateação por ser despedido, depois de vários infortúnios porque apesar de registrar excelentes momentos em estúdio, os excessos embalados por álcool e drogas desgastaram a imagem do baixista perante os outros membros do grupo e o estopim que deflagrou a irá dos seus companheiros de banda foi quando o grupo estava excursionando pela América do Norte e ao atravessar a fronteira dos EUA para o Canadá na bagagem do músico foi encontrado anfetaminas que foram confundidas com cocaína e por isso Lemmy foi encarcerado por alguns dias. 



Para se vingar Lemmy Killminster voltou ao local de ensaio e onde também eram guardado os equipamentos e "pegou" alguns e jurou fundar uma banda ainda mais maldita que reunisse tudo o que tivesse de mais sujo, agressivo e barulhento e para isso recrutou Larry Wallis na guitarra e o baterista Lucas Fox e o primeiro nome pensado para fundar a banda foi Bastards, mas o empresário lhe disse que uma banda com esse nome jamais chegaria a lugar algum as coisas mudaram e a ficha caiu, pois era necessário algo que chamasse a atenção sem escandalizar tanto e para isso ele rebatizou-a com o nome de Motörhead, faixa que ele havia composto para o Hawkwind que inclusive consta no último álbum que ele gravou com o grupo. 

Pouco tempo depois Lucas Fox e Larry Willis foram substituídos pelo guitarrista Eddie "Fast" Clark e pelo baterista Phil "Animal Philthy" Taylor e a caminhada para o sucesso estava garantida. O Motörhead em 1979 lançou os álbuns Overkill, Bomber e lançou também On Parole (originalmente gravado pela primeira formação do grupo, mas não havia sido lançado porque a gravadora o havia recusado na primeira tentativa). O grupo apesar de contar com vários fãs ainda não havia estourado e a banda pelo fracasso inicial havia cogitado a possibilidade em encerrar as atividades, mas tal possibilidade foi abortada porque o quadro mudou e o lance era seguir em frente mantendo a proposta inicial, ou seja, chocar, chocar e chocar e depois demolir tudo. 



Como a banda ainda não havia realmente estourado e ainda estava numa espécie de underground, mas com um pé no degrau acima ela conseguiu ser catapultada com o lançamento de Ace of Spades (1980) e a partir daí tudo mudou para a banda, pois com esse clássico o grupo alcançou um nível maior e o reconhecimento mundial finalmente chegou para leva-los ao topo numa época em que o movimento de maior expressão do rock britânico (NWOBHM), dava seus passou revelando grandes bandas para o mundo e muitas delas se declaravam influenciadas por este power trio era natural que a banda apostasse num som mais agressivo, rápido e pesado e a postura de Lemmy sempre causou certos desconfortos nos mais conservadores talvez até o Ozzy Osbourne que na época estava mergulhado num mar de álcool e drogas tivesse ficado afetado pela postural do baixista e vocalista do Motörhead que era a encarnação perfeita do estilo de vida que o rock promovia, enfim a triologia sexo, drogas e rock and roll nunca tinha achado antes um ícone perfeito para representa-la. 
    
E a turnê do álbum contabilizou um saldo mais do que positivo, não só no aspecto financeiro porque o grupo havia se transformado num dos grandes nomes do heavy metal mundial e o álbum ganhava o seu primeiro disco de ouro na sua terra natal e para continuar em evidência a rapaziada do Motörhead abraça um idéia um pouco inusitada e ao lado do grupo feminino Girlschool gravaram o EP The St. Valentines Day Massacre, que serviu para manter o nome da banda em evidência e logo em seguida um sério problema acometeu o baterista que ao participar de uma brincadeira, ou seja, um teste de força cujo resultado acabou muito mal porque o amigo de Philthy o deixou cair ele caiu de cabeça e acertou o chão em cheio quebrando o pescoço e o resultado disso foi o cancelamento da turnê européia. 



A banda voltou a excursionar assim que o baterista se recuperou, mas existia um porém o Motörhead já era uma banda de destaque e já tinha três álbuns ao vivo e estava digamos no auge, pois tinham lançado um álbum que repercutiu muito bem e possibilitou a banda subir alguns degraus, mas ainda havia outra empreitada necessária para consolida-los de vez, pois chegava a hora de gravar o primeiro álbum ao vivo e tratando-se do Motörhead não podia ser um álbum qualquer ele teria que ser "O ÁLBUM", já que tratava de dar outros passos ainda maiores. O set list não seria o problema já que a banda possuía quatro álbuns lançado naquele momento, o problema é que banda não tinha material suficiente para encher um álbum duplo, pois as gravações Leeds (28/03/1981), Newcastle (29 e 30/03/1981), Belfast (03/04/1981), Norfolk (27/03/1981) e muito menos as do ano anterior (1980), não forneciam esse material e por isso o jeito foi optar por álbum simples (usando o material desses shows já citados) e o engraçado é que o material que dá origem ao álbum não foi gravado no Hammersmith de Londres, na Inglaterra.

A produção do álbum foi assinada por Vic Maile, fato que pode ser considerado um dos pontos alto do álbum, pois o cara soube deixar o som a cara da banda, pois capta direitinho toda a agressividade e o pesado arrastado da banda que por sinal era barulhenta e tocava bem alto seus os instrumentos demolindo tudo pela frente como se fosse o último show de suas vidas e capa cuja foto foi tirada pelo fotografo Ian Kalinouski refletia muto bem o que era aquele power trio em cima do palco com uma muralha de amplificadores atrás deles e o famoso "Bomber" que era um bombardeiro com parte da iluminação que em certa altura do show se desprendia e dava uma espécie de rasante sobre o palco um dos grandes momentos dos shows. 



O disco aportou nas lojas no dia 27 de junho de 1981 e trazia um set-list matador e embora fosse curto poderia ser considerado uma coletânea do grupo e reforçava a idéia do power trio em cima do palco arrebentando tudo não deixando nada no lugar e as versões definitivas e ainda mais cruas de Ace of Spades, Metropolis, The Hammer, Overkill, Bomber e The Hammer hinos atemporais até hoje presentes nos show que a banda promove mundo afora e pela primeira vez a banda conseguia um fato inédito em sua carreira naquele momento histórico os caras alcançavam pela primeira vez o primeiro posto nos charts britânicos e também pela segunda vez consecutiva repetiam o disco de ouro e o segundo feito foi quando estavam em turnê com Ozzy Osbourne e no Monsters of Rock foram a banda principal fato que irritou o Madman que inclusive foi tirar satisfações com a produção do evento, mole ou quer mais? 

A verdade é que o Motörhead finalmente tinha mostrado que era uma super banda e que estava no caminho certo para se tornar uma lenda do seu tempo e o mito Lemmy Kilminster começava a forjar-se a medida que a sua legião de fãs crescia dentro e fora da Inglaterra. O futuro vislumbrava novas possibilidades que poderiam ser saboreadas uma a uma sem preocupações, pois aqueles eram os anos 80 onde tudo era possível e mágico e os ídolos surgiam todos anos, mas nenhum deles tinha a classe e o carisma arrebatador do baixista e vocalista do Motörhead cujo estilo de vida colaborou e muito para marcar o heavy metal como o conhecemos e para quem ainda não conhece large essas tranqueiras que a mídia tenta fazer você engolir e venha sem reserva alguma para o mundo encantador que o Motörhead pode te oferecer a liberdade está aqui, venha!    
          
Track List: 

Lado A 

A1 Ace of Spades 
A2 Stay Clean 
A3 Metropolis 
A4 The Hammer 
A5 Iron Horse 
A6 No Class 

Lado B 

B1 Overkill 
B2 (We Are) The Road Crew  
B3 Capricorn 
B4 Bomber 
B5 Motörhead    
















      













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