No final da década de 1960, com três álbuns lançados, o Deep Purple representado por John Lord e Blackmore insatisfeitos com os tímidos resultados obtidos com o tal material. Resolveram mudar os rumos de sua música e também e o mesmo aconteceu no line-up e numa única tacada trouxeram Ian Gilan para os vocais e Roger Glover para o baixo e dessa maneira estava formado Mark II e o primeiro álbum de estúdio foi In Rock (1970) que mostrava uma banda literalmente renovada e pronta para enfrentar os desafios que a nova década oferecia.
No ano seguinte outro álbum surgiu nessa esteira Fireball (1971), além de manter o mesmo vigor do anterior trazia uma sonoridade mais experimental e mais ousada fato que causou certo constrangimentos, pois os fãs sentiram que havia sido jogado um balde de água fria e que as coisas mudavam radicalmente e que a banda começava a amançar a sua sonoridade, mas não era nada disso o que estava acontecendo embora esse fosse um pouco menos veloz que seu antecessor. No ano seguinte a banda dá volta por cima e lança seu magnum opus, o álbum Machine Head (1972) e com ele o Deep Purple se torna internacionalmente conhecido e junto com o Black Sabbath e Led Zeppelin forma a sagrada trindade do rock setentista.
Durante a turnê de promoção de seu mais recente álbum a banda aportou na terra do sol nascente em agosto, o Japão para fazer três apresentações: duas em Osaka nos dias 15 e 16 e uma em Tokyo no dia 17 e essas gravações resultaram no álbum Made In Japan lançado em dezembro de 1972 no Reino Unido e Abril de 1973 nos EUA (neste caso a demora se justifica pelo fato do lançamento de Who Do We Think We Are que estava programado para o mês de janeiro e para não causar nenhum problema com os fãs preferiram optar por esta solução). E o material apresentado mostra perfeitamente o que era o Deep Purple em cima do palco naqueles dias, pois os improvisos, os solos de Blackmore e os vocais de Gillan se lançando em duelos com a guitarra, os teclados de Jon Lord e bateria de Ian Paice brilhavam escancarando o auge dos britânicos.
O álbum havia sido planejado para ser um artigo exclusivo para o mercado japonês cujos contratados das gravadoras contém essa clausula e por isso quase o álbum ficou restrito ao Japão e inédito para o restante do mundo e além disso a própria banda não acreditava nesse formato de álbum (e isso talvez explique porque o Black Sabbath nunca lançou um naquela época), mas o álbum acabou sendo lançado no mundo todo e em poucas semanas era consumido aos magotes pelos fãs e não foi surpresa nenhuma quando o álbum recebeu certificado de platina nos EUA.
Na história do rock no que diz respeito ao lançamento de um álbum ao vivo nenhum artista conseguiu exprimir toda a sua energia e talento com tanta devoção e força, pois só track list mostra com maestria as aventuras e os excessos do rock e as "loucuras" dos músicos cujo ego ia lá na estratosfera é só conferir as faixas "Space Truckin'" e seus poucos mais de vinte minutos e prestar a atenção na aula de Jon Lord que ali prova ser o mestre dos teclados, já em "The Mule" o baterista Ian Pace desfila habilmente um baita de um solo e comprova ser outro grande mestre de seu instrumento.
A abertura com "Highway Star" é trás todo peso e agressividade e a voz de Gillan brilha e os solos flamejantes de abrem o caminho nessa estrada estrelada e transforma a noite em dia, enfim petardo alucinante que deve ser escutado sempre no último volume do seu toca discos e na seqüência vem uma das maiores baladas de rock "Child in Time" destaque total para a voz Gillan e para as guitarras alucinantes do mago Blackmore, O grande hit Smoke on the Water não poderia ficar de fora de maneira alguma deste álbum e a versão ao vivo é simplesmente definitiva e é simplesmente monstruosa e matadora cujo peso é absurdo devido ao acompanhamento de Lord com os seus teclados mágicos.
E voltado ao tema improvisos não dá para não falar de "Lazy" uma verdadeira sessão de blues e jazz inspiradíssima de Lord, Blackmore e Ian Pace e Gillan que me desculpe ela nem precisa de vocais só o instrumental dá conta de explicar o significado dessa massa sonora que apenas entra pelos ouvidos e entorpece com os longos solos dos instrumentistas, enfim uma aula de insanidade. A faixa "Strange Kind of Woman" é outro grande momento com aquele andamento cool cheia de balanço e as guitarras em certos momentos se entrelaçam com o hammond distorcido e se confundem.
Uma das coisas que chama a atenção neste álbum é que ao contrário da maioria é que ele é realmente 100% ao vivo e os trabalhos de produção foram feitos pela própria banda e tiveram como engenheiro Martin Birch outra vez . Os grandes diferenciais do Deep Purple residem justamente -, no set list escolhido e o talento falou por si só e as versões são ao vivo são definitivas e fazem deste álbum um monumento do hard, do heavy rock e um exemplo perfeito do que é um disco neste formato e o fato dele ter se tornado tão popular se justifica pela sua qualidade sobrenatural, que fazem dele o clássico dos clássicos.
Para quem quiser conferir os shows completos que deram origem a este álbum podem adquirir o Live in Japan (1993), que foi lançado na versão tripla e contém os dois shows de Osaka na íntegra e o único em Tokyo também na íntegra e permite capturar de maneira integral a força do grupo que na época chega ao auge quando lançou Made in Japan que sem sombra de dúvidas pode ser considerado o melhor álbum ao vivo de toda a história do rock e senão for o melhor com certeza estará entre os melhores e outra coisa é certa é que ele é um dos grandes imortais da história que ainda tem o mesmo poder de seus tempos dourados e ainda tem muito para ensinar e conquistar assim como fez na minha geração e nas atuais e provavelmente continuará a fazer pelas futuras gerações que se aventurarem pelo rock obrigatoriamente passarão por ele e se você que é roqueiro e ainda não conhece não espere mais tempo vá atrás dele agora e para os aspirantes a roqueiros podem começar por ele mesmo, pois no mínimo é um favor que você faz sua sanidade.
Faixas:
A1 - Highway Star
A2 - Child in Time
B1 - Smoke on the Water
B2 - The Mule
C1 - Strange Kind of Woman
C2 - Lazy
D1 - Space Truckin'
Põ velho a maior dificuldade que tenho em acompanhar bons sites é isso, a maioria dos caras parece que não percebe o GRANDE problema que é fonte clara em fundo escuro!
ResponderExcluirIsso dói a visão! Irrita e dificulta. Quem não tem problemas de visão passa a ter e quem tem piora. Pra eu ler seus artigos eu tenho que copiar tudo e colocar no word, pq não dá. Puxa!
Se quer algo dark, coloca ao menos um marrom e fonte preta, que dá pra ler mais tranquilo. Ou deixa o preto nas bordas e na área do texto deixa fundo branco e fonte preta. Facilitaria muito nossa vida.
Ademais, óoootimo blog, um dos poucos que ainda prestam, pois depois do declínio do Whiplash, Rock Brigade e pelo que parece o Collector Room, temos uma luz no fim do túnel, o conteúdo de qualidade ainda não morreu.
Abraço, e por favor atenda meu clamor!
Então, Wendell, eu mudei o modelo justamente por isso espero que você de agora em diante possa ler sem maiores preocupações. Fico contente que você tenha gostado do blog, obrigado!!!
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