Em
1970, na Inglaterra surgia o Wishbone Ash e com seu disco de estreia autointitulado,
esse quarteto fantástico tinha algo de diferente e importante para dizer.
Quando olhamos para a história da música da década de 1960 até aquele momento
podemos nos lembrar de guitarristas como Jimi Hendrix, Eric Clapton, Tony
Iommi, Ritchie Blackmore e mais outros que já haviam deixado suas habilidades
registradas em vinil, porém nenhum destes havia feito o que Andy Powell e Ted
Turner fizeram juntos, ou seja, o que duas guitarras virtuosas juntas poderiam
fazer. Estamos falando de guitarras gêmeas que rifam e solam juntas através de
um complexo jogo de notas, acordes que compõem um som flamejante.
Esse
é o grande diferencial dos britânicos que se tornou referência para várias
bandas de primeira linha que surgiram nas décadas de 1970 e 1980. O som dos
caras é uma potente mistura de hard rock, progressivo, folk, blues e jazz cujo
amalgama sonoro perambula em várias frentes, ou seja, vai do mais melancólico e
reflexivo até o mais pesado, rápido e caótico. Os caras atravessaram a década
de 1970 aos trancos e barrancos e foram ao céu ao inferno inúmeras vezes, mas
retornaram de todas as experiências, mais criativos fator que jamais os
abandonou e a discografia desse período clássico fala sem pestanejar.
Enfim
os caras de 1970 a 1980, em sua fase clássica, lançaram nada mais nada menos do
que dez álbuns de estúdio e dois álbuns ao vivo. Os clássicos irreparáveis do
grupo são Wishbone Ash (1970), Argus (1972) e Wishbone Four (1973), porém em minha opinião existem ainda nesta lista There’s the Rub (1974) e No Smoke Without Fire (1978) ambos não ficam nada devendo aos consagrados, e no caso do ao vivo destaque fica com Live
Dates I (1973) que vem com um apanhado do que a banda estava fazendo no seu esplendoroso começo. Cabe
lembrar que Ted Turner se mandou em 1974 e para o seu lugar foi recrutado
Laurie Wisefield um baita guitarrista que manteve o alto nível do grupo tanto
nos álbuns como nos palcos.
A
ideia de escolher o Wishbone Ash para essa empreitada imagética é tornar a
banda mais interessante e despertar o interesse do leitor para que ele procure
conhecer uma banda clássica, que por incrível que parece não recebeu o devido
conhecimento e foi muito mal compreendida por causa de ter lançado discos mais
ousados e destoavam dos compassos. Para quem ainda está começando e quiser
entender porque Iron Maiden (Steve Harris tem como álbum favorito, o clássico,
Argus), Judas Priest, Thin Lizzy e mais algumas bandas apresentam duplas de
guitarristas que tocam estruturas complexas tem que passar por esta banda que
jamais decepcionou em momento algum.
Nenhum comentário:
Postar um comentário