17 de novembro de 2012

Classic Rock: Cream - Disraeli Gears (1967)


Para aqueles pensam que a década de 1960, foi exclusividade de Rolling Stones e Beatles estão enganados, pois nesta década além de ter outros gigantes como o The Who e várias bandas menores, mas que tiveram considerável relevância e hoje figuram nas estantes dos vários colecionadores mundo afora como raridades viram nascer um gigante nascer e que mesmo depois de encerrar a sua breve carreira antes do final da década em questão ainda fez muito barulho por ai. O Cream pode ser considerado uma reunião de gênios, pois a formação contava com o baterista Ginger Baker, com o baixista e vocalista Jack Bruce, e o mago e mestre das guitarras Eric Clapton e o resto é uma história brilhante que começou a ser escrita com a formação do grupo em meados da década de 1960, quando os trio se juntou e optou pelo rock, pelo blues e pelos improvisos de jazz e o resultado disso foi um som poderoso único que ajudou a moldar a sonoridade da década seguinte


A estréia vinilica aconteceu com o álbum Fresh Cream lançado em dezembro de 1966, na Inglaterra e nos Estados Unidos foi lançado apenas em 1967, mas o lançamento serviu apenas para chamar a atenção e teve um boa repercussão de fato, mas ainda era pouco para o que ainda estava por vir porque a banda tinha uma série de cartas na mão e não deixaria o sucesso tão almejado escapar por entre os seus dedos. O Cream ainda não tinha estourado, mas já tinha status e o primeiro disco de ouro ganho na terra do Tio Sam escancarava-lhes as portas de entrada para os festivais daquela terra e o sucesso e a fama do grupo crescia de vento em popa através de shows monstruosos, pois o Ginger Baker o mestre das baquetas mostrava que o baterista era muito mais do que um cara que ficava sentado lá no fundo apenas acompanhando a banda enquanto Jack Bruce e principalmente Eric Clapton fazia sua a guitarra pegar fogo nos improvisos mandando solos alucinantes. 

O psicodélico também entrou em cena e várias foram as bandas se aventuraram no gênero, pois ao adiciona-lo a sua sonoridade davam um charme a mais e bandas como os Beatles que lideraram a corrida lançaram a sua experiência sonora com Sargent Peppers Lonely Heart Club Band (1967), pouco tempo mais tarde sem o mesmo sucesso dos seus colegas os Rolling Stones também entram na dividida e despejam no mercado o seu Their Satanic Majestic Request (1967) e o The Who outro gigante também não ficou atrás e mandou ver em Sell Out (1967) e claro que o Cream também não ficaria de fora e também colocaria as manguinhas de fora e também apresentaria o trabalho nesta linha. Vale ressaltar que o Cream quando se lançou nos trabalhos afim de registrar o seu segundo álbum de estúdio não teve a mínima intenção de copiar ou apenas soar como uma imitação barata dos demais, pois em nada eles se assemelham uns aos outros. 

O Cream finalmente entrou em estúdio para registrar Disraeli Gears, em maio de 1967, nos estúdios da Atlantic Records, em New York City e lá permaneceram o mês inteiro, para realizar todas as gravações do álbum, cujo lançamento só aconteceu em novembro daquele mesmo ano. Ao contrário do primeiro álbum cuja sonoridade era um blues rock puro sangue no novo álbum o Cream aparecia mais maduro e mostrava algo além do psicodélico, pois o som era mais encorpado e as guitarras apareciam de maneira mais intrincada e a bateria e o baixo acompanhavam muito as frases de guitarras, ou seja, o era uma mescla perfeita entre o psicodélico e o blues rock cujo peso era indescritível diante de tamanha agressividade e suavidade juntas nas mais perfeita harmônia e por isso não nem um absurdo dizer que além de serem um power trio, também eram uma reunião gênios em processo de formação e transformação do seu som cavalar e avassalador e que ainda tinha muito, mas tinha mesmo muito a dizer e muito barulho também para fazer. 

    
Nenhuma banda na época tinha um trio tão afiado e com músicos tão habilidosos e isso pode ser facilmente atestado, pois é só pegar os álbuns ouvi-los e comparar nos mínimos detalhes e a resposta é muito simples o Cream estava muito na frente de seu tempo tanto na sonoridade quanto ao vivo os caras já tinham mostrado e definido como a próxima década iria fazer rock, fato que o produtor Feliz Pappalardi entendeu e assimilou muito bem, pois ele foi diretamente influenciado pelo som dos seus colegas e montou com o West o Mountain e as demais bandas não tardariam a ceder aos encantos e também pegarem nso seus instrumentos para fazerem as composições e se eles não foram o Cream puderam ser bandas que a sua maneira ajudaram a escrever a história do rock pesado.

Quando você coloca o álbum, Disraeli Gears, no toca discos você já sente a diferença e logo quando começa a faixa "Strange Brew" que tem sua origem em "Lawdy Mama" gravada por Ahmet Ertegun dono da Atlantic Records, em New York e pode ser conferida no álbum Live Cream (1970). A sonoridade é bem viajante baseada em riffs e solos de guitarra igualmente viajantes, o baixo marca peso em cima do ritmo e bateria também não fica devendo e manda o seu recado disparando a sua artilharia e é um dos destaques justamente por equilibrar muito bem a sonoridade proposta pelo grupo nesta empreitada. A seqüência com a faixa "Sunshine of your Love" é simplesmente matadora, o maior hit não só do álbum e da banda, mas do rock no geral, desde o começo com os vocais de Bruce os riffs de guitarra e a bateria de Baker vão criando uma tensão que explode num riff mais forte e longo, que é base da faixa que é bem pesada e os solos alimentam ainda mais o poder de fogo dos caras e a bateria e o baixo marcam o ritmo pesado e abstrato da faixa que é totalmente hipnotizante. 

A terceira faixa "World of Pain" é uma faixa que é pura reflexão, é muito boa para esses momentos e foi escrita por Pappalardi e Collins. A instrumental é bem viajante psicodélica e hard rock na lata começando pela bateria com um ritmo quebrado e rítmico e somado a guitarra incansável de Clapton que dispara uma artilharia de riffs e solos alucinantes e o baixo pesado de Bruce levam o ouvinte por uma viagem galática e os refrões calmos vão conduzindo até explodir os solos o ponto alto dessa canção. "Dance the Night Away" o destaque vai para a bateria explosiva de Baker que vai conduzindo a faixa tranquilamente entre o baixo pulsante de Bruce e as guitarras vibrantes de Clapton. Encerrando o lado A, vem a faixa "Blue Condiction" que é um blues bem legal lento e arrastado, mas apesar de andar quase parando não é nada levinho, muito pelo contrário aqui bateria, baixo e guitarra marcam muito bem o território. 


Single de Sunshine of your Love/SWLABR
Single de Strange Brew/Tales of Brave Ulysses

Abrindo o lado B, vem a faixa "Tales of Brave Ulysses" que é um dos hits do álbum e além de ser inspirada no livro a Odisséia de Homero começa muito bem, com solos e a viagem vai se completando os vocais hipnóticos de Bruce e os solos continuam e batera marca com peso dando a sustentação junto com o baixo e solos wah-wah comandam e vão puxando o instrumental e vocal vai cantando perfeitamente no ritmo e saí para entrada dos solos alucinantes e depois dão vez os vocais igualmente lentos que dão passagem para a instrumental entrar com peso e certa velocidade para o Clapton solar pesado. E na seqüência vem "SWLABR" lá vem os solos barbarizando e os riffs também e a bateria e o baixo dão um ritmo emocionante na faixa que cativa imediatamente e comprovam porque o Cream era mais que apenas uma banda e os solos de hipnotizantes, pesados e também alucinados de Clapton o porque de sua fama e a letra fala sobre uma mulher que constantemente entrava e saía de um relacionamento com o vocalista e baixista do grupo. 

O lado B, é outra parte importante e não deixa o álbum cair em momento algum e mostra porque um clássico é um clássico.Em "We're Going Wrong" é uma faixa cujo andamento lento é conduzido pela voz de Jack Bruce e acompanhado pela guitarra de Clapton que despeja um solos marcantes e a bateria de Ginger é outro adicto e ao invés e usar baquetas comuns ele apela para os tambores e usa outros tipo de baquetas para tocar a faixa, que é outra bela canção deste álbum. A seguir vem "Outside Woman Blues" outros daqueles blues bem pesados cujo autoria é do bluesman Blind Jay Reinolds que a gravou em 1929, mas para esta versão os arranjos foram feitos por Clapton que simplesmente destrói tudo nos solos e bateria também cai no peso e o baixo sempre eficiente marca a sua posição peso pesado como sempre. E como o blues era o carro chefe das composições das bandas naquela década e o Cream não era exceção eles atacam com "Take it Back" onde a gaita de Jack Bruce domina tudo dando o tom da festa e os demais instrumentos vão segunda classe servindo de co-pilotos, outra das excelentes. Finalizando o álbum vem "Mother's Lament" que na verdade é narração de um drama familiar de maneira meio engraçada. 

Todo a grandiosidade de Disraeli Gears explica-se pelo egocentrismo do trio, especialmente da parte do baixista e vocalista Jack Bruce que tentava engolir a todos e da mesma maneira, mas só que moderadamente Clapton também tentava sobrepujar os demais companheiros com a sua guitarra virtuosa através de solos hipnóticos e alucinados enquanto Ginger Baker também queria o seu lugar ao sol também tentando se sobre sair aos demais companheiros com a sua bateria avassaladora e foi assim que a banda abriu o seu caminho para os raios de sol de sua fama. O álbum conquistou os corações dos jovens e das jovens norte americano se no seu país em menor medida também penetrou no âmago dos jovens britânicos, mas os prêmios como o álbum de platina e o primeiro posto nos charts da Billboard aconteceram na terra do Tio Sam, e os singles também foram pelo mesmo prima e o certificado de ouro para "Sunshine of your Love" que havia galgado a 5º posição nos charts da Billboard  anunciavam outros tempos para o grupo que encerraria de forma precoce a sua carreira, mas deixavam como legado um dos maiores álbuns da história do rock e um caminho fértil a ser seguido que ajudou a inaugurar as possibilidades da década seguinte, e o resto é a história que todos conhecemos. 

Faixas:

A1. Strange Brew 
A2. Sunshine of your Love 
A3. World of Pain 
A4. Dance the Night Away 
A5. Blue Condiction 

B1. Tales of Brave Ulysses 
B2. SWLABR
B3. We're Going Wrong 
B4. Outside Woman Blues 
B5. Take it Back
B6. Mother's Lament  



  
















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