Ana Maria Bahiana para quem não sabe foi da redação
da primeira versão da Revista Rolling Stone, no Brasil, na década de 1970. Ela é
jornalista cultural e vive em
Los Angeles e além da Rolling Stone também escreveu para a
Bizz, Jornal do Brasil e Folha de São Paulo, foi editora da revista Scream
Internacional e também foi correspondente na Califórnia da Rede Globo e do
Telecine. Atualmente é crítica da rede PBS no programa Just It Seen.
Em 1964 o mundo pegava fogo, ou seja, estava em
processo de ebulição na cultura. No Brasil começava o período mais sombrio e
catastrófico com a entrada dos militares no poder cujo inquilinato duraria
pouco mais de vinte anos, custando a perda da democracia, de vidas humanas
silenciadas nos porões sombrios da repressão. Os EUA viviam a sua guerra contra
o comunismo, pois nesta época já vivia-se num mundo bipolarizado e a guerra do
Vietnã era apenas mais um passo na disputa com os vermelhos pelo controle e
hegemonia política, cultural.
Nos EUA também vivia-se a luta pelos direitos civis.
O mundo estava vendo os velhos e rígidos valores se abalarem não só na política,
mas principalmente na cultura e a música foi o principal veículo de comunicação
a sofrer essa mudança avassaladora com a chega dos Beatles, dos Rolling Stones,
Bob Dylan, no Brasil Nara Leão e Chico Buarque. O cinema não escapou incólume e
também sofreu suas mudanças através de caras como Glauber Rocha, e de filmes como 007 fizeram a
alegria de muita gente nesse país tropical e mostravam mudanças indeléveis nesse campo da arte.
A cultura estava em ebulição, a sociedade estava
transbordando sua sede de cultura. É ai que entra Ana Maria Bahiana cujo texto
recupera com rigor e principalmente inteligência os fatos enquanto ao seu
tratamento e ainda por cima se dá ao luxo de se perder brilhantemente nos pormenores que completam a época e dão aquele toque especial na obra. Para abrilhantar ainda mais a obra a autora lança mão
de um verdadeiro catálogo de fotos para ilustrar o passeio que ela promove
pelas duzentos e cinquenta e seus páginas de sua obra totalmente informativa,
enfim este é um daqueles deliciosos passeios cujo tempo foi hábil em definir com
paixão, amor, sonoridade única e violência o mundo de atual.
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